quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Aula básica sobre Champagne – para não errar no Réveillon

"Ano Velho,
Nunca mais veremos.
Ano novo,
Logo receberemos.
[...]
Vê, vê o que nos
fez o bondoso Deus."
Virgília Peixoto

Os trechos desta canção são conhecidos por algumas pessoas. Mas é nesta época do ano que eles mais se propagam, quando as sociedades se reúnem para celebrar o Ano Novo - simbolicamente representado por uma criança recém-nascida – e se despedir do Ano Velho – representado por um velho.


Eu poderia ficar horas escrevendo sobre as riquezas das manifestações culturais referentes à passagem do Ano Novo. Porque elas variam de uma cultura para outra – porém, é uma comemoração universal.
É evidente que o tempo é o grande homenageado nesta ocasião. O velho deus CHRONOS surge para mostrar todo o seu poder de transformar as vidas. Isso me deixa feliz!
Fico feliz, mesmo, sempre que encontro uma raiz das religiões antigas para fundamentar (ou simplesmente para ilustrar alegoricamente – assim deve escrever os mais cultos e mais práticos) celebrações da atualidade. Eu, particularmente, acredito em muita coisa e, por isso, vejo mais simbolismo nesta época ligada ao deus grego Chronos (Saturno, para os romanos) onde podemos nos referir às imagens do tempo, derivadas dos Orientais, tão freqüentes, no Baixo Império Romano.

Estátua de Chronos
Chronos em algumas representações aparece com quatro asas, duas estendidas como se estivessem a voar e duas presas como se permanecessem quietas, aludindo, assim, ao dualismo do tempo como transcurso e como êxtase. Também se lhe atribuem quatro olhos, dois na frente e dois atrás, símbolo de simultaneidade e do presente entre o passado e o futuro, sentido que possuem também os rostos de Jano.
Mais característico é o CHRONOS mitraico, deificação do tempo infinito, que deriva do Zurvan Akarana dos persas. Sua figura é humana e rígida, às vezes bisómata (cabeça de leão). 
Zurvan
Quando tem cabeça humana, a testa de leão aparece situada sobre o peito. O corpo da efígie aparece envolto nas cinco voltas de uma enorme serpente (de novo o sentimento dual do tempo: o transcurso enroscado à eternidade), que, segundo Macróbio, representa o curso do Deus na elíptica do tempo. 


O leão, em geral, é associado aos cultos solares e o emblema do tempo enquanto representa sua destruição e a devoração (CIRLOT, 1971). Fonte: Cirlot, Juan Eduardo (1971) [1962]. A Dictionary of Symbols. translated by Jack Sage, forward by Herbert Read (2nd ed.). New York: Philosophical Library.
Depois de todo este simbolismo, não é difícil de compreender porque os rituais do Ano Novo se revestem, na época atual, de um período cheio magia e encanto para celebrar a chegada de um tempo novo.
Magia e ritual sempre estiveram presentes na história da humanidade e envolvem aspectos culturais que vão desde a mesa, com suas comidas especiais, às vestimentas, à casa, ao espírito de paz e alegria, à situação financeira, etc.


O réveillon é um destes períodos onde o tempo tem fundamental importância. É uma noite das mais esperadas em todo mundo (mesmo para aqueles que comemoram numa época diferente). É um período em que todas as pessoas parecem renovar suas esperanças e desejar coisas boas. Geralmente é uma noite de alegria onde as pessoas fazem festa e os excessos são permitidos, principalmente quando se trata de comida e bebida. É tempo de estar ao lado das pessoas que mais se tem afinidade para curtir e celebrar o tempo passado e o futuro da vida.
O Réveillon é o tipo de festividade que reúne todo o lado bacana da gastronomia. Talvez porque as pessoas querem apresentar as melhores idéias, os melhores pratos, as melhores bebidas – e ainda fazem simpatias e as comidinhas tradicionais para atrair sorte, saúde, amor, dinheiro, etc.


Um elemento em particular não pode faltar nesta celebração: o Champagne. Ele é o rei da festa, envolve as pessoas em suas borbulhas, anima os mais tímidos, aguça os paladares e derruba os menos preparados. Sem o Champagne, réveillon não tem a mesma graça. O champanhe é utilizado em todo o mundo como uma maneira de comemoração, ele simboliza harmonia, elegância e alegria em nossas vidas.
Só pode ser chamado de Champagne o espumante produzido na região de Champagne na França. É uma denominação de origem protegida, uma artimanha criada pelos franceses para proteger a origem e a qualidade desta bebida, por isso o preço às vezes exorbitante. Porém, no Brasil, pra quem não quer gastar muito, existem ótimas opções de espumantes.
 Um bom champanhe ou um vinho espumante é caracterizado por umas fiadas consistentes de correntes de bolinhas ascendendo do fundo do copo até ao topo. Este gênero de vinho - ao contrário do que se julga - não deve ser colocado na geladeira para ser arrefecido; deve sim ser colocado, antes de ser bebido, cerca de 20 minutos num balde de gelo até metade da garrafa.  



Um Champagne vintage – denominado millésime na garrafa – significa que as uvas são de uma colheita de um ano específico. Um vinho que não seja vintage – NV no rótulo – significa que é uma mistura de vários anos, normalmente mais barato que o vintage.


Todo o Champagne é espumante, mas nem tecnicamente nem todo o vinho espumante é champanhe; só se este for oriundo da região do norte de França, e adicionalmente mencionar método Champenoise, ou seja, méthode tradicionnelle (fermentação dentro da própria garrafa). Tudo o resto não importa o quanto delicioso ou caro possa ser, é simplesmente espumante.
Um Champagne bruto é seco e combina com hors d’oeuvres e comidas muito condimentadas (Hors d’Oeuvres é um termo francês para aqueles aperitivos servidos antes das refeições. Por exemplo, os salgadinhos servidos num coquetel são hors d’oeuvres). Com os hors d’oeuvres e as entradas podem experimentar um vinho espumante Murganheira Millesimé bruto ou um Champagne bruto Nicolas Feuillatte. 


Com a sobremesa considerem um Piper- Heidsieck Red Label extra-seco, ou um Champagne Néctar Imperial Moet Chandon.



Champagne rotulado de extra-seco é um Champagne mais doce que o bruto e funciona muito bem como aperitivo, ou a acompanhar sobremesas. Um semi-seco é um ótimo a acompanhar uma sobremesa.

Guardando
Muito Champagne pode ser conservado por períodos de 3 a 4 anos, mas pode deteriorar-se se for conservado por mais tempo. O Champagne vintage (datado com o ano no rótulo) poderá conservar-se por mais tempo, mas não deve exceder os 10 anos.
Logo que uma garrafa de Champagne seja aberta, necessita que lhe coloquem uma rolha especial de metal. Contudo, existe um truque que mantém as bolhinhas do Champagne vivas; colocar uma colher de prata no gargalo com o cabo introduzido na garrafa, manterá o Champagne vivo na geladeira, durante cerca de um dia ou dois.

Estiloso – morangos com champagne
Se pretendem rodear-se de alguns morangos, o champanhe rose Dom Pérignon Rosé de 1995 ou 1998 - uma séria demonstração do estilo e delicadeza desta marca - é o ideal, para não dizer o melhor e o mais exclusivo.


Futilidade - Champagne das estrelas
Uma das marcas mais exclusivas e procuradas no momento é a marca de champagne Cristal Louis Roederer; um vintage com uma qualidade aliada à edição limitada das garrafas disponíveis no mercado. Se desejar celebrar com esta champagne prepare o bolso (risos).


E para deixar sua comemoração com champagne mais saborosa, aprenda a fazer coktails deliciosos.

O cocktail clássico de champagne é uma das bebidas mais apreciadas na festa de fim de ano e vai tornar o seu réveillon ainda mais inesquecível. Surpreenda os seus convidados com uma bebida exclusiva, que irá certamente marcar a festa.

3 gotas de sumo de limão
1 cubo de açúcar
30 ml de conhaque
12 cl de champanhe gelado

Modo de preparação
O cocktail clássico de champagne é uma bebida de fácil preparação. É preciso espremer três gotas de limão para um cubo de açúcar e colocá-lo num copo de champagne. Depois, basta adicionar o conhaque e o espumante bem gelado e servir nesse mesmo momento. Se pretender, pode colocar raspas de limão ou de laranja a enfeitar o copo. Trata-se de um cocktail simplesmente delicioso!

O cocktail italiano Sgroppino é uma bebida alcoólica muito refrescante que poderá fazer um enorme sucesso no seu réveillon. Trata-se de um cocktail com sabores únicos e demora menos de 5 minutos a ser preparado.

2 colheres de sopa de vodka
1/3 de xícara de sorbet de limão
1/4 de colher de chá de folhas de menta picadas
Champagne ou vinho Prosecco gelado

Modo de preparação
Coloque o champagne ou o vinho Prosecco e a vodka num copo de champagne. Em seguida, coloque o sorvete de limão e, por último, adicione as folhas de menta picadas. Sirva este cocktail bem fresco e surpreenda o palato dos seus familiares e amigos mais próximos.

O cocktail de champanhe e framboesa com sumo de pêra é uma bebida muito leve e doce que deverá constar em qualquer festa ao longo do ano, especialmente no réveillon. Trata-se de uma bebida que também pode utilizar vinho em vez do tradicional champagne.

2 colheres de framboesas
1/2 chávena de sumo de pera
Champagne ou vinho gelado
Ramos pequenos de alecrim fresco

Modo de preparação
Para incorporar a fruta nos cocktails é necessário saber combinar todos os ingredientes. Assim sendo, deverá colocar as framboesas numa tigela pequena e adicionar duas colheres de sopa de água quente. Mantenha as framboesas na água quente durante um período máximo de 15 minutos, depois retire-as e leve-as a geladeira durante aproximadamente duas horas. Quando chegar o momento de servir o cocktail, deve colocar o sumo de pera no copo de champagne e adicionar lentamente o vinho ou o espumante. Depois, enfeite com os ramos de alecrim e com as framboesas que estavam no frigorífico.

O cocktail de champanhe de sorvete de framboesa é uma bebida fantástica que pode ser utilizada em qualquer festa ou comemoração especial. O sorvete tem um sabor doce que, ao ser misturado com o champagne, resulta numa bebida excepcional.

1 colher de chá de sorvete (framboesa ou maracujá)
Champagne ou vinho Prosecco gelado

Modo de preparação
Para preparar o cocktail de champagne de sorvete de framboesa é preciso colocar o sorvete numa taça de champagne ou num copo alto e enchê-lo com espumante ou vinho Prosecco gelado. Em seguida, deve agitar o cocktail com consistência e servi-lo de imediato.


O ponche de champagne e romã é uma bebida excelente para ir bebendo ao longo da noite de réveillon. No entanto, deve bebê-la com moderação, uma vez que se trata de uma bebida alcoólica.

1/2 xícara de água
1/2 xícara de açúcar
2 garrafas de 750 ml de champagne bruto
1 1/2 xícara de rum
1 1/4 de sumo de romã
Um limão fatiado
Sementes de romã
Folhas de menta fresca
Gelo

Modo de preparação
Em primeiro lugar, dissolva o açúcar na água e ferva-o em fogo brando dentro de uma panela pequena. Depois, aguarde que o preparado arrefeça e coloque-o com o champagne, o rum e o sumo de romã numa tigela grande. Adicione as rodelas de limão, sementes de romã e as folhas de menta e o gelo e sirva bem fresco aos seus convidados.


Depois destas deliciosas opções para servir Champagne na sua festa, não posso deixar de fazer um brinde a todos vocês por prestigiarem este blog por mais um ano. Desejo a todos vocês um 2012 repleto de felicidade, saúde, realizações, amor e, acima de tudo, que no ano vindouro muitas delícias gastronômicas venham surpreender seu  paladar. Feliz Ano Novo!

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

A compota do prazer e uma dieta diferente

Olá amigos (as) confrades, como se foram de Natal? Espero que bem...
Hoje eu estava pensando no que escrever aqui – e confesso que não me vinha outra coisa à mente que não fosse “dietas”.



Depois das farras gastronômicas natalinas, de tanto eu ouvir por aí o povo dizendo que tem que fazer dieta para compensar os excessos de gula no Natal, eu queria escrever sobre este assunto, mas de uma forma diferente. Eu queria mostrar uma dieta mais  fácil, que fosse interessante para ser feita e que não tivesse reclamações. Mas vi que isso era querer demais (risos)... daí o  jeito foi ser do contra mesmo, postar um doce, pra acabar de evz com a festa desse povo que só pensa em magreza.
Pra isso fiz melhor: fui pesquisar alguma destas simpatias pro Ano Novo e acabei descobrindo uma receita deliciosa chamada Compota do Prazer (retirada de um site bacana, que traz um montão de dicas legais para a entrada do ano novo (http://www.gilsonchveidoen.com.br/mantra2012. html#Algumas).


De acordo com o site acima citado esta receita da Compota do Prazer é muito antiga e, provavelmente, já é feita há mais de 6000 anos. Evidentemente, seus ingredientes foram adaptados a época em que vivemos de forma que a receita atual refletisse com bastante precisão os conteúdos de experiências que o seu saborear promove nas 9 Salas do Inconsciente Humano. Foram usados como referência relatos, a este respeito, descritos em pergaminhos muito antigos, descobertos no século XX por pesquisas arqueológicas realizadas no Oriente Médio.
Quem acredita nos poderes místicos da compota deve experimentar umas colheradas dela logo nas primeiras horas do ano novo – e que não acredita, bom, estes podem se esbaldar porque ela é uma delícia.
E só pra não ficar com a consciência pesada, por não falar de dietas (risos) segue abaixo um texto sobre uma dieta que eu recomendaria pra todo mundo.


UMA DIETA DIFERENTE - Autora: Cristina Fogaça, Gerontologa

O fim do ano está aí e sempre prometemos começar uma dieta no ano que vem. Que tal essa dieta? A DIETA DOS RELACIONAMENTOS
Você deve pensar: essa emagrece? Certamente mais que emagrecer, as pessoas estejam precisando fazer dieta dos relacionamentos. O que é isso? Como se faz? Vou tentar explicar, pois uma coisa é certa, você perde peso do que você carrega na vida. E não há emagrecimento melhor. Do que adianta você emagrecer, ficar bonito diante do espelho, mas no seu interior se sentir pesado?
Sabemos que quando o corpo acumula peso além do normal, é conseqüência do acúmulo de coisas variadas (açúcares, gorduras, etc) que precisam ser eliminadas, pois fazem mal a saúde. Então, logo pensamos em fazer dietas para emagrecer. Sofremos o que for preciso para perder alguns quilinhos.
As pessoas falam de tantas dietas: da lua, da sopa, jejum, do líquido, da USP e assim por diante. Mas também podemos pensar na dieta dos relacionamentos.

A dieta dos relacionamentos está relacionada às impurezas (sentimentos negativos, ódio, vingança, mágoa, inveja, egoísmos, etc), aos conflitos internos e das relações, do respeito às diversidades, da escalas de valores, o ego como produtor de impurezas em nossa vida. Certamente você deve ter alguém que um dia lhe deixou uma mágoa e que você gostaria de conversar e até hoje está engasgado e sempre ela vem no seu pensamento, incomoda, e você não teve a iniciativa de procurá-la. Não sabe o porquê do acontecimento, ou talvez saiba, mas por orgulho, não queira ir atrás.
Pare para pensar. Nada será resolvido, nada será passado a limpo, mesmo que seja para terminar uma amizade, uma relação, mas um peso ficará entre vocês. Então procure essa pessoa, converse e perca alguns quilos, mesmo que termine por aí.
Acho que todas as páginas de nossa vida devem ser viradas. Se alguma ficar dobrada, essa certamente ficará pesada e fazendo mal para nós mesmo. Não se preocupe com o que o outro irá pensar. Pense que você quer tirar essa impureza de dentro de você. Liberte os sentimentos negativos de dentro de você, saiba perdoar, não guarde ódio, não tenha inveja, não passe por cima das pessoas, não seja egoísta, não pense em somente si próprio, não seja negativo, mal humorado. Esses pesos, além de tudo, trazem doenças para seu organismo.
Como fazer? Esse é um treino que devemos ter paciência, pois levamos anos adquirindo esses pesos e não podemos querer perdê-los rapidamente. Devemos lembrar todo dia, em cada atitude. Assim como colocamos um objetivo de quantos quilos queremos perder, devemos colocar esses objetivos e lembrá-los sempre. Cairemos de vez em quando, mas voltaremos a eles e seguiremos. É treino e paciência. É ter consciência de que não somos os donos do mundo, apenas pensamos ser.
Mas mexer com essas coisas, talvez não seja fácil. Porém, quando conseguimos, a sensação que temos é que perdemos muito mais quilos do que nas dietas para perder peso. Isso só é possível através da abnegação. Abnegação não significa ódio a si mesmo, auto desprezo ou rejeição do ego. É a recusa em deixar que os interesses ou as vantagens pessoais governem o curso da vida de uma pessoa. E nada como o começo do ano, quando prometemos coisas novas em nossas vidas, até mesmo o famoso regime, mas nunca pensamos na dieta dos relacionamentos.
Pense nisso para 2012 em sua vida, ou melhor, para o resto da sua vida. A dieta dos relacionamentos restabelece a energia do amor. Assim como precisamos eliminar as impurezas que afetam o corpo, precisamos também eliminar as impurezas que afetam as nossas relações, Não deixe que os interesses ou vantagens pessoais governem o curso da sua vida. Aprendi com uma pessoa o seguinte: "ninguém pode ver os laços que nos unem, mas todos podem ver as intrigas que nos separam”. O ego é o maior produtor de impurezas da nossa vida. Para se satisfazer ele precisa se alimentar da gordura da realização dos nossos interesses e do açúcar da aparência de quem não somos.
Eu já estou fazendo a minha e sinto-me muito melhor. Que tal, iniciar esta dieta para uma melhor qualidade de vida? Então, comece agora.


Dito isso, já começo desejando dias saborosos para todos vocês em 2012. E para tanto, segue a receitinha da compota do prazer para que você a prepare com a intenção de já começar o ano novo com toda a energia positiva que o prazer de comer pode lhe proporcionar. Que ao se deleitar com esta compota vocês possam dar mais um impulso na direção dos objetivos para a felicidade almejada, dando assim inicio a belos dias de vida cheia de prazeres.


Ingredientes:
300 gramas de ameixas pretas e sem caroço
100 gramas de maçã desidratada
100 gramas de pêra desidratada
100 gramas de passas brancas
100 gramas de cerejas ao marrasquino, inteiras com toda a calda
100 gramas de nozes picadas
100 gramas de castanhas do Pará picadas
100 gramas de amêndoas sem pele picadas
um pouquinho de canela em pau
um pouquinho de cravo
1 rodela de limão
1 cálice de vinho tinto

Modo de Fazer: Faça uma calda colocando numa panela 2 xícaras de chá de açúcar para caramelizar. Então, 1 litro e meio de água fervendo. Misture bem o açúcar caramelizado com a água fervendo e coloque primeiro a maçã e a pêra desidratadas. Depois que estiverem quase cozidas, coloque o restante dos ingredientes começando pela ameixa. No final coloque o vinho. Deixe a Compota apurar por mais ou menos 40 minutos.
Algumas Observações: Se você resolver aumentar a quantidade dos ingredientes aumente, também, proporcionalmente a quantidade de calda. Se depois da Compota ficar pronta você achar que ela ficou com pouca calda, faça em uma outra panela mais uma medida de calda e quando ela estiver bem dissolvida a acrescente a Compota já pronta. E assim estará pronta a sua Compota do Prazer, que posta na geladeira poderá durar de 1 a 2 meses.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Mastiha: a incrível (e quase desconhecida) lágrima grega



A esta altura muitos de vocês já devem estar fazendo os preparativos de compras para a ceia do Natal. Acho tão bom sair para comprar ingredientes para as datas festivas porque sempre me pego observando as reações dos consumidores – e com isso, indiretamente, acabo percebendo alguns costumes á mesa.


Na ceia de Natal, geralmente, as pessoas querem impressionar os convidados, a família. E assim, todo ano as pessoas incluem uma novidade nos pratos que preparam. Basta ir ao supermercado para comprovar esta minha tese: lá, as pessoas ficam procurando ingredientes diversos, sofisticados, e a gôndola e as prateleiras das ervas e especiarias estão entre os lugares mais disputados – sendo seguidos pela prateleira dos panetones, pela gôndola das aves e carnes com corte de festa (tender, pernil, lombo, etc), pelas prateleiras de vinhos e pelas tendas que trazem todo tipo de nozes e frutas secas (vale lembrar que esta informação é uma análise do meu ponto de vista a partir do que vejo quando estou em compras).
Uma vez escutei de uma senhora furiosa que, “as pessoas se preocupavam mais com a ceia de Natal do que com o sentido dele”.  Aquela senhora bem poderia estar com a razão se não fosse pelo fato de que para algumas pessoas a ceia natalina está ligada à última ceia de Cristo ao lado de seus discípulos. E assim, de alguma forma, a ceia não seria de todo uma blasfêmia e talvez tenha alguma ligação religiosa mais profunda – mas não podemos negar que para outras pessoas o importante é a diversão, a comida e a bebida.
Sabe-se que a origem da Ceia de Natal surgiu de um antigo costume europeu de deixar as portas das casas abertas no dia de Natal para receber viajantes e peregrinos, e esses, juntamente com a família hospedeira, confraternizavam aquela data tão significativa para os cristãos. Para essa comemoração era preparada bastante comida, composta por diversos pratos. Essa tradição foi se espalhando pelo mundo e cada região acrescentando uma particularidade local, como, por exemplo, a adição do peru na ceia norte-americana, peculiaridade que logo passou a fazer parte dos costumes de outros países, como no Brasil.
É pensando na “adição de novos ingredientes para surpreender os paladares” que hoje venho falar de um ingrediente luxuoso, trata-se de  um dos produtos mais antigos comercializados pelos gregos e usado na gastronomia desde o Império Romano, que continua fazendo sucesso até hoje: A MASTIHA, resina aromática e de sabor único.

Mastiha
Mastiha (do grego: μαστίχα, significa claro), elemento onipresente na ilha grega de Chios, retirada da árvore skhinos (nome grego dado à árvore),  sendo seu principal produto de exportação – é o que sustenta a população rural e o orgulho dessa terra deslumbrante e aromática.
Chios - Grécia
Pouquíssimo conhecida no Brasil, a Mastiha, uma resina proveniente da espécie Pistacia lentiscus (primo do pistache) existe em todo o Mediterrâneo, mas só “chora” mastiha no solo do sul de Chios. É usada como especiaria e matéria-prima de produtos de beleza desde 189 a.C., época na qual era vendida em grandes quantidades para o Império Romano. Pela localização estratégica da ilha, situada no Mar Egeu bem no meio do caminho entre Grécia e Turquia, a mastiha (lá chamada miski) começou a se espalhar pelo Oriente Médio no século 6 d.C.
Flores da árvore skhinos
Lágrima de mastiha

E o que seria tão luxuoso neste produto? Primeiro, por ter um sabor e aroma peculiar. Segundo, por apresentar diversas propriedades terapêuticas comprovadas por pesquisas em todo o mundo (antibactericida, antioxidante, rica em zinco, age contra a arterioesclerose e disfunções do sistema digestivo, forte ação cicatrizante — é usada como princípio ativo em curativos hospitalares). 


Cada das árvores produz cerca de 150 gramas de resina por ano, somente durante o verão. Quando  é um corte nas árvores a cada quinze dias para não cansá-las. As incisões são precisas na parte inferior do tronco, e as primeiras gotas viscosas escorrerem lentamente (“choram”) até atingirem o chão calçado com cal. Porque a cal ao redor da raiz? Para refletir melhor a luz do sol e acelerar o processo de secagem da resina. Ela demora cerca de 15 dias para ficar no ponto certo de ser processada. Por “processada” entenda-se passar por limpeza para retirada de impurezas do solo e quebrada em pequenos pedaços, que são ensacados, transformados em pó ou mascados como chiclete por conta de sua ação anticéptica (aliás, ela foi a primeira goma de mascar do mundo)— mastiha é um produto natural, comercializado com o  selo PDO (Protected designation of origin) nas mais variadas formas, inclusive em pó para uso culinário. 

Resina de mastiha bruta, no chão com cal
Existe uma loja grega, em Chios, especializada em vender todo tipod e produtos com mastiha (sabonetes, cremes para o rosto, pasta de dentes, protetor solar, xampu, chá, massa de macarrão, petit four, azeite de oliva, chocolate, geleia, pasta de alho, etc.), a Mastihashop. Também disponível na internet (http://www.mastihashop.com), com entregas para todo o mundo, o empreendimento ocupa um imóvel de frente para o mar na avenida mais movimentada do centro da capital, a Aplotaria.
No Brasil, é possível comprar mastiha para uso culinário em algumas unidades da rede Arábia (http://www.arabia.com.br/site/);
A mastiha faz parte da cultura grega e do dia a dia dos moradores de Chios. Mais que isso, é um forte elemento cultural que resistiu ao tempo para provar o  amor dos gregos pelo sabor inconfundível e perfumado da mastiha – um ingrediente com personalidade forte, no melhor estilo grego de ser.

Licor de mastiha
Vale a pena experimentar incluir mastiha nas suas receitas de fim de ano. Eu  bem poderia ter colocado  este poste no  início do mês para que voces providenciassem logo, não é? Peço desculpa por isso, mas insisto, experimente Mastiha, comprem pelo menos  o licor, pela internet. Garanto qu e vão se apaixonar.
Abaixo deixo algumas receitas provenientes da Associação dos Plantadores de Mastiha (http://www.gummastic.gr/index.html ).  Obs.: Receitas de chefs consultores da Associação de Plantadores de Mastiha, de Chios, Grécia.

Submarino de mastiha (drink)

1 colher de chá de pasta de açúcar de Mastiha
gelo picado
1 / 4 xícara de licor Chios Mastiha
2 colheres de sopa de vermute seco

Na Grécia, um "Submarino" é uma colher de pasta de açúcar, aromatizada, branca como mármore, macia e mastigável. Seu nome deriva do fato de que a colher com pasta de açúcar é literalmente submersa em um copo de  água freca. Aqui, a idéia aqui é a mesma, mas em vez de água faremso uma especie de Martino modificado.

Preparo: Coloque 1 colher de chá de pasta de açúcar em um copo de martini cheio de gelo picado. Despeje o licor de Chios Mastiha e vermute numa coqueteleira, agite 4 vezes e despeje na taça de martini. Servir.


 Tabule morno de vegetais com mastiha

4 porções
200 g de trigo bulgur
200 ml de água ou de caldo de galinha
2 xícaras (chá) de água
6 colheres (sopa) de azeite extra virgem
1 colher (sopa) de abobrinha picada em pequenos quadrados 
1 colher (sopa) de cenoura picada em pequenos quadrados 
1 colher (sopa) de pimentão vermelho picado em pequenos quadrados 
1 colher (sopa) de pimentão verde picado em pequenos quadrados 
1 colher (sopa) de pimentão amarelo picado em pequenos quadrados 
1 colher (sopa) de cogumelos picados em pequenos quadrados 
1 colher (sopa) de azeite com infusão de mastiha
3 gotas de óleo essencial de mastiha
1/2 tomate picado em pequenos quadrados
Sal, azeite de oliva e pimenta a gosto

Preparo: Mergulhe o bulgur em água fria por cerca de 2 horas até que a água seja absorvida e o trigo fique suave e macio. Refogue no azeite durante 3 minutos todos os legumes cortados pequenos. Adicione o tomate, a água (ou caldo), e tempere com sal e pimenta. Assim que a água estiver borbulhando, abaixe o fogo e adicione o óleo de mastiha e o trigo; mexa bem. Retire quando o trigo estiver cozido; sirva quente, regado com um pouco de azeite e polvilhado com salsinha picada.

 Salmão em crosta de molho de mastiha

4 porções
1 kg de filés de salmão cortados em fatias grossas
100 g de farelo de pão tostado
150 ml de vinho branco seco
20 grãos de pimenta-rosa
1/3 de xícara (chá) de salsinha picada fresca
1/4 de xícara (chá) de azeite extravirgem
4 colheres (sopa) de pinhão cozido
2 colheres (sopa) de suco de limão
5 cebolas pequenas, brancas e roxas, finamente picadas
Sal e pimenta a gosto
Molho
150 ml de vinho branco seco
50 g de manteiga sem sal
2 colheres (sopa) de suco de limão
1/2 colher (sopa) de farinha de trigo
1 colher (chá) de mastiha finamente moída
2 gemas de ovo levemente batidas
Salsa para decorar

Preparo: Preaqueça o forno em temperatura alta. Tempere as fatias de salmão com sal e pimenta e coloque em uma assadeira. Misture azeite, suco de limão e vinho branco seco. Misture salsinha, cebolinha, pinhões, pão ralado e pimenta. Espalhe a mistura uniformemente sobre cada um dos pedaços de peixe. Asse-os, cobertos por papel-alumínio, até o peixe ficar macio ao toque do garfo. Molho: Em uma panela média, aqueça a manteiga em fogo baixo e, lentamente, adicione a farinha, mexendo para que não se aglutine. Cozinhe a farinha, mexendo sempre, até que ganhe um tom dourado. Lentamente, incorpore o vinho e o suco de limão; misture até que o molho fique cremoso. Retire do fogo e, imediatamente, incorpore os ovos e bata vigorosamente com um fouet.

 Filé-mignon com moscatel e mastiha

4 porções
4 pedaços de filé-mignon de cerca de 250 g cada um
1 copo (200 ml) de vinho Moscatel
4 colheres (sopa) de vinagre de vinho branco
2 colheres (sopa) de açúcar mascavo
1 colher (sopa) de azeite extravirgem
1/2 colher (chá) de mastiha moída na hora
Sal e pimenta a gosto

Preparo: Unte uma frigideira antiaderente com azeite e aqueça em fogo alto. Grelhe os filés por cerca de 3 minutos de cada lado. Tempere a gosto com sal e pimenta, retire do calor e coloque-os em prato aquecido. Na mesma frigideira, coloque o vinagre e o açúcar, reduza o fogo para médio, mexa e deixe cozinhar por 3 minutos. Despeje o vinho. Adicione o pó de mastiha, sal e pimenta; deixe o molho ferver por cerca de 4 minutos para que os sabores se fundam. Retire do fogo; sirva os filés em pratos individuais; coloque o molho sobre eles.

 Mastiha cheesecake

6 a 8 porções
420 g de cream cheese
100 g de açúcar
300 ml de creme de leite batido em chantilly
4 a 6 colheres (sopa) de calda de morango para guarnecer
2 colheres (sopa) de aceto balsâmico
2 cálices de licor de mastiha
2 folhas de gelatina incolor embebidas em água para amolecer
2 colheres (sopa) de iogurte grego
8 folhas de hortelã fresca, picada
3 gemas de ovo
3 claras de ovo
Morangos frescos para decorar

Preparo: Em banho-maria, com um fouet, bata as gemas, o açúcar e o licor de mastiha até a mistura ficar cremosa e pálida. Derreta a gelatina em um pouco de água quente e coloque-a na mistura do ovo. Adicione o cream cheese, o iogurte e as folhas de hortelã. Em outra vasilha, bata as claras até obter picos firmes e incorpore-as delicadamente na mistura de ovo. Despeje em formas individuais e refrigere por pelo menos 4 horas. Para servir, vire em um prato e decore com alguns morangos, calda de morango e vinagre balsâmico.

 Chocolate parfait com mastiha

6 porções

500 g de chocolate amargo, corte em pedaços pequenos
200 g de açúcar
500 ml de creme de leite
100 ml de água
2 colheres (sopa) de suco de limão
1/2 colher (chá) de mastiha moída
10 gemas de ovo

Preparo: Coloque açúcar, água, suco de limão e mastiha em pó em uma panela e, mexendo sempre, aqueça em fogo médio até que vire uma calda. Bata as gemas em uma batedeira até que fiquem amarelas e cremosas. Derreta o chocolate em banho-maria. Em um gotejamento lento, constante, bata o tempo todo e adicione a calda quente de gemas de ovo batido. Lentamente adicione o chocolate derretido e bata vigorosamente por mais 10 minutos em fogo baixo. Despeje o creme de leite e mexa levemente para combinar. Deixe a mistura esfriar à temperatura ambiente e coloque no congelador em um recipiente de metal ou de plástico; congele durante a noite e sirva.