Sexto mês do ano do calendário gregoriano, com 30 dias, Junho tem o seu nome derivado da deusa Juno, rainha dos deuses, mulher do poderoso Júpiter. Juno corresponde à deusa Hera da mitologia grega. Juno era a deusa que protegia a mulher casada e às suas obrigações seculares. Além de proteger o casamento, a deusa protegia e fortalecia o feto, protegia a mulher na hora do parto, aliviando-a. Por este motivo, Junho tradicionalmente, é tido como o mês ideal para realizar bons casamentos.
Juno |
Marcando o fim da primavera ou do outono, Junho começa o seu ponto astrológico com sinal em Gêmeos e termina com sinal em Câncer.
O nome do mês de Junho tem outra possível origem: seria homenagem a Lúcio Júnio Bruto – em latim Junius , considerado o fundador da Republica Romana.
Na Grécia no mês de junho era festejado Júpiter Olímpico, mês de festas e jogos que teriam sido iniciados por Hércules. Entre nós é o mês dos santos populares, das fogueiras e das canções invocando os seus milagres.
Este mês é representado por um jovem coberto com um manto verde escuro, com um cesto de fruta no braço e na mão uma águia.
Este mês também é consagrado as BORBOLETAS, símbolo de transformação, do Renascimento. Acredita-se que se alguém conseguir ver ao menos uma borboleta por dia durante este mês, será contemplado com muita boa sorte.
No Brasil, Junho é mês de festa – as festas juninas. E este termo também apresenta duas explicações: A primeira é em função das festividades que ocorrem durante o mês de junho. Outra versão diz que esta festa tem origem em países católicos da Europa e, portanto, seria em homenagem a São João. No princípio, a festa era chamada de Joanina.
São João |
Apesar de hoje serem festas católicas, as comemorações juninas antecedem o nascimento de Cristo. Em certa época e durante muito tempo os católicos passaram a associar esta celebração ao aniversário de São João, no dia 24 de junho, mais tarde, os festejos incluíram os dias de Santo Antônio (dia 13) e São Pedro (dia 29).
Ao longo dos anos, cada região do Brasil comemora de um jeito diferente. O que importa é o ingrediente principal: a alegria.
Hoje, as festas juninas são entendidas como uma oportunidade para juntar os amigos e a família e se divertir. E de experimentar maravilhas gastronômicas típicas desta data. Uma delas é o Aluá, bebida exótica de origem indígena, que encanta os paladares mais requintados.
Segundo o folclorista Luís da Câmara Cascudo, esse nome pode ser uma corruptela de “ao luar”, porque os escravos preparavam esse refresco à noite, ou que viria de uma comida árabe parecida com o manjar branco, chamada heluon - Doce bastante apreciado no Oriente, composto de farinha de arroz, manteiga e jogra, que é o açúcar retirado.
O aluá foi a coca-cola do Primeiro Império brasileiro. Por ser uma bebida muito refrescante, virou mania tomar aluá na Corte de Dom Pedro I. Mas essa bebida chegou primeiro na Amazônia, Ceará, Pernambuco, Paraíba e no Rio Grande do Norte. Era uma bebida portuguesa, mas que sofreu alterações por aqui. E era adoçada com rapadura.
Até mesmo na capital do Império, o aluá teve sua vez. Câmara Cascudo informa que em 1881, França Júnior, cronista do séc. XIX, evoca a popularidade do aluá durante o reinado de Pedro I na capital do Império: "No primeiro reinado o refresco em voga foi o aluá. O pote de aluá saía para o meio da rua, e o povo refrescava se ao ar livre, a vintém por cachaça". Uma senhora, amiga, relembrou da sua infância no interior do Ceará, quando o aluá era feito em todas as casas onde haviam festejos juninos. "Não se fazia quadrilha sem ter aluá em casa para servir ao povo todo".
O Aluá feito em Portugal era uma bebida adicionada de bagaceira, que é a cachaça feita de uva e que muita gente conhece também como grapa. Só que os índios da Amazônia também faziam um suco parecido, com abacaxi e com teor alcoólico bem mais baixo, porque eles usavam o abacaxi fermentado, que gerava uma pequena graduação alcoólica de 3%, metade da de uma cerveja Pilsen.
Então o aluá brasileiro misturou o culto religioso dos africanos, a colonização portuguesa e a culinária indígena. Daí, temos uma bebida genuinamente brasileira ou, no mínimo, a mais tradicional feita por aqui.
Hoje em dia você não encontra aluá em todas as esquinas, mas nos festejos juninos ela é uma bebida tradicional. Na Umbanda e no candomblé, o aluá é oferecido a Yemanjá.
Casa de Mãe Betinha |
Na casa de Mãe Betinha de Iemanjá Sabá (essa foto antiga é de lá), era tradicional servir aluá (lá chamados garaxó, de abacaxi ou milho). Eram jarras enormes, servidas nas festas para Ibeji, quando os erês se fartavam (e nós, mais crescidos um pouco, também). Nunca ouvi falar de outro terreiro em Pernambuco, com esta tradição que só ouvi falar de terem existido em casas muito antigas da Bahia.
Casca de 2 abacaxis bem maduros e lavados
2 litros de água filtrada
1 xícara de açúcar mascavo
6 cravos-da-índia
1 colher (chá) de gengibre ralado.
Modo de Preparo: Ponha as cascas de abacaxi em uma tigela grande e cubra com água. Cubra a panela com pano limpo e deixe descansar até o dia seguinte. Junte os demais ingredientes e deixe descansar por mais um dia. Coe a bebida para uma jarra e deixe na geladeira até o momento de servir, de preferência, num dia de muito calor.
Jarra de barro
Água
1 kg de milho seco
1 kg de açúcar mascavo
Cravo
Gengibre
Erva doce
Modo de preparo: Torre o milho no forno por 20 minutos. Em seguida, moa os grãos, despeje-os em uma jarra de barro com água e acrescente o açucar. Deixe a mistura descansar por 24 horas. Depois acrescente o cravo, o gengibre e a erva doce, também batidos, e deixe por mais um dia. Coloque gelo e a bebida está pronta para ser servida.
2 litro(s) de água
500 gr de rapadura
3 unidade(s) de limão
200 gr de casca de abacaxi
Modo de Preparo: Escolha, lave e leve o milho ao sol, para secar. Bote uma caçarola, sem gordura nenhuma, ao fogo, coloque o milho e mexa para tostar todo por igual e depois retire do fogo e deixe esfriar. Ponha a água numa jarra com o milho já frio. Tampe bem a jarra e deixe em Infusão durante oito a dez dias, todos os dias dê uma mexida e, logo em seguida, tampe a jarra. No dia de servir, raspe ou corte em pedaços pequenos as rapaduras e coloque tudo dentro da jarra, já com a água e o milho. Mexa bem até dissolver as rapaduras e as cascas de abacaxi. Coe num coador de pano. Coloque o suco dos limões. Caso prefira mais doce, pode botar mais açúcar, de acordo com o gosto da pessoa. 0 aluá também pode ser feito com açúcar comum.
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