Ainda lembro-me de quem recebi os últimos alfajores que comi este ano: em penúltimo lugar, o alfajor artesanal requintado na decoração – presente da Baronesa do Cratinho de Açúcar (Célia Augusta); e em último, os alfajores Havanna que ganhei de minha prima Bárbara – todos vindos da Argentina, adquiridos em viagens.
Não resisto a estas maravilhas por dois motivos: amo chocolate e doce de leite – e o alfajor tem isso tudo junto! E os Havanma, em particular, são os meus preferidos.
Hoje deu vontade de comer um e fui às lojas americanas, pois lá tem uma marca bem genérica de alfajores, mas que no caso do desejo ajuda a saciar a vontade de comer o doce.
Alfajor vendido nas Lojas Americanas |
Pensando nesta predileção por alfajores resolvi ir buscar mais informações sobre sua origem para acabar com uma dúvida que eu sempre tive: eu já tinha ouvido alguém falar que o alfajor não é argentino – que ele seria uma apropriação gastronômica feita pelos hermanos. E veja só o que descobri com as pesquisas:
Aqui na América do Sul muita gente cita três países como sendo o berço de origem dos alfajores: Argentina, Uruguai e Peru. Mas, pasmem, acabei descobrindo que a história do alfajor está muito além destas terras. E é preciso cruzar o atlântico e chegar até as terras árabes para então lá encontrar o verdadeiro torrão natal dos alfajores.
SIM, O ALFAJOR TEM ORIGEM NA COZINHA ÀRABE.
Por lá, seu verdadeiro nome é “al hasú” termo que significa recheado, Foi com a presença dos árabes na Espanha no ano de 711 que o alfajor tornou-se mais conhecido no ocidente, tendo em 1896 ganhado o formato redondo que se conhece atualmente.
Assim o Alfajor aprendeu a falar castelhano (por volta de 711), quando a Espanha foi dominada pelos visigodos, cujo último rei, Rodrigo, foi derrotado pelos árabes. Posteriormente, a influência árabe durante séculos marcou o desenvolvimento da cultura espanhola, que, entre outras coisas, aprovou o doce típico (ainda hoje existe em Medina Sidonia, na província da Andaluzia, um grupo de produtores que preserva alfajores com a receita secreta original antiga, transmitida de pai para filho por meio de primogenitura). Nos séculos posteriores, e da conquista espanhola de novos portos, a divulgação de receitas antigas tomou próprio curso onde cada família guardava sua receita como se guardasse uma jóia .
A pobreza e o desemprego no campo foram os responsáveis pela imigração espanhola na América do sul. Começaram a chegar na década de 1880. Imigraram em grande número para o Brasil e outros países da sul América até 1950, período em que entraram cerca de 900.000 espanhóis na América do Sul e eram principalmente oriundos da Galícia e Andaluzia.
Era desconhecido em nosso continente o significado da palavra alfajor até o início do século XIX. O Alfajor é uma tradição espanhola de Córdoba onde nos conventos e casas religiosas do século XVIII, eram preparados por mãos hábeis, entre outras iguarias, um ofício feito de dois bolos quadrados, unidos por caramelo, coberto por um glacê de açúcar comprimido chamado tableta. O pioneiro dos alfajores argentinos foi, em 1869, D. Augusto Chammás (químico francês que chegou em 1840) que inaugurou uma pequena indústria familiar dedicada à confecção de doces e outros confeitos.
Na Argentina o alfajor é um produto de primeira necessidade, onde virou produto nacional, os mais conhecidos sem dúvida são os Havanna (A mais famosa delas, Havanna, data de 1948 e possui mais de cento e oitenta lojas no país.), Abuela Goye (o segundo melhor no meu conceito),Balcarce, Tofi, Águila, Cadbury.
E não seria justo eu falar de alfajores e te fazer atravesar o atlântico ou mesmo cruzar a America do sul para comer um bom alfajor, não é?! Então, deixo abaixo uma receitinha fácil de fazer e que resolve muito bem a fome pro alfajores.
Alfajor
Ingredientes
Massa:
250 g de manteiga
1 xícara (chá) de açúcar (160 g)
3 gemas
2 ½ xícaras (chá) de amido de milho (250 g)
1 ½ xícaras (chá) de farinha de trigo (180 g)
½ xícara (chá) de Cacau em Pó (36 g)
1 colher (chá) de bicarbonato de sódio
1 colher (chá) de fermento em pó
1 colher (café) de aroma de baunilha
1 colher (sopa) de conhaque
raspas de 1 limão
Recheio:
400 g de doce de leite pastoso
1 colher (sopa) de conhaque
Cobertura:
750 g de Cobertura de Chocolate picado
Modo de Fazer: Prepare a massa: bata a manteiga e o açúcar e, sem parar de bater, acrescente as gemas uma a uma, até obter um creme esbranquiçado e leve. Acrescente então o amido de milho, a farinha, o cacau, o bicarbonato, o fermento, o aroma de baunilha, o conhaque e as raspas de limão. Misture até formar uma massa homogênea, cubra com filme plástico e leve à geladeira por cerca de 10 minutos. Polvilhe uma superfície limpa e seca com farinha de trigo e abra a massa com a ajuda de um rolo até ficar com uma espessura de 3 mm, como massa de biscoito. Corte a massa em quadradinhos de 2,5 cm. Acomode-os em uma assadeira untada e enfarinhada. Preaqueça o forno a 180ºC e asse por cerca de 15 minutos ou até começar a dourar. Retire do forno e com a ajuda de uma espátula, coloque os quadrados sobre uma grelha para esfriar. Para o recheio, reduza o doce de leite: coloque-o em uma panela e leve em fogo médio mexendo sempre, para não grudar, por 5 minutos ou até que o doce esteja bem firme. Junte o conhaque e mexa bem. Espalhe o recheio sobre a massa fria e, em seguida, feche-a, formando uma espécie de "sanduíche". Cobertura: derreta o chocolate em banho-maria ou no microondas, na potência média por cerca de 4 minutos, mexendo na metade do tempo. Transfira para outro refratário limpo e seco, coloque este sobre uma travessa com água fria. Mexa continuamente, resfriando-o por igual. Você saberá o ponto certo para banhar quando colocar uma porção de chocolate sob os lábios e sentir que ele está "frio". Com o auxílio de um garfo, mergulhe cada alfajor no chocolate temperado, escorra os excessos e leve à geladeira por 5 a 10 minutos, o suficiente para secar.
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