Todo começo de ano eu
escuto que, no Brasil, o ano só começa de fato depois do carnaval. E hoje eu
fique me perguntando se antigamente ocorria o mesmo na Grécia – país de origem
do carnaval.
Eu, particularmente
não sou dado ao carnaval. Mas acho interessantíssima a movimentação para
observar o comportamento humano. Vejo muita gente hipócrita recriminando este
período, tecendo adjetivos dos mais baixos para desqualificar os brincantes
carnavalescos. E isso não é de hoje. Se formos observar a história de como tudo
isso começou, a hipocrisia foi a responsável por transformar ritos de veneração
aos deuses gregos em “festas profanas”.
Aí eu me coloco:
Quando o homem era politeísta e se submetia aos seus ridos de adoração para
agradar aos seus deuses, para a sociedade da época, ele estava cumprindo sua
obrigação religiosa sem recriminação. Depois, com a intervenção do
cristianismo, com seu puritanismo de fachada, tudo ganhou um sentido
pecaminoso... não estou aqui pra
discutir religiosidade. Apenas queria deixar claro que, na maioria das vezes,
os interesses de alguns, acabam distorcendo tudo. Por tanto não vou qualificar
aqui o carnaval como festa profana. Pois o politeísmo veio antes do
cristianismo em muitas sociedades.
O carnaval é uma
comemoração que se originou na Grécia em meados dos anos 600 a 520 a.C.,
destinada a celebração, veneração e adoração de deuses gregos, especialmente
Baco, o deus do vinho e da embriaguez. Através dessa festa os gregos realizavam
seus cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e pela
produção.
Passou a ser uma
comemoração adotada pela Igreja Católica em 590 d.C.. É um período de festas
regidas pelo ano lunar no cristianismo da Idade Média. O período do carnaval
era marcado pelo "adeus à carne" ou do latim "carne vale"
dando origem ao termo "carnaval". Durante o período do carnaval havia
uma grande concentração de festejos populares. Cada cidade brincava a seu modo,
de acordo com seus costumes.
O carnaval moderno,
feito de desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX.
A cidade de Paris foi o principal modelo exportador da festa carnavalesca para
o mundo. Cidades como Nice, Nova Orleans, Toronto e Rio de Janeiro se
inspirariam no carnaval parisiense para implantar suas novas festas
carnavalescas. Já o Rio de Janeiro criou e exportou o estilo de fazer carnaval
com desfiles de escolas de samba para outras cidades do mundo, como São Paulo,
Tóquio e Helsinque.
A festa carnavalesca
surgiu a partir da implantação, no século XI, da Semana Santa pela Igreja
Católica, antecedida por quarenta dias de jejum, a Quaresma. Esse longo período
de privações acabaria por incentivar a reunião de diversas festividades nos
dias que antecediam a Quarta-feira de Cinzas, o primeiro dia da Quaresma.
A palavra
"carnaval" está, desse modo, relacionada com a ideia de deleite dos
prazeres da carne marcado pela expressão "carnis valles", que, acabou
por formar a palavra "carnaval", sendo que "carnis" em
latim significa carne e "valles" significa prazeres.
Em geral, o carnaval
tem a duração de três dias, os dias que antecedem a Quarta-feira de Cinzas. Em
contraste com a Quaresma, tempo de penitência e privação, estes dias são
chamados "gordos", em especial a terça-feira (Terça-feira gorda,
também conhecida pelo nome francês Mardi Gras). O termo mardi gras é sinônimo
de Carnaval.
Quando o cristianismo
chegou já encontrou esta festa, dita orgiástica, no uso dos povos. Pelos seus
caracteres libertinos e pecaminosos, foi a princípio condenada pela Igreja
Católica. Porém, em 590 d.C. ela própria oficializou o carnaval dando origem ao
“carnaval cristão”, quando o Papa Gregório I, o Grande, marca definitivamente,
a data do carnaval no calendário eclesiástico. A partir de então, a Igreja
tolerou melhor a festa e até passou a estimulá-la. Com o Papa Paulo II
(1461-1471) foi organizada a festa de carnaval, com a promoção de corridas de
cavalos, anões e corcundas, lançamentos de ovos, etc. Em 1582, o Papa Gregório
XII promoveu a reforma do calendário Juliano, passando a se chamar Juliano
Gregoriano, em uso até hoje pelos católicos, e estabeleceu em definitivo as
datas do carnaval.
Nos períodos de
repressão pela Igreja, a festa do carnaval sempre acontecia, quando os noviços organizavam
a “festa dos bobos” em 28 de dezembro. Durante o evento elegia-se um bispo ou
“abade dos bobos”. Realizavam danças na Igreja e na rua, procissão e missa
simulada. Nesse momento os clérigos usavam máscaras e roupas de mulheres, ou
vestiam os hábitos de trás para frente, seguravam o missal invertido (livro que
contém as orações da missa), jogavam cartas, cantavam cânticos imorais e
falavam mal da congregação.
Igualmente, a “festa
dos inocentes” era uma espécie de carnaval regada a muita bebida e comida,
encenavam peças e inversões de todos os tipos. As escrituras sagradas eram
totalmente travestidas e parodiadas. Os rituais eram organizados pela Igreja
Católica, de modo que a Instituição era ridicularizada e questionada em eventos
carnavalescos.
Embora muitos Papas
tenham estimulado esses festejos, outros o combateram vivamente como Inocêncio
II. Esta festa pagã acontece todos os anos no mês de fevereiro, em todo o
mundo. Constitui-se a época de mais uma celebração de inspiração satânica,
apresentando-se como uma manifestação que dilacera a espiritualidade.
GRAVURA : A Festa dos Bobos 1560, de Pieter Van der Heyden (*1530 +1575) COLEÇÃO ORIGINAL : Museu de Gravelines |
O Combate de carnaval e da quaresma", 1559, de Pieter Bruegel |
Resumo da ópera
(baseado no senso comum hipócrita): São quatro dias ao som de ritmos frenéticos
e alucinantes (em algumas cidades brasileiras estes dias podem ser mais que
quatro), regados a muita bebida alcoólica e à prática do sexo sem limites -
pois o culto a sensualidade já traça o compasso de espera e é a marca
registrada dos participantes que enchem ilusoriamente seus corações, numa
prática que, neste espaço de tempo, cedem, sem nenhum temor a Deus, as suas
luxúrias, na ignorância de que na quarta-feira, confessando seus excessos
pecaminosos, através da figuração das cinzas, serão de seus pecados perdoados,
como se Deus tivesse permitido, dado o seu aval para outros deuses serem
venerados e adorados nesta ocasião.
Eu pergunto: Será que
os hipócritas acham que Deus não vê as hipocrisias geradas dentro da sua
Igreja? Será que só os foliões são a encarnação do profano? Para mim Deus é
justo – e só ele pode julgar. Um dia no futuro, talvez, o cristianismo seja
considerado como uma religião pagã, como ocorreu com as religiões anteriores a
ele. E aí?
Para não desagradar a
ninguém e deixar todo mundo no pique do carnaval, esta Confraria vai deixar
duas recitas que vão alegrar os dias dos foliões: primeiro, por sua
praticidade; segundo, porque fornecem energia suficiente para os brincantes se
divertirem, sem culpa.
Talharim
ao molho de limão
1 colher de azeite
200g de champignon
3 dentes de alho picados
1/2 xícara de chá de vinho branco
casca ralada e suco de 2 limões
1 xícara de chá de creme de leite
100g de queijo ralado
300g de talharim
sal a gosto
Preparo: leve ao fogo alto
uma panela grande com água salgada e deixe ferver. Enquanto isso prepare o
molho: aqueça o azeite, junte o champignon e o alho e refogue por 3 minutos.
Adicione o vinho , a casca e o suco de
limão. cozinhe por mais 2 minutos e retire
do fogo. .Coloque a massa na água fervente mexa bem e cozinhe al-dente. escorra
e devolva a panela levando ao fogo baixo. adicione rapidamente o cogumelo cozido e o creme de leite, mexendo
sem parar . polvilhe o queijo ralado aos poucos
para que ele dissolva por igual. sirva
em seguida.
Tequila
Sunrise
1 dose(s) de tequila ouro
3 dose(s) de suco de laranja
quanto baste de xarope de groselha para
decorar
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