E
para aliviar este calor infernal, que tal um sorvete?
Qual o seu sabor
preferido? Eu gosto de todos os que
tenham chocolate (risos). Embora eu também goste dos sorvetes com combinações
exóticas, que hoje em dia as pessoas chamam de sorvetes gourmet (risos).
No
entanto, você sabia que esse danadinho gelado e refrescante é um Matusalém?
(Para quem não sabe, Matusalém é geralmente conhecido por ser o personagem mais
longevo de toda a Bíblia, tendo vivido por 969 anos, sendo que o ano de sua
morte coincidiria com a ocasião do dilúvio, embora isto não seja mencionado
expressamente pela Bíblia, sendo apenas um cálculo aritmético considerando que
o dilúvio ocorreu quando Noé tinha 600 anos. Matusalém tornou-se um jargão
popular no Brasil para designar algo ou alguém muito velho. Daí a expressão
"mais velho que Matusalém"). Pesquisas mostram que o sorvete foi
inventado há cerca de 3 mil anos pelos chineses!
No
início, o "sorvete" era feito com neve, suco de fruta e mel - uma
espécie de raspadinha de gelo. Outras pesquisas apontam o líder Alexandre, o
Grande como o introdutor do sorvete na Europa e a sua "receitinha"
era um pouco diferente da usada pelos chineses: uma mistura de salada de frutas
embebida em mel e resfriada em potes de barro guardados na neve.
Mas
foi em 1292 que o sorvete começou a tomar a forma que conhecemos hoje, quando o
famoso viajante italiano Marco Polo voltou à Itália de uma viagem à China
cheio de novidades como: arroz, macarrão e sorvete feito com leite. A partir
daí, o sorvete começou a ser fabricado e muito consumido em toda a Itália, ao
ponto de hoje o sorvete italiano ser reconhecido como um dos melhores do mundo.
Por lá, em qualquer lugar pode-se encontrar uma gelateria, ou seja, uma
sorveteria (em italiano, sorvete se fala gelato).
Da Itália, o consumo do sorvete espalhou-se por toda a Europa, até que os ingleses o levaram para os Estados Unidos. Lá, a história dos sorvetes ganhou importantes capítulos.
Da Itália, o consumo do sorvete espalhou-se por toda a Europa, até que os ingleses o levaram para os Estados Unidos. Lá, a história dos sorvetes ganhou importantes capítulos.
Nos
EUA, país que mais fabrica e mais consome sorvetes no mundo, dois fatos
importantes ocorreram para tornar este alimento ainda mais popular: em 1851,
Jacob Fussel abre a primeira fábrica de sorvetes do mundo! Pela primeira vez,
os ‘ice creams’ passariam a ser produzidos em muita quantidade.
Jacob Fussel |
O
segundo fato, que mudou a história do sorvete, foi a invenção da refrigeração
mecânica, ou seja, das geladeira. Ainda bem, porque se não fosse essa grande
invenção, pessoas que moram em lugares quentes, como os brasileiros, teriam que
viajar para longe se quisessem apreciar um sorvetinho!
A
Rainha e o sorvete de Bacuri
Se
Einstein queimou a boca, a rainha Elizabeth II refrescou o paladar em terras
tupiniquins.
Em visita ao Rio em 1968, a rainha cumpriu uma longa lista de eventos oficiais com pausa apenas para visitar a Confeitaria Colombo. Ficou encantada com o sorvete de bacuri, fruta exclusiva da Amazônia. Ela gostou tanto que levou várias latas de polpa da fruta para a Inglaterra.
Em visita ao Rio em 1968, a rainha cumpriu uma longa lista de eventos oficiais com pausa apenas para visitar a Confeitaria Colombo. Ficou encantada com o sorvete de bacuri, fruta exclusiva da Amazônia. Ela gostou tanto que levou várias latas de polpa da fruta para a Inglaterra.
Um
pouco maior que uma laranja, doce e cheiroso, o bacuri já foi sobremesa dos
grandes banquetes oficiais oferecidos pelo Brasil.
Bacuri era a fruta preferida do Barão do Rio Branco, que acrescentou a compota de bacuri ao cardápio do Itamaraty. Ele dizia que tinha “gosto de flor”.
Bacuri era a fruta preferida do Barão do Rio Branco, que acrescentou a compota de bacuri ao cardápio do Itamaraty. Ele dizia que tinha “gosto de flor”.
Quem
nunca comeu gelado, quando come queima a língua
Os
primeiros sorvetes desembarcaram no Brasil na década de 1830, mas não
agradaram. Nossos ancestrais achavam que o alimento queimava a língua.
Já o primeiro carregamento de gelo chegou quatro anos depois. Um italiano pediu autorização para produzir gelo com uma máquina pneumática. O primeiro requerimento foi negado pelo Império, por dizer sobre o “gosto sensual” do gelado. Só com o texto rescrito a autorização foi concedida.
Já o primeiro carregamento de gelo chegou quatro anos depois. Um italiano pediu autorização para produzir gelo com uma máquina pneumática. O primeiro requerimento foi negado pelo Império, por dizer sobre o “gosto sensual” do gelado. Só com o texto rescrito a autorização foi concedida.
O
governador Diogo de Sousa fez sorvete de chuva em Porto Alegre. Aproveitando as
geadas, comuns nos idos de 1812, cristalizou um sumo de frutas cítricas em
pleno ar livre.
O
Sorvete no Brasil
Vem
do Rio de Janeiro a notícia do primeiro sorvete vendido no Brasil. Um navio
americano chamado Madagascar aportou na cidade em agosto de 1834 com 217
toneladas de gelo.
Dois comerciantes cariocas compraram a carga e em 23 de agosto começaram a vender sorvetes de frutas aos cariocas. Naquela época, os sorvetes ainda eram chamados de "gelados" no Brasil.
Dois comerciantes cariocas compraram a carga e em 23 de agosto começaram a vender sorvetes de frutas aos cariocas. Naquela época, os sorvetes ainda eram chamados de "gelados" no Brasil.
Sabe-se
que aquela época para usar gelo em alguma preparação era preciso conservá-lo
para que ele não derretesse: as barras de gelo eram então envoltas em serragem
e enterradas em grandes covas. Esse processo ajudaria a manter o gelo por
quatro a cinco meses.
Antes
do sorvete, as mulheres eram proibidas de entrarem em bares, cafés, docerias,
confeitarias. Mas quando o sorvete chegou ao nosso no Brasil, as mulheres não
se conformaram mais com essa convenção e passaram a invadir estes lugares para
saborearem os gelados.
Em
São Paulo, a primeira notícia de sorvete que se tem registro é de um anúncio no
jornal A Província de São Paulo, de 04 de janeiro de 1978, que dizia:
"Sorvetes - todos os dias às 15 horas, na Rua direita nº 14."
Cabe
lembrar que naquela época não haviam muitos espaços para conservar o sorvete
depois de pronto, as sorveterias anunciavam a hora certa de tomá-lo, causando
alvoroço na cidade. Até as mulheres, que então eram proibidas de entrar em
bares, cafés e confeitarias, resolveram quebrar o protocolo e fizeram fila para
experimentar a novidade.
A
primeira fábrica de sorvetes do Brasil foi a U.S. Harkson do Brasil, fundada em
1941 no Rio de Janeiro. Por
muitas décadas o Brasil manteve sua produção artesanal de sorvete. Até a ameaça
de guerra entre China e Japão repelir a U.S. Harkson de Xangai para o Rio de
Janeiro, em 1941. Subsidiária de uma companhia norte-americana, a empresa iniciou
produzindo ovos desidratados, mas para ocupar o tempo ocioso que a fábrica mantinha
no verão a Harkson adotou a milenar receita chinesa. Os sorvetes lhe trouxeram
prosperidade: a empresa se orgulhava de recordes como três milhões de picolés
vendidos em um fim de semana.
Com
uma sede novinha, a empresa se programou para manter-se popular em vendas. Para
tanto, em 1942, inicia a circulação dos primeiros carrinhos azuis e amarelos
pelas ruas do Rio de Janeiro: as cores, herança dos tempos em Xangai,
acrescentou-se o nome: Sorvex Kibon.
O
sorvete começou a ser distribuído em escala industrial no país em 1941, quando
nos galpões alugados da falida fábrica de sorvetes Gato Preto, no Rio de
Janeiro, instalou-se a U.S.Harkson do Brasil. Seu primeiro lançamento em 1942 foi o Eski-bon, seguido pelo
Chicabon. Dezoito anos depois, a Harkson mudou o seu nome para Kibon.
Em
quarenta anos surgiram os tijolinhos de sorvete e sabores clássicos como
chocolate e morango e apareceram os de frutas tropicais. O marketing era pesado
com campanhas extravagantes onde aviões sobrevoavam praias cariocas e jogavam
picolé de paraquedas.
No
ano de 1949, o consumo em São Paulo acabou fazendo com que os sorvetes fossem
produzidos também naquela cidade – no ano seguinte a fabrica do RJ e a de SP
tiveram que expandir para atender a alta demanda pelos produtos.
Até
o final da década de 50, apareceriam: o sorvete em copinho e em lata, sundaes,
picolés de frutas tropicais e bolo gelado.
A empresa já mudara o nome para Kibon
e dominava comerciais na TV aberta - a marca chegou a patrocinar episódios do
Sítio do Pica-pau Amarelo, em 1953; e dois anos depois, estrearia programa
próprio, a Grande Ginkana Kibon, que revelava talentos mirins da dança e da
música, se convertendo em líder de audiência da TV Record, permanecendo nove
anos no ar.
Os anos se passaram e o sorvete caiu mesmo no
gosto do brasileiro. Segundo a Associação Brasileira de Indústrias de Sorvete
(ABIS), em 2006 tivemos um consumo de 507 milhões de litros. Mas, apesar do
aumento do consumo, a taxa em torno de 2,7 litros por pessoa ao ano ainda é
baixa, se comparada com outros países de clima frio ou com a Nova Zelândia,
campeã da lista. Por lá a média ultrapassa 26 litros por habitante!
Para
incentivar o consumo de sorvete o ano todo e não apenas no verão, a ABIS
instituiu o dia 23 de setembro como o Dia Nacional de Sorvete. Se você é fã da
guloseima, delicie-se, mas com moderação. Afinal, a maioria dos sorvetes contém
alto índice de gordura saturada e hidrogenada. Dê preferência aos picolés de
fruta ou a outros sorvetes sem gordura, que são muito mais saudáveis.
Curiosidades
No
interior do Brasil, durante muito tempo, o sorvete foi ignorado. O sertanejo se
recusava a tomá-lo por ser frio demais, suspeitando que desequilibrasse o calor
interno.
O
imperador do Brasil, D. Pedro II, era louco por sorvete de pitanga.
Não
demorou muito para os sorvetes brasileiros ganharem um toque tropical,
misturados a carambola, pitanga, jabuticaba, manga, caju e coco.
Até
o século XIX, o sorvete era considerado alimento de gente rica. As damas da
nobreza chegavam a brigar entre si (puxar o cabelo e sair na unha), porque uma
roubava da outra o mestre sorveteiro.
O
inventor da máquina de sorvetes foi o florentino Procópio Coltelli, que abriu
em 1660 a primeira sorveteria de Paris (o Café Procope), ainda hoje o
estabelecimento mais antigo da cidade.
Diz
a lenda que Carlos I, da Inglaterra (marido da neta de Catarina), pagava uma
pensão vitalícia a seu sorveteiro exclusivo, com a condição de que ele não
revelasse a receita para ninguém. Seus sorvetes, em forma de ovo, tinham a
casca de baunilha e a gema de framboesa.
Outra
lenda famosa é a do imperador Nero de Roma, que, de tão louco pela iguaria,
mandava um exército de escravos escalar até o alto das montanhas para colher
neve e depois misturá-la com mel e frutas.
Outras
invenções ligadas ao sorvete
Picolé - Foi
inventado em 1905 por um menino de 11 anos chamado Frank Epperson, que esqueceu
no quintal um copo de refresco com uma colher dentro durante uma noite de
inverno. De manhã, ele notou que a bebida e a colher haviam congelado juntas.
Casquinha
-
A casquinha foi inventada por um vendedor de waffles de origem Síria, E. A.
Hamwi, que, em 1904, teve a ideia de enrolar waffles em forma de cone. Mas por
quê? Simples: o vendedor de sorvetes que dividia o carrinho com Hamwi cansou-se
de ver seus copos e pratinhos sendo roubados pelos clientes.
Sabores
tropicais - Os brasileiros criaram sorvetes e picolés de sabores
tropicais como maracujá, carambola, pitanga, jabuticaba, manga, caju e coco.
Ice
Cream Soda - inventado em 1879, nos Estados Unidos, por Fred Sanders.
Sorvete
Carioca ao Creme Andaluz
Em uma
panela, junte 1 e meia xícara (chá) de leite, 4 cravos da Índia e 1 pau de
canela. Cozinhe até ferver. Retire do fogo, acrescente 1 colher (café) de
essência de baunilha, coe e deixe esfriar. Bata na batedeira 4 gemas e meia
xícara (chá) de açúcar até obter um creme claro e fofo. Junte o leite frio e 1
embalagem de creme de leite (375g). Distribua o creme em tigelas refratárias,
rasas, redondas com cerca de 10 cm de diâmetro. Coloque as tigelinhas numa
assadeira em banho-maria e leve para assar em forno médio (180°C) por cerca de
1 hora ou até a superfície do creme ficar firme. Sirva 1 bola de sorvete sobre
cada tigelinha de creme morno ou frio. Rendimento: 6 a 8 unidades
Tartelletes
de Marzipã Recheadas de Sorvete de Morango regadas com
Calda
de Chocolate
Marzipã: Triture 2 xícaras (chá) de amêndoas cruas sem
pele (300g) até obter uma farofa fina. Numa tigela, junte a farofa de amêndoas,
¾ xícara (chá) de açúcar de confeiteiro (110g), 1 clara ligeiramente batida e
cerca de 1 colher (chá) de essência de amêndoas. Amasse bem até obter uma massa
homogênea. Deixe a massa descansar por 30 minutos. Com o auxílio de um rolo,
abra a massa bem fina e forre o fundo e as laterais de forminhas de fundo
removível (com cerca de 10cm de diâmetro por 3 cm de altura cada). Leve ao
forno médio (180ºC), preaquecido por cerca de 25 minutos ou até a massa ficar
dourada. Retire do forno e deixe esfriar. Calda: Numa panela, misture 6
colheres (sopa) de água e meia xícara (chá) de creme de leite fresco. Junte 2
colheres (sopa) de manteiga sem sal (40g), meia xícara (chá) de açúcar e 3
colheres (sopa) de chocolate em pó. Misture bem. Leve ao fogo brando e cozinhe até obter uma
calda homogênea. Recheio: Recheie cada
tartellete com 1 bola de Sorvete de Morango da Kibon. Regue com a calda quente
e sirva em seguida. Rendimento: 8 porções
Sopa
Doce com Sorvete de Maracujá
2
xícaras (chá) de leite
1
colher (sopa) de maisena
2
colheres (sopa) de açúcar
1 gema
meia
colher (chá) de essência de baunilha
sorvete
de maracujá
Preparo: Em uma panela, junte o leite, a maisena, as
colheres de açúcar e a gema. Misture bem e leve ao fogo brando, mexendo sempre
até começar a encorpar. Retire do fogo, junte meia colher (chá) de essência de
baunilha e espere esfriar. Num prato
fundo sirva 2 conchas pequenas da sopa e 1 bola de sorvete de Maracujá.
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