Eu não escondo pra
ninguém que sou formiga! Mas sou uma formiga com classe. Assim sendo, eu estava na ânsia pra comer um
bom doce, e me pus a rastrear na memória algo que eu ainda não tivesse
preparado.
A resposta pra minha
busca nem precisou me cansar a mente. Porque naquele momento eu estava ouvindo
uma das músicas que mais gosto: How can I go on, na clássica interpretação em
que Freddie Mercury & Montserrat Caballé cantaram na abertura das
Olímpiadas de Barcelona, 1992. Pronto, já tinha daí o doce que eu faria. Como?
Sempre fui encantado
pelo canto lírico – até já tinha cantando um pouco dele na época em que fiquei
4 anos em um coral da minha cidade - bons tempos... E para mim, depois de Maria
Callas, Montserrat Caballé é a maior diva dessa área. Sempre ouvi muita coisa
cantada por ela - interpretações singulares, como a da música citada
anteriormente. O fato é que, no Brasil, muita gente também curte o trabalho
dessa soprano espanhola, principalmente no sul.
E o pessoal do sul,
curtem tanto que fizeram um doce para homenagear a Montserrat Caballé. Em 1998
essa grande diva lírica veio ao Brasil para algumas apresentações, numa dessas,
em Pelotas, em 28 de março 1998, depois de sua apresentação num espaço público
daquela cidade, Montserrat Caballé foi recepcionada na residência da Família
Assumpção Gertrum – Villa Judith – onde lhe foi oferecido um jantar. Depois do
jantar, doces finos de Pelotas foram presenteados à Montserrat Caballé, e um
foi criado especialmente para ela, e lhe deram o nome de Montserrat – uma
mistura de gemas, açúcar leite condensado e nozes. Os presentes no evento
disseram que a cantora ficou imensamente lisonjeada com o carinho – e passaria
a ser eternizada também através da fina doçaria pelotense.
A fama dos doces
pelotenses já correu o Brasil todo, quiçá já os conhecem internacionalmente.
São tão importantes que neste momento já consta em andamento no Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional - IPHAN, a salvaguarda deste
patrimônio imaterial, através do Inventário Nacional de Referências Culturais –
visando documentar a tradição dos doces finos e a tradição dos doces coloniais,
para fins de registro como patrimônio imaterial brasileiro. O INRC-Região
Doceira de Pelotas e Pelotas Antiga encontra-se em fase de registro no Livro
dos Lugares, estando sendo elaborado um documentário sobre os resultados da
pesquisa.
Devo aqui congratular
a atitude da Secretaria Municipal de Cultura da Prefeitura Municipal de Pelotas
por ter se preocupado com a salvaguarda do patrimônio imaterial, neste caso de
origem gastronômica, quando resolveu inscrever o projeto voltado ao inventário
dos doces de Pelotas, pensando em preservar a arte doceira pelotense.
Parabenizar ainda, ao pesquisadores do Laboratório de Ensino e Pesquisa em
Antropologia e Arqueologia da Universidade Federal de Pelotas (UFPel), que se
dedicaram com suas contribuições acadêmica e tiveram a missão de executar o
projeto, aplicando a metodologia do IPHAN, no escopo de registrar e identificar
a arte doceira.
Enquanto o documentário
não sai, o jeito é preparar Monteserrast’s para me enfartar. Espero que vocês
façam o mesmo.
Montserrat
30 gemas peneiradas
400g de açúcar
2 colheres (sopa) de manteiga
1 lata de leite condensado
250g de nozes moídas
Preparo: Para a massa de
ovos, passe as gemas por uma peneira e junte o açúcar e a margarina. Leve ao
fogo, mexendo até desgrudar do fundo da panela. Coloque em um prato untado com
margarina e deixe esfriar. Para a massa de nozes, em uma panela coloque as
nozes e o leite condensado e leve ao fogo, mexendo até desgrudar da panela.
Passe para um prato untado com manteiga e deixe esfriar.Com a massa de ovos,
faça docinhos no formato de croquetes. Reserve.Com a massa de nozes, faça umas
trancinhas ou rolinhos de 10cm cada. Enrole cada trancinha, dando 2 voltas em
cada docinho de ovos. Passe os docinhos em açúcar cristal.
Deve ser gostoso, apesar de muito doce.
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