Eu gosto de biscoitos.
Tenho minhas preferências, sendo os biscoitos champanhe, os biscoitos de
polvilho e qualquer outro que seja banhado com chocolate os meus preferidos. Os
biscoitos recheados já tiveram mais status na minha lista, hoje os como pouco –
não tolero a quantidade exagerada de gordura deles. Gosto também de alguns
biscoitos salgados, pra levar ao fogo com manteiga derretida, dando uma dourada
neles, para acompanhar com bom copo de leite gelado. Os cream crackers eu gosto
também com leite, mas uso bastante pra empanar frango – fica uma delícia. Uso
também biscoitos e bolachas pra fazer sobremesas - faço um creme de goiaba com aquele biscoito club
social que fica de babar.
Biscoitos e bolachas
são versáteis. Podemos empregá-los nas preparações das mais variadas formas.
Alguns são fáceis de fazer em casa, outros exige prática e equipamentos – por
isso a indústria alimentícia ganha tanto dinheiro com essas produções. Mas já repararam que nas embalagens existe
nomes diferentes para essas preparações que o censo comum acha ser uma coisa
só? Pensando nisso, esse post tentará esclarecer as diferenças entre Biscoito
ou Bolacha.
Sim, existe diferença
entre bolacha e biscoito. Pois tratam-se de duas preparações diferentes, isso
mesmo, apesar de ambos serem feitos a partir de farinha – de qualquer tipo de
cereal – com ou sem açúcar ou sal, gordura e levedura. A diferença está no preparo.
Bolachas são, geralmente, secas. E biscoitos, podem ser secos ou úmidos;
Bolachas se distinguem dos biscoitos por apresentarem formatos planos; já os
biscoitos podem ter formas variadas.
Na época em que os
homens viviam em cavernas, tinham a base de sua alimentação feita com grãos que
trituravam com os dentes. Uma mente brilhante (e higiênica) teve a ideia de
moer os grãos com a ajuda de pedras. Daí, foi um pulo para misturar a farinha
de cereais moída e cozê-la com água e depois separar a massa cozida e secá-la
no fogo, com o objetivo de conservar por mais tempo. Biscoito foi o nome dado a
esse pão, seco, crocante e quebradiço.
As inovações
biscoitares vieram, inicialmente com os antigos gregos que adocicaram o
biscoito, adicionando mel na receita – por aquele tempo o açúcar não era
conhecido. Depois, os egípcios adicionaram leite e canela nos seus pães, e
fizeram biscoitos aromatizados – no Egito a receita de biscoitos era passada de
geração em geração através de um especialista em fabricar biscoitos, estes eram
geralmente um escravo, considerado de luxo, que podia ser comprado, alugado ou
tomado a força, tudo dependência da habilidade que o escravo tivesse. Mas é
creditado aos persas o confeccionamento profissional do alimento, no século 7
A.C
Os romanos também
contribuíram na história dos biscoitos e bolachas, como eles incluíam os biscoitos
na sua dieta, também distribuíam aos necessitados, precisaram garantir a produção.
Assim foram projetando e construindo fornos, que deixaram os biscoitos mais
crocantes. Os árabes, adicionaram mais especiarias – quem melhor do que eles,
mestres na mistura de essências para fazer isso? – e a história mostra que, no
momento em que os árabes invadiram a Península Ibérica, eles trouxeram consigo
enormes potes de barro com biscoitos.
As bolachas mataram a
fome de marinheiros à época das grandes navegações – as viagens longas e cheias
de tormentas não permitia muitos alimentos frescos a bordo, pois eles
estragavam facilmente. Assim a consistência seca das bolachas alimentaram
tripulações de muitas caravelas, a consistência das bolachas permitis sua
conservação, durando messes e sem perder sua propriedade; Os marinheiros comiam
bolachas com chá ou umedecidas em sopas.
Compreende-se que o
termo original "biscuit"
deriva do latim "bis coctus",
ou seja, algo que foi "duas vezes assado." Mas, somente no século XVII que o biscoito
passou a ser popular na Europa, com o uso de essências, chás e chocolate, que
permitiram sabores e aromas novos que acabaram estimulando as vendas.
A quem diga que o
termo bolacha teve origem na Holanda, surgindo em 1703, como forma de
diferenciar as versões doces do alimento – nessa linha de pensamento bolacha
seria doce e biscoito salgado. Em 1840, existiam somente duas versões de
bolachas, e atualmente existem aproximadamente duzentos tipos diferentes
espalhados pelo mundo. Mas com as inovações de saberes, houve um súbito
crescimento no comércio de biscoitos, o que fez com que novos métodos de
fabricação fossem criados. Era o início de sua industrialização.
A Inglaterra se
destacou mundialmente na fabricação de biscoitos e tinha a fama de produzir os
mais saborosos – o que os tornava mais procurados ao ponto de fazer a Inglaterra
exportar biscoitos para outros países na Europa e para as suas colônias,
chegando assim nos Estados Unidos – onde os habitantes não tinham equipamentos
para fabricá-los e de olhos nas importações resolveram criar sua própria
indústria de biscoitos. O crescimento da indústria de biscoito norte-americana
se deu tão rápido que eles resolveram substituir o nome 'biscuit' por 'cookies'.
Foram os primeiros
imigrantes ingleses e holandeses que introduziram o biscoito na América, em
1600. Enquanto o Ingleses se referiam principalmente aos biscuits como pequenos bolos, com sementes, frutas ou chá, ou por
nomes específicos, como jumbal ou macaroon, os holandeses chamavam-nos de
koekjes, um diminutivo de koek (bolo). Etimologicamente, nota-se que no início
dos anos 1700, o termo koekje tinha sido anglicanizado para "cookie"
ou "cookey," e a palavra se torna parte do vernáculo americano. Após
a Revolução Americana, as pessoas de outras partes do país tornam-se
familiarizadas com o cookie quando visitavam Nova York, fato que resultou no
amplo uso do termo. Mas o termo cookie
só apareceu pela primeira vez na imprensa em 1703 – Fonte: The Oxford Companion
to Food, Alan Davidson [Oxford University Press:Oxford, p. 212.
Durante os séculos
XVIII e XIX a maioria dos biscoitos eram produzidos em cozinhas domésticas.
Eram assados como preparações especiais, por conta do custo de adoçantes e da
quantidade de tempo e trabalho necessário para a preparação. Por isso os
biscoitos tinham status de prêmio. Receitas para jumbles, um biscoito de
manteiga temperada, e para macaroons, com base na clara de ovo batida e farinha
de amêndoas eram comuns nos primeiros livros de receitas americanas. Por ser relativamente
barato e fácil de fazer, o gingergbread foi um dos biscoitos mais populares. Com
a tecnologia e as técnicas e os utensílios de cozinha melhoram no início de
1900, a capacidade de regular a temperatura do forno foi uma inovação
tecnológica que fez a indústria de biscoitos florescer na América (Fonte: Oxford Encyclopedia of Food and Drink in
America, Andrew F. Smith editor [Oxford University Press:New York] 2004, Volume
1, p. 317-8).
No Brasil, os
biscoitos vieram com a colonização – aqui no Ceará, temos um que é considerado
o primeiro do Brasil, o Fartes de Sobral, uma delícia que tem resistido ao
tempo (ele vai virar post dia desses). Mas temos um problema de diferenciação,
pois de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária brasileira -
ANVISA, tanto biscoitos como bolachas podem se referir ao mesmo alimento. Ambos
são produtos derivados da farinha, com a possibilidade de apresentarem
coberturas, recheios, formatos e texturas diversas.
Jumbles |
Os Fartes de Sobral |
No Brasil os
biscoitos são segmentados em Recheados, Crackers e Água e Sal, Wafers, Maria e
Maisena, doces, secos, Amanteigados, Salgados, rosquinhas e outros. O segmento
conta com aproximadamente 593 empresas no Brasil, que colocam o Brasil ocupando
a posição de 2º maior produtor mundial de biscoitos com registro de 1.250
milhões de toneladas produzidas em 2012 que representou crescimento de 2,5% em
relação à 2011, de acordo com a ANIB - Associação Nacional das indústrias de
Biscoito. Cerca de 60% dessas empresas estão concentradas na região Sudeste que
possui a maior renda per capita do país, já que o consumo destes produtos são
fortemente influenciados pelo poder aquisitivo das famílias. Em 2012, o setor
exportou 52 mil toneladas para mais de 100 países, sendo que os 10 maiores
destinos representaram 86,61% das vendas internacionais.
Em consumo per
capita, o País figurava, em 2006, como o 16º no ranking mundial (6,0 kg/ano),
onde a Holanda era líder com o consumo per capita de 18,7 kg/ ano. Atualmente,
o Brasil consome 6,2 kg/ ano.
Em 2012, a produção
de biscoitos no Brasil, segundo dados do Sindicato da Indústria de Massas
Alimentícias e Biscoitos no Estado de São Paulo - Simabesp totalizou 1,250
milhão de toneladas, elevando-se 2,5% em relação ao ano anterior. O consumo Per
Capita no Brasil atingiu 6,2 Kg por habitante.
A ascensão social da
população está incentivando o consumo de biscoitos, inclusive com maior valor
agregado. Os biscoitos tidos como saudáveis também estão apresentando taxas de
crescimento bastante expressivas, evidenciando uma oportunidade de expansão da
produção. A tabela abaixo mostra a participação de mercado dos competidores no
setor de biscoitos nacional e o das regiões Nordeste e Sudeste do País para o
período indicado, em termos de volume e faturamento:
Segundo a AC Nielsen,
dados de novembro e dezembro de 2013, a região Sudeste é responsável pelo
consumo de 45,4% dos biscoitos no País, a região Nordeste por 30,7%, a Sul por
15,2% , a Centro-Oeste por 7,5% e a região Norte por 1,3%.
Curiosidades biscoitares
Já se perguntou sobre
a diferença da bolacha água e sal e do biscoito cream cracker? Eles não são a mesma
coisa. Cream cracker seria algo como cremoso e crocante e ele é um pouquinho
mais gorduroso que o biscoito água e sal: enquanto o cream cracker tem 16% de
gordura e 32 calorias, o água e sal tem apenas 7% de gordura e 27 calorias!
Já se perguntou por
que será que o pão velho fica duro e o biscoito velho fica mole?
O pão velho vai
perdendo a umidade da sua massa, ao contrário do biscoito, que absorve a
umidade do ar!
A história do biscoito Maria
O mais famoso dos
biscoitos foi criado em 1874, em comemoração das bodas da Grã-duquesa Maria
Alexandrovna da Rússia com o Duque de Edimburgo. O casamento foi realizado em
23 de Janeiro de 1874, no palácio de inverno em São Petersburgo. Para comemorar
a ocasião, uma pequena padaria inglesa - the Peek Freans bakery- criou o hoje
internacionalmente conhecido biscoito Maria, com o nome da Grã-Duquesa escrito
sobre ele. O casamento, no entanto, não foi feliz, e a esposa era vista pela
sociedade de Londres como arrogante.
Deve-se ressaltar que o biscoito tem uma borda redonda decorada, que é conhecido como um padrão chave do biscoito. O desenho era muito comum na Rússia e podia ser visto como fronteiras em muitos dos pisos de azulejos, em edifícios oficiais.
Deve-se ressaltar que o biscoito tem uma borda redonda decorada, que é conhecido como um padrão chave do biscoito. O desenho era muito comum na Rússia e podia ser visto como fronteiras em muitos dos pisos de azulejos, em edifícios oficiais.
Peek, Frean e Co foi
fundada em 1857 em Bermondsey, Londres por James Peek e George Hender Frean, em
1866 eles construíram uma fábrica maior e mudaram-se para ela, mas só ganharam
maior visibilidade quando começaram a exportar no mesmo ano, e com a guerra
franco-prussiana de 1870 a empresa estava no auge, nessa época dez milhões de
biscoitos finos foram encomendados pela tropas da marinha; A marca foi
descontinuada em 1989. A Peek Frean Co era conhecida como Biscuit Town – cidade
do biscoito.
O biscoito Maria é um
elemento importante da cultura nacional espanhola. Pois, durante os anos da
guerra civil, a Espanha mergulhou em uma pobreza profunda. Quando a guerra
terminou em 1939 a prioridade era que cada cidadão tivesse pão suficiente.
Assim, dedicaram-se à lavoura do trigo o que gerou colheitas foram abundantes.
Com os excedentes de trigo os padeiros despejaram no mercado grandes
quantidades de caixas de biscoito Maria, considerado símbolo da prosperidade na
economia e sinal da recuperação daquele país.
Mais sobre a Grã-duquesa...
Maria Alexandovna |
Alfred, duque de Edimburgo |
Apesar de tudo, o
casamento não foi feliz e a noiva era considerada arrogante na sociedade
inglesa.Além do mais, o czar insistia que a sua filha recebesse o título de
"Sua Alteza Imperial" ficando assim acima da então princesa de Gales,
o que enfureceu a rainha Vitória. A rainha insistia que o título "Sua
Alteza Real" que Maria Alexandrovna recebeu com o casamento deveria
preceder o título "Sua Alteza Imperial" que era seu por nascimento.
Por seu lado, a nova duquesa de Edimburgo não gostava do facto de a princesa de
Gales, filha do rei da Dinamarca, tomasse precedência sobre si, filha do
imperador da Rússia.A rainha Vitória
concedeu-lhe precedência logo a seguir à princesa de Gales. O seu pai deu-lhe
um dote de £100,000, mais £28,000 anuais, uma quantia assombrosa para a época.
Com a morte do tio do
seu marido, o duque Ernesto II de Saxe-Coburgo-Gota, no dia 22 de agosto de
1893, o trono vago do ducado foi herdado pelo duque de Edimburgo, uma vez que o
seu irmão mais velho, o príncipe de Gales, tinha renunciado aos seus direitos
de sucessão. Alfredo prescindiu do seu rendimento de £15,000 anuais e do seu
lugar na Câmara dos Lordes e no Conselho Privado, mas manteve os £10,000 por
ano que passou a ganhar a partir do seu casamento para assim conseguir manter
Clarence House como a sua residência em Londres. Com a ascensão do seu marido
ao trono ducal, a grã-duquesa Maria Alexandrovna tornou-se duquesa de
Saxe-Coburgo-Gota, além de duquesa de Edimburgo. Maria adorou mudar-se para
Coburgo, já que tinha ansiado durante muitos anos deixar Inglaterra. Como
consorte de um soberano alemão, tinha tecnicamente uma posição mais alta do que
as suas cunhadas durante as celebrações do Jubilo de Diamante da rainha
Vitória.
Os duques e dois membros da família |
Os duques com o filho Alfred |
A grã-duquesa em tenra idade |
Docinho
de biscoito Maria
1 pacote de biscoito Maria de 200g
3 colheres de sopa de cacau em pó
Essência de baunilha 7-8 gotas
De 7 a 8 colheres de leite – ou iogurte
Preparo: Triture os biscoitos
Maria, adicione cacau em pó. Em seguida, essência de baunilha e leite de
limpeza. Misture tudo bem e fazer como uma massa. Mão de graxa com um pouco de
manteiga e fazer pequenas bolas ou qualquer forma que você quiser. Pronto para
Servir.
Pavê de
Biscoito Maria com banana e chocolate
2 pacotes de Biscoito Maria (400g)
1 caixinha de creme de leite
1 colher de sopa de açúcar
1 envelope de gelatina sem sabor
1 lata de creme de leite
1 lata de leite condensado
1 xícara de chá de licor de chocolate
150ml de leite
200g de chocolate ao leite
5 bananas nanicas maduras, picadas
Preparo: Comece preparando o
creme de banana. Num refratário médio, acomode as bananas, ½ xícara (chá) de
água, polvilhe o açúcar, leve ao microondas por 5 minutos ou até que as bananas
fiquem macias – pode ser feito no fogão só que leva mais tempo e tem que mexer
para não queimar, deixe amornar e reserve. Dissolva o envelope de gelatina sem
sabor em 5 colheres (sopa) de água fria, leve ao banho-maria ou microondas e
deixe aquecer sem ferver. Leve ao liquidificador, o creme de leite, o leite
condensado, o leite, as bananas cozidas e bata até envolver bem todos os
ingredientes. Acrescente a gelatina dissolvida e deixe bater por mais 2 minutos
e reserve. Prepare a cobertura. Derreta o chocolate ao leite no microondas e
deixe esfriar. Acrescente a caixinha de creme de leite, reservando 1 colher
(sopa) para decorar, misture bem e reserve. Monte o pavê de banana com
chocolate num refratário médio da seguinte forma: biscoito Maria umedecidos no
licor de chocolate, creme de banana, repita até acabar e leve à geladeira por
20 minutos. Retire da geladeira, acomode por cima a cobertura de chocolate e
com a ajuda de uma colher decore com o creme de leite reservado. Retorne para
geladeira por mais 2 horas e sirva a seguir.
Falsa
lasanha de cream cracker
200 g de biscoito Cream Cracker (1 pacote)
200 g de presunto picado ou triturado
200 g de mussarela picada ou triturada
2 xícaras (chá) de molho de tomate
2 xícaras (chá) de molho branco
50 g de queijo parmesão ralado grosso
Preparo: Com os ingredientes,
faça a montagem num refratário. coloque: molho vermelho, bolachas, presunto,
molho branco, bolachas, mussarela, molho vermelho até finalizar os ingredientes
e terminar com o molho branco e o queijo parmesão ralado Leve ao forno
pré-aquecido por mais ou menos 20 minutos
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