Eis que chegou
dezembro. E eu amo dezembro por vários motivos... o aromas e os sabores das
festas e as decorações natalinas são dois deles. Falando em decoração, o post
de hoje vem falando de um elemento decorativo para esta época, mas que também é
comestível: The candy cane, ou simplesmente,
as bengalinhas de natal.
Um dos mais
frequentemente usados símbolos de Natal, as bengalinhas de doce, podem ser
vistas em muitas decorações pelo mundo. Sua origem remonta há mais de 350 anos,
quando os doceiros e baleiros profissionais (e até os amadores) se dedicaram na
fabricação desses doces. Mas, inicialmente, eles não eram como os conhecemos
hoje (na forma de uma bengala listrada), o doce original era em linha reta e
totalmente de cor branca.
O nascimento do Candy Cane
Por volta do século
XVII os europeus cristãos começaram a adotar o uso da árvores de natal como
parte de suas celebrações de Natal. Eles faziam decorações especiais para suas
árvores a partir de alimentos como biscoitos e doces açucarados (tipo
pirulitos).
A primeira referência
histórica de um candy cane (na forma
que conhecemos hoje) remonta a 1670, quando o maestro da Catedral de Colônia,
na Alemanha, dobrou os paus de açúcar (lembre-se, inicialmente o doce era uma
linha reta branca, que parecia um pedacinho de pau coberto pela neve) para representar
um cajado de pastor. Assim os bastões acabaram ganhando a forma de bengala, mas
ainda eram brancos, e foram entregues às crianças durante os serviços das
festas natalinas daquele lugar.
O costume dos
clérigos de distribuir os bastões de doces durante o Natal se espalhou por toda
a Europa e mais tarde veio para a América. Mas, ainda assim, os cajados
continuaram brancos - às vezes os doceiros acrescentavam açúcar-rosa para
decorar mais os doces. .
A primeira referência
histórica para este tipo de doce na América remonta a 1847, quando um imigrante
alemão chamado August Imgard decorou a árvore de Natal de sua casa em Wooster
(Ohio) com estes cajados de açúcar.
O doce, suas cores e listras
Cerca de cinquenta
anos mais tarde da chegada de August Imgard, os primeiros candy canes listrados em vermelho e branco apareceram. Ninguém sabe
exatamente quem inventou as listras...
Os cartões de Natal
antes do ano de 1900 mostravam apenas candy
canes branquinhos, mas depois dos anos de 1900 os Cartões de Natal já
mostravam estes doces listrados – nesta mesma época, os doceiros (e baleiros)
fizeram os doces com sabor de hortelã (uns até os fabricavam com listras verdes)
– e surgia assim o sabor tradicional do candy
cane natalino.
O aparecimento do
doce proporcionou a criação de uma lenda que dizia que um fabricante de doces de
Indiana projetou o bastão de doces para contar a verdadeira história do Natal -
uma história sobre uma virgem que deu à luz a um pastor que daria a Sua vida
por ovelhas.
Existem muitas lendas
e crenças para identificar as bengalinhas de natal como elemento misterioso.
Muitas delas retratam o doce como um símbolo secreto para o cristianismo - usado
durante os momentos em que o Cristianismo estava vivendo momentos de opressão. Podemos
encontrar outros tantos simbolismos no formato e cor das bengalinhas de açúcar.
Alguns deles serão listados a seguir:
·
Para
alguns, a doçura, nos lembra que somos alimentados com o Evangelho que nos
conforta e avisa sobre nossa salvação e paz (Ef 1:13; 6:15);
·
Dizia-se
que a o doce tinha a forma de um "J" para identificar Jesus, o “Bom
Pastor” (A Bíblia frequentemente compara as ações do Messias às de um pastor em
busca de suas ovelhas perdidas, alimentando-as, levando-as suavemente, e
carregando-as no seu seio (Sl 23; Jo 10:1-18 , é 40:11, Jer 31:10; Miquéias
5:04, Hb 13:20). E também servia para representar as primeiras pessoas que
ouviram falar do nascimento de Cristo: os pastores, que guardavam os seus
rebanhos durante a noite da natividade (Lc 2:8-20);
·
Alguns
dizem que o branco (dos primeiros bastões açucarados) representava a pureza de
Jesus, o seu nascimento virginal (Mt 1:23; Lc 1:34-35). E a faixa vermelha,
mais tarde acrescentada, representaria o amor de Deus.
·
As
listras vermelhas e brancas representavam o sangue e a pureza de Cristo. As
três listras vermelhas simbolizava a Santíssima Trindade: o Pai, o Filho e o
Espírito Santo (Outros dizem que eles representam o sangue derramado no
espancamento que Jesus recebeu pelas mãos dos soldados romanos).
·
A
dureza do doce lembra-nos que Jesus é a nossa rocha de refúgio (Dt 32:4, 15,
18, 1 Sam 2:2; 2 Sam 22:32, 47; 23:3; Salmos 18:2, 31; 28 : 1; 92:15; 94:22;
95:1; Is 44:8). Em terras rochosas como as de Israel, muitas vezes as pessoas
buscaram abrigo dos seus inimigos nas cavernas ou penhascos rochosos. Rochas
também nos fazem lembrar da solidez das promessas de Cristo, que é uma pedra
preciosa e firme do alicerce para a casa do Senhor, para aqueles que O seguem –
e que pode ser uma "pedra de tropeço e rocha de escândalo" para
aqueles que rejeitam o Seu dom da paz (1 Pe 2 :6-8). A dureza ainda representaria
a fundação da Igreja;
·
E
o sabor de menta representaria o uso de hissopo, uma erva referenciada no
Antigo Testamento, que é semelhante a hortelã. Nos tempos do Antigo Testamento,
o hissopo era associado com purificação e sacrifício. Durante as primeiras
celebrações da Páscoa, um feixe de hissopo foi usado para manchar com o sangue
de cordeiros pascais as fachadas das casas para que o anjo da morte poderia
levar os ocupantes daquele lugar (Ex 12:22). Feixes de hissopo também foram
usados para borrifar o sangue em adoradores e objetos de Mosaico em rituais de
purificação (Ex 24:6-8; Lev 14:04, 49-52). Depois de seu caso com Bate-Seba, o
rei Davi apelou para a misericórdia de Deus clamando: "Purifica-me com
hissopo, e ficarei limpo; lava-me e ficarei mais alvo do que a neve" (Sl
51:7). Esse sabor de hortelã-pimenta (Peppermint) nos lembra que Jesus é o
nosso Cordeiro Pascal (1 Co 5:7). Seu sangue nos purifica do pecado e destrói o
poder da morte (Oséias 13:14, 1 Coríntios 15:54-57, Hb 2:14-15; Rev 20:06).
Hissopo (Hyssopus officinalis) |
Algumas pessoas dizem
que as três listras pequenas honrar a Santíssima Trindade, enquanto a faixa
maior nos lembra do único e verdadeiro Deus. Outros afirmam que as pequenas
listras representam os nossos mini paixões ou sofrimentos e a grande faixa
simboliza a paixão de Cristo. Os doces que se apresentam com faixa verde
representem que Jesus é um presente de Deus para nós. (Verde é a cor da
dádiva.)
Não há evidências
históricas para fundamentar estas alegações, muito pelo contrário, mas estas
são lindas interpretações, não acham? E foi justamente um padre católico, chamado
Gregory Keller, quem inventou uma máquina para automatizar a produção das
bengalinhas de açúcar durante a década de 1950 – o que foi uma maravilha,
porque originalmente é um doce trabalhoso para ser feito.
Gregory Keller,
inventor da Keller Machine, fez esta máquina que revolucionou a produção de
candy cane a pedido de seu irmão. Em 1950, 22% da produção das bengalinhas
produzidas na Bobs Candies, a fábrica de doces de seu irmão, se quebrava, e uma
vez que isso acontecia os doces quebrados eram jogados fora. Assim, Bob
McCormack, dono da Bobs Candies, pediu a seu irmão, o padre Gregory Keller,
para tentar inventar uma máquina que não iria quebrar os doces.
Criativo, o padre
Keller inventou a máquina Keller seis meses depois. A máquina torcia o doce
suavemente em uma espiral e depois, ainda, cortarva o doce. Antes do surgimento
da máquina de Keller, todo o procedimento era feito à mão. Com a ajuda do
padre, Bob McCormack tornou-se, em 1956, o maior produtor de candy cane de
hortelã do mundo, como proclamado pelo Albany Herald. A máquina aparentemente
com um serviço simples, tornou o negócio da família em um sucesso de milhões de
dólares.
Hoje em dia, quando
chega o natal, é fácil encontrar estas bengalinhas nas lojas de doces, e nas
lojas de decoração (mas neste caso, pelo menos no Brasil, os candy canes não são comestíveis).
Pensando na
trabalheira que dá para fazer o doce (primeiro é feito uma calda de açúcar com
glucose, ou xarope de milho [mel karo] depois é dividida, tingida e puxada até
ficar cristalina, para depois ser moldada e ser colocada para secar), fui atrás
de uma receita que fosse prática e servisse de “genérico” para aquelas pessoas
que não encontrassem os candy canes na sua cidade (afinal o Brasil é
continental) mas, que gostaria de dar uma up
grade na decoração da árvore. Então encontrei uma receita fácil de fazer –
não fica tão bonito como o doce original, mas é legal pra interagir com as
crianças, que podem fazer o doce e enfeitar os pinheiros. E, de quebra, deixo
um drinque interessante, que também faz alusão aos candy canes.
Candy
Cane Punch
2 potes grandes de geleia de morango (cada um
com 300g, ou mais)
2 litros de refrigerante lima-limão (Sprite ou
soda limonada)
! pote de sorvete de hortelã
Candy Canes para decorar
Preparo: Em uma panela grande
leve ao fogo a geleia com 1 litro de refrigerante e dissolva a geleira, deixe
ferver, em seguida leve a mistura para gelar. Pouco antes de servir, coloque a
mistura de geleia em uma poncheira, mistures com o litro de refrigerante
restante e acrescente bolas do sorvete de hortelã delicadamente em cima do
liquido. Decore com candy canes. Rendimento: 3-1/2 litros.
Obs.: Para fazer o ponche
com álcool, use os mesmos ingredientes da receita acima e adicione, antes de
colocar o sorvete, 300ml de vodka e 180ml de peppermint schnapps, misture e
depois acrescente o sorvete para servir.
Candy
cane genérico
225g de açúcar de confeiteiro;
1 clara batida
Essência de menta
Corante verde e vermelho
Maisena para enrolar.
Preparo: Peneire o açúcar
numa vasilha e junte a clara batida aos poucos, até formar uma pasta firme.
Adicione a essência de menta a gosto e amasse suavemente. Divida a mistura em
quatro partes iguais, deixe duas partes brancas e numa das restantes junte o
corante verde ena outra, o vermelho. Embrulhe cada uma em papel filme até a
hora de usar. Numa superfície polvilhada com maisena, faça rolinhos finos e
compridos, de 6mm de largura, com cada massa. Trance um rolinho colorido junto
com um rolinho branco. Então, enrole sobre a superfície enfarinhada até formar
cordas listradas. Repita a mesma operação com os outros rolinhos. Corte-as no
comprimento de 15 cm e coloque em assadeira forrada com papel manteiga. Deixe secar.
Nenhum comentário:
Postar um comentário