domingo, 1 de dezembro de 2013

Candy Cane – As bengalinhas de açúcar do Natal


Eis que chegou dezembro. E eu amo dezembro por vários motivos... o aromas e os sabores das festas e as decorações natalinas são dois deles. Falando em decoração, o post de hoje vem falando de um elemento decorativo para esta época, mas que também é comestível: The candy cane, ou simplesmente, as bengalinhas de natal.


Um dos mais frequentemente usados símbolos de Natal, as bengalinhas de doce, podem ser vistas em muitas decorações pelo mundo. Sua origem remonta há mais de 350 anos, quando os doceiros e baleiros profissionais (e até os amadores) se dedicaram na fabricação desses doces. Mas, inicialmente, eles não eram como os conhecemos hoje (na forma de uma bengala listrada), o doce original era em linha reta e totalmente de cor branca.



O nascimento do Candy Cane

Por volta do século XVII os europeus cristãos começaram a adotar o uso da árvores de natal como parte de suas celebrações de Natal. Eles faziam decorações especiais para suas árvores a partir de alimentos como biscoitos e doces açucarados (tipo pirulitos).




A primeira referência histórica de um candy cane (na forma que conhecemos hoje) remonta a 1670, quando o maestro da Catedral de Colônia, na Alemanha, dobrou os paus de açúcar (lembre-se, inicialmente o doce era uma linha reta branca, que parecia um pedacinho de pau coberto pela neve) para representar um cajado de pastor. Assim os bastões acabaram ganhando a forma de bengala, mas ainda eram brancos, e foram entregues às crianças durante os serviços das festas natalinas daquele lugar.


O costume dos clérigos de distribuir os bastões de doces durante o Natal se espalhou por toda a Europa e mais tarde veio para a América. Mas, ainda assim, os cajados continuaram brancos - às vezes os doceiros acrescentavam açúcar-rosa para decorar mais os doces. .
A primeira referência histórica para este tipo de doce na América remonta a 1847, quando um imigrante alemão chamado August Imgard decorou a árvore de Natal de sua casa em Wooster (Ohio) com estes cajados de açúcar.






O doce, suas cores e listras

Cerca de cinquenta anos mais tarde da chegada de August Imgard, os primeiros candy canes listrados em vermelho e branco apareceram. Ninguém sabe exatamente quem inventou as listras...
Os cartões de Natal antes do ano de 1900 mostravam apenas candy canes branquinhos, mas depois dos anos de 1900 os Cartões de Natal já mostravam estes doces listrados – nesta mesma época, os doceiros (e baleiros) fizeram os doces com sabor de hortelã (uns até os fabricavam com listras verdes) – e surgia assim o sabor tradicional do candy cane natalino.


O aparecimento do doce proporcionou a criação de uma lenda que dizia que um fabricante de doces de Indiana projetou o bastão de doces para contar a verdadeira história do Natal - uma história sobre uma virgem que deu à luz a um pastor que daria a Sua vida por ovelhas. 
Existem muitas lendas e crenças para identificar as bengalinhas de natal como elemento misterioso. Muitas delas retratam o doce como um símbolo secreto para o cristianismo - usado durante os momentos em que o Cristianismo estava vivendo momentos de opressão. Podemos encontrar outros tantos simbolismos no formato e cor das bengalinhas de açúcar. Alguns deles serão listados a seguir:

·         Para alguns, a doçura, nos lembra que somos alimentados com o Evangelho que nos conforta e avisa sobre nossa salvação e paz (Ef 1:13; 6:15);

·         Dizia-se que a o doce tinha a forma de um "J" para identificar Jesus, o “Bom Pastor” (A Bíblia frequentemente compara as ações do Messias às de um pastor em busca de suas ovelhas perdidas, alimentando-as, levando-as suavemente, e carregando-as no seu seio (Sl 23; Jo 10:1-18 , é 40:11, Jer 31:10; Miquéias 5:04, Hb 13:20). E também servia para representar as primeiras pessoas que ouviram falar do nascimento de Cristo: os pastores, que guardavam os seus rebanhos durante a noite da natividade (Lc 2:8-20);

·         Alguns dizem que o branco (dos primeiros bastões açucarados) representava a pureza de Jesus, o seu nascimento virginal (Mt 1:23; Lc 1:34-35). E a faixa vermelha, mais tarde acrescentada, representaria o amor de Deus.

·         As listras vermelhas e brancas representavam o sangue e a pureza de Cristo. As três listras vermelhas simbolizava a Santíssima Trindade: o Pai, o Filho e o Espírito Santo (Outros dizem que eles representam o sangue derramado no espancamento que Jesus recebeu pelas mãos dos soldados romanos).
 
·         A dureza do doce lembra-nos que Jesus é a nossa rocha de refúgio (Dt 32:4, 15, 18, 1 Sam 2:2; 2 Sam 22:32, 47; 23:3; Salmos 18:2, 31; 28 : 1; 92:15; 94:22; 95:1; Is 44:8). Em terras rochosas como as de Israel, muitas vezes as pessoas buscaram abrigo dos seus inimigos nas cavernas ou penhascos rochosos. Rochas também nos fazem lembrar da solidez das promessas de Cristo, que é uma pedra preciosa e firme do alicerce para a casa do Senhor, para aqueles que O seguem – e que pode ser uma "pedra de tropeço e rocha de escândalo" para aqueles que rejeitam o Seu dom da paz (1 Pe 2 :6-8). A dureza ainda representaria a fundação da Igreja;

·         E o sabor de menta representaria o uso de hissopo, uma erva referenciada no Antigo Testamento, que é semelhante a hortelã. Nos tempos do Antigo Testamento, o hissopo era associado com purificação e sacrifício. Durante as primeiras celebrações da Páscoa, um feixe de hissopo foi usado para manchar com o sangue de cordeiros pascais as fachadas das casas para que o anjo da morte poderia levar os ocupantes daquele lugar (Ex 12:22). Feixes de hissopo também foram usados para borrifar o sangue em adoradores e objetos de Mosaico em rituais de purificação (Ex 24:6-8; Lev 14:04, 49-52). Depois de seu caso com Bate-Seba, o rei Davi apelou para a misericórdia de Deus clamando: "Purifica-me com hissopo, e ficarei limpo; lava-me e ficarei mais alvo do que a neve" (Sl 51:7). Esse sabor de hortelã-pimenta (Peppermint) nos lembra que Jesus é o nosso Cordeiro Pascal (1 Co 5:7). Seu sangue nos purifica do pecado e destrói o poder da morte (Oséias 13:14, 1 Coríntios 15:54-57, Hb 2:14-15; Rev 20:06).
Hissopo (Hyssopus officinalis)
O candy cane tradicional tem 3 pequenas listras vermelhas, sua simbologia diz que serve para nos lembrar os golpes que Cristo levou dos soldados e a faixa maior, representaria o sangue derramado por Cristo a caminho do Calvário (Is 53:5; Mt 27:32-50).
Algumas pessoas dizem que as três listras pequenas honrar a Santíssima Trindade, enquanto a faixa maior nos lembra do único e verdadeiro Deus. Outros afirmam que as pequenas listras representam os nossos mini paixões ou sofrimentos e a grande faixa simboliza a paixão de Cristo. Os doces que se apresentam com faixa verde representem que Jesus é um presente de Deus para nós. (Verde é a cor da dádiva.)
Não há evidências históricas para fundamentar estas alegações, muito pelo contrário, mas estas são lindas interpretações, não acham? E foi justamente um padre católico, chamado Gregory Keller, quem inventou uma máquina para automatizar a produção das bengalinhas de açúcar durante a década de 1950 – o que foi uma maravilha, porque originalmente é um doce trabalhoso para ser feito.



Gregory Keller, inventor da Keller Machine, fez esta máquina que revolucionou a produção de candy cane a pedido de seu irmão. Em 1950, 22% da produção das bengalinhas produzidas na Bobs Candies, a fábrica de doces de seu irmão, se quebrava, e uma vez que isso acontecia os doces quebrados eram jogados fora. Assim, Bob McCormack, dono da Bobs Candies, pediu a seu irmão, o padre Gregory Keller, para tentar inventar uma máquina que não iria quebrar os doces.
Criativo, o padre Keller inventou a máquina Keller seis meses depois. A máquina torcia o doce suavemente em uma espiral e depois, ainda, cortarva o doce. Antes do surgimento da máquina de Keller, todo o procedimento era feito à mão. Com a ajuda do padre, Bob McCormack tornou-se, em 1956, o maior produtor de candy cane de hortelã do mundo, como proclamado pelo Albany Herald. A máquina aparentemente com um serviço simples, tornou o negócio da família em um sucesso de milhões de dólares.



Hoje em dia, quando chega o natal, é fácil encontrar estas bengalinhas nas lojas de doces, e nas lojas de decoração (mas neste caso, pelo menos no Brasil, os candy canes não são comestíveis).
Pensando na trabalheira que dá para fazer o doce (primeiro é feito uma calda de açúcar com glucose, ou xarope de milho [mel karo] depois é dividida, tingida e puxada até ficar cristalina, para depois ser moldada e ser colocada para secar), fui atrás de uma receita que fosse prática e servisse de “genérico” para aquelas pessoas que não encontrassem os candy canes na sua cidade (afinal o Brasil é continental) mas, que gostaria de dar uma up grade na decoração da árvore. Então encontrei uma receita fácil de fazer – não fica tão bonito como o doce original, mas é legal pra interagir com as crianças, que podem fazer o doce e enfeitar os pinheiros. E, de quebra, deixo um drinque interessante, que também faz alusão aos candy canes.

Candy Cane Punch

2 potes grandes de geleia de morango (cada um com 300g, ou mais)
2 litros de refrigerante lima-limão (Sprite ou soda limonada)
! pote de sorvete de hortelã
Candy Canes para decorar

Preparo: Em uma panela grande leve ao fogo a geleia com 1 litro de refrigerante e dissolva a geleira, deixe ferver, em seguida leve a mistura para gelar. Pouco antes de servir, coloque a mistura de geleia em uma poncheira, mistures com o litro de refrigerante restante e acrescente bolas do sorvete de hortelã delicadamente em cima do liquido. Decore com candy canes.  Rendimento: 3-1/2 litros.

Obs.: Para fazer o ponche com álcool, use os mesmos ingredientes da receita acima e adicione, antes de colocar o sorvete, 300ml de vodka e 180ml de peppermint schnapps, misture e depois acrescente o sorvete para servir.

Candy cane genérico

225g de açúcar de confeiteiro;
1 clara batida
Essência de menta
Corante verde e vermelho
Maisena para enrolar.


Preparo: Peneire o açúcar numa vasilha e junte a clara batida aos poucos, até formar uma pasta firme. Adicione a essência de menta a gosto e amasse suavemente. Divida a mistura em quatro partes iguais, deixe duas partes brancas e numa das restantes junte o corante verde ena outra, o vermelho. Embrulhe cada uma em papel filme até a hora de usar. Numa superfície polvilhada com maisena, faça rolinhos finos e compridos, de 6mm de largura, com cada massa. Trance um rolinho colorido junto com um rolinho branco. Então, enrole sobre a superfície enfarinhada até formar cordas listradas. Repita a mesma operação com os outros rolinhos. Corte-as no comprimento de 15 cm e coloque em assadeira forrada com papel manteiga. Deixe secar. 

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