domingo, 14 de abril de 2013

The Candyman e os doces mortais


Eu sempre gostei de uma boa história de terror. Sempre assisti a muitos filmes desse gênero, mas confesso que muitos acontecimentos da realidade atual chegam a ser mais aterrorizantes.
Como se constrói uma lenda urbana? E o que fazer quando nos deparamos com ela na realidade? O post de hoje vem falar de uma dessas lendas, os doces mortais – mas que estão se tornando cada vez mais realidade e acabam virando  página dos jornais na sessão policial.
Sabe quando sua mãe lhe dizia, quando criança, para não aceitar doces de estranho? A preocupação dela era real. Mas, nos Estados Unidos de 1974, sobretudo na época do Halloween, essa preocupação das famílias em alertar as crianças para não receber doces ou frutas de estranhos aumentou consideravelmente- de fato esta preocupação tinha um motivo bem fundamentado...


Quem gosta de contos de terror sabe que a lenda dos doces mortais possui varias vertentes onde o final é sempre o mesmo:  os investigadores policiais acabam encontrando lâminas de barbear (a popular gilete, o objeto mais usado), ou pregos, ou vidro, ou drogas, dentro dos doces ou das frutas. E acriança que recebeu o doce acaba morrendo na hora, com a boca rasgada/ferida ou acaba se drogada, morrendo de overdose por ter recebido uma dose letal de drogas pesadas.
Se pararmos só um pouquinho para analisar sobre estas historias que podem ter acontecido ao nosso redor, poderemos encontrar ela sendo contadas de várias maneiras: 


              A famosa maça que a bruxa dá á Branca de neve é ícone – delas derivam historias de velhas senhoras colocando veneno em maçãs e pipoca;
                  Com as giletes, podemos ter ouvido, por exemplo, algo assim: aquele senhor insuportável e estranho, que não gostava de crianças distribuiu doces com laminas de barbear e matou as crianças da vizinhança;
      Pros mais moderninhos e hypes, versões mais criativas também foram inventadas, como esta: Um viciado em cocaína que encheu Pixie Sticks (uma espécie de doce em pó, tipo nosso Dip Lick) da droga e distribuiu às crianças, matando-as com overdose. 


Nos anos 70 essas historinhas causaram muito medo na população norte-americana chegando ao ponto de levar  hospitais a fazerem exames de Raio-X em doces “suspeitos”. Tudo isso dá roteiro pra filme de terror. Mas o que dizer quando se tem a seguinte realidade:
Em 1974, os jornais americanos anunciavam que, um homem colocou cianureto em alguns doces e os deu para seus dois filhos e mais duas crianças. O único que comeu o doce foi seu filho, que acabou morrendo. Dizem que a causa mais provável do crime foi o dinheiro do seguro das crianças.


Ronald Clark O'Bryan (posteriormente apelidado de Candyman) (19 de outubro de 1944 - 31 de março de 1984) foi um assassino de Deer Park , Texas, condenado por matar seu filho de oito anos de idade, Timothy, no Dia das Bruxas de 1974, com cianureto colocado em doces em fim de reivindicar o dinheiro do seguro de vida. 

A vítima 
The Candyman

Ele também distribuiu doces envenenados para outras crianças numa tentativa de encobrir o crime, mas nem a sua filha Elizabeth, nem qualquer outra criança comeu nenhum doce envenenado. O'Bryan foi executado em 31 de março de 1984 por injeção letal . Depois desse crime  O'Bryan tornou-se bastante conhecido, ganhou o apelido de Candyman - programas de segurança para o Halloween foram implementados em Deer Park, ensinando os pais métodos para avaliar a segurança de porta-a-porta das guloseimas por inspeção visual.
Durante a execução do candyman, uma multidão de estudantes universitários vestindo máscaras de Halloween apareceram para aplaudir.  O grupo musical Siouxsie and the Banshees gravou uma canção sobre O'Bryan chamado de "Candyman", a primeira faixa do seu álbum de Tinderbox .


Enquanto isso, anos depois, no Brasil, em março de 2012, os jornais noticiavam a seguinte noticia:

A adolescente Talita Machado Teminski, de 14 anos, filha de um policial militar, recebeu em casa uma encomenda na tarde dia 12 de março. A caixa, entregue por um taxista, continha doces e um bilhete informando que eles eram uma amostra e caso a jovem tivesse interesse poderia encomendá-los para a festa de 15 anos, marcada para abril deste ano. 

Talita depois de sua passagem pelo hospital após o envenenamento - com o pai. 
Talita dividiu os doces com outros três amigos. Logo após ingerirem os chocolates todos passaram mal e foram levados para o hospital com quadro de intoxicação. A garota que recebeu a encomenda chegou a ter duas paradas cardíacas. Ela ficou internada no Hospital de Clínicas de Curitiba por oito dias. Todos já receberam alta.

A versão brasileira do candyman americano, Margarete Aparecida Marcondes.
A mulher suspeita de enviar doces envenenados à adolescente Talita Machado Teminski, de 14 anos, Margarete Aparecida Marcondes, confessou o crime em depoimento no dia 31 de março de 2012, segundo a Polícia Civil de Santa Catarina. De acordo com o delegado da Divisão de Investigações Criminais de Joinville, a mulher de 45 anos não explicou o motivo do crime. “Não me pareceu um comportamento de uma pessoa equilibrada”, disse o delegado Marcel de Oliveira sobre o depoimento.
O delegado afirmou também que a suspeita tinha consciência dos crimes que comentou – a agressão ao marido e a intoxicação de três jovens – e que não há indícios de que ela não teria entendimento sobre as consequências do que fez.

Investigações
Os jovens foram envenenados em 12 de março. A mulher foi presa na madrugada deste sábado, em Barra Velha, no litoral do estado catarinense. A doceira foi encontrada pela Polícia Militar por volta das 4h, dormindo dentro de um carro. No período em que ficou foragida, também passou por Itajaí e Navegantes. No fim da manhã ela foi transferida para Curitiba.

Os doces mortais do caso brasileiro - inocentes, não?

Conforme a polícia, a ida da doceira a um banco de Itajaí foi fundamental para as investigações. A informação foi recebida por meio de uma denúncia anônima. “Ela foi fazer um seguro de vida para a filha de 26 anos”, acrescentou o delegado.
Ainda de acordo com Oliveira, pelas imagens do circuito interno de segurança foi possível ver que a suspeita estava bem. “Vimos as imagens e tivemos certeza, convicção que ela tinha participação no crime contra o marido.”
À polícia, a suspeita disse que agrediu o companheiro para que ele não descobrisse a participação dela no crime cometido contra os adolescentes em Curitiba. Ele foi encontrado na casa do casal em estado gravíssimo e está internado na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), sem condições de prestar depoimentos.
O delegado afirmou ainda que a suspeita se disse arrependida e como pensava que o marido estava morto queria que ele fosse enterrado, por isso, mandou duas mensagens de texto do próprio celular para um grupo de amigos. “N. [Nome do marido] está na casa esperando ser enterrado, a mulher viu tudo, está dopada. Já que não recebi vou me divertir um pouco, empréstimo não pago morre, doces tudo armação”, dizia a primeira das mensagens. Na outra, escreveu: “Empréstimo não pago, casal morto ele já foi”.
Segundo o delegado, a mulher tinha a intenção de mandar a mensagem para um amigo específico do marido, mas acabou enviando para toda a lista de contato. Com a mensagem, complementou, ela tentou criar uma justificativa para seu desaparecimento e evitar qualquer desconfiança contra ela. (Fonte: http://g1.globo.com)

Aí eu pergunto: será que não é a realidade brutal que anda transformando fatos do cotidiano em historinhas de terror? De toda forma deixo aqui algumas observações para prevenir futuros acidentes com doces:

              Não coma doce ou guloseimas antes de examinar bem a aparência deles – qualquer coisa estranha descarte-os;
              Não coma nada que esteja mal embrulhado ou com o embrulho semiaberto;
              Procure evitar comer doces que não saiba da procedência, sobretudo quando eles não tiverem embalagem de fábrica;
              Se qualquer coisa tiver um gosto "engraçado", cuspa-o e guarde para qualquer exame que seja necessário mais tarde (risos maldosos) kkkkkkkkkkkkkkk

E como esta historia de doces me deu fome, que tal preparar um brigadeiro “envenenado”? Calma, não vai ter nada de estranho nele, só  vai ser uma surpresa na hora de comer, porque ele foge ao tradicional e eleva queijo. Experimente.

Brigadeiro de queijo

Ingredientes:
1 lata de leite condensado
1 caixinha de creme de leite (200g)
1 colher de sopa de farinha de trigo (peneirada)
2 colheres de sopa de queijo parmesão ralado
1 colher de sopa de margarina sem sal
Raspas de chocolate meio amargo ou granulado

Preparo: Em uma panela misture todos os ingredientes, exceto a raspas de chocolate, e leve ao fogo baixo mexendo sem parar até atingir o ponto de brigadeiro, ou seja, desgrudando da panela. O processo é rápido, cerca de 5 minutos. Despeja o brigadeiro ainda quente em copinhos e deixe esfriar em temperatura ambiente, ou faça como eu, coloque na geladeira por 15 minutos ou até ter a certeza de que estão frios. Após esfriar, salpique as raspas de chocolate meio amargo ou o granulado.

Um comentário:

  1. Olá, boa tarde!

    Vim fazer-lhe uma visita e adorei o seu cantinho! É uma delicia! Os textos são muito bons e as sugestões são uma verdadeira delicia.
    Voltarei muitas mais vezes! ;)
    Aguardo uma visita sua ao meu blogue de Receitas de Sedução.

    Beijinhos;

    Aurea Sá

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