Na postagem passada
tratei dos ovos vermelhos da páscoa grega (veja AQUI) e não me contive, fui pesquisar mais
umas coisinhas sobre a páscoa dos gregos– cuja cultura sempre admirei. Pra
minha sorte os gregos sempre têm muitas coisas pra se desvendar.
Descobri um pão de
páscoa grego interessante, uma espécie de brioche, e bastante popular por lá.
Esse pão da páscoa grega se chama Tsouréki e pra ficar ainda mais tradicional
exige a presença dos ovos vermelhos na sua apresentação – o que é bacana pois
já passei o preparo deles e agora você já pode preparar essa delícia pra
incrementar seu cardápio pascal.
O mais bacana na
minhas pesquisa sobre as origens do Tsouréki é que cheguei à conclusão e que a
Páscoa é a celebração mais importante para os gregos – mais até que o Natal. E
isso é tão verdade que os preparativos para ela começam dois meses antes; e,
como no Brasil, a Semana Santa é o auge dessa atividade sobretudo para os
preparos gastronômicos. Assim começa a páscoa grega:
De acordo com a tradição Ortodoxa grega, os ovos vermelhos simbólicos na Páscoa são tingidos na Quinta-feira Santa. Assim como também é na quinta-feira Santa que as mulheres também preparam o Tsoureki - o pão doce tradicional da Páscoa.
De acordo com a tradição Ortodoxa grega, os ovos vermelhos simbólicos na Páscoa são tingidos na Quinta-feira Santa. Assim como também é na quinta-feira Santa que as mulheres também preparam o Tsoureki - o pão doce tradicional da Páscoa.
Na Sexta-feira Santa
ou Grande sexta-feira, bandeiras nas casas e prédios do governo são definidos a
meio mastro para marcar o dia triste.
Depois há a procissão do Epitáfio de Cristo (o Epitaphio lamenta a morte
de Cristo na Cruz com o caixão simbólico, decorados com milhares de flores,
tirado para fora da igreja e levado pelas ruas pelos fiéis que seguem até o
cemitério, onde todos acendem uma vela para os mortos; então o Epitaphio com
seu cortejo retorna à igreja onde os fiéis beijam a imagem do Cristo.
Durante a noite do
Sábado Santo (Megalo Savato), as pessoas, vestidas com seus trajes formais,
começam a se reunir nas igrejas por 23:00 para os serviços de Páscoa,
carregando grandes velas brancas ou lamparinas. Pouco antes da meia-noite,
todas as luzes das igrejas são desligadas, simbolizando a escuridão e o
silêncio do túmulo. À meia-noite, o sacerdote acende uma vela a partir da Chama
Eterna, canta "Christos Anesti" (Cristo ressuscitou, você poderá ouvir no fim deste post) e oferece a
chama para acender a vela para as pessoas que estão o mais próximo a ele. Todo
mundo passa a chama um para o outro, enquanto o clero canta o canto bizantino
Christos Anesti. Então, todo mundo sai da igreja para as ruas. Sinos da igreja
tocam continuamente e as pessoas dizem uns aos outros "Christos
Anesti", a que a resposta é "Alithos Anesti" (verdadeiramente
Ele ressuscitou).
Em seguida, os fiéis
vão para casa ou para as casas de parentes e amigos para compartilhar as
refeições da Ressurreição. As velas que eles carregam são colocados em cada
casa e queimar durante a noite para simbolizar o retorno da Luz para o mundo. A
quebra de ovos é um jogo tradicional, onde os adversários tentam quebrar ovos
uns dos outros. A quebra dos ovos é utilizado para simbolizar Cristo saindo do
túmulo. A pessoa cujo ovo dura mais tempo é garantido boa sorte para o resto do
ano.
O dia seguinte,
Domingo de Páscoa, é gasto novamente com a família e amigos. A refeição da
Páscoa é uma verdadeira festa com um monte de saladas, vegetais e pratos de
arroz, pães, bolos, biscoitos, e abundância de vinhos e ouzo.
O Uzo (ele também é conhecido por esta grafia) é uma bebida alcoólica grega a base de anis É transparente e incolor,
mas fica com aspeto leitoso quando é misturado com gelo ou água.
Tradicionalmente é servida com meze Tem uma graduação alcoólica entre os 37º e
os 50º. Constitui uma Denominação de Origem protegida, de acordo com as normas
da União Europeia. O prato principal na mesa de Páscoa, no entanto, é o
cordeiro assado, (muitas vezes entregues valas abertas), e servido em honra do
Cordeiro de Deus, que foi sacrificado e ressuscitou na Páscoa.
O aspecto do Uzo é leitoso quando misturado com gelo ou água |
O tsouréki (lê-se
tsuréki, do grego moderno τσουρέκι) é apenas um dos vários pães de festas
tradicionais gregas, mas provavelmente o mais conhecido.
Além do tsouréki
existem outras variedades de pães de páscoa como a lambrokouloura
(λαμπροκούλουρα) (Rosca da Luz) ou do lambrópsomo (λαμπρόψωμο) (Pão da Luz) ou
com outros nomes conforme a tradição da região onde são feitos.
O nome tsouréki
provém do termo turco corek que que se refere a qualquer tipo de pão feito com
massa com o uso de fermento (Cabe aqui uma ressalva, para explicar que, muitos
nomes para alimentos usados no grego moderno são provenientes de outras línguas
sobretudo o Turco que é usado frequentemente usado por causa dos 400 anos de
domínio otomano). A simbologia do pão o deixa mais especial, pois representa a
ressurreição de Cristo - onde a farinha ganha vida e se transforma em pão. E, apesar de poder
encontrar o Tsouréki durante todo o ano na Grécia, é na Páscoa que o seu
significado é ainda mais valorizado.
Sabe-se que o pão
simbolizava a vida também na tradição pagã e pode-se encontrar vestígios dessa
crença ainda hoje sobretudo quando se observa o costume com caráter religiosos
de ofertar pães doces na páscoa para pessoas queridas – tal como ocorre com o
pão de coco, aqui no Ceará – já tratamos disso aqui AQUI.
O formato do Pão Doce
de Páscoa varia conforme as tradições regionais. O mais conhecido é a trança
com ou sem ovo vermelho. As tranças e os nós (outro formato) provêm da época
pagã como símbolos para afastamento dos maus espíritos. Conforme o formato que
lhes davam antigamente, tinham também diversos nomes: kofínia (κοφίνια -
cesto), kalathákia (καλαθάκια - cestinhas), e formatos, vejamos alguns:
Kokona (senhora),
koutsouna (boneca)
krios (Aries -
carneiro)
kalathaki (cesta)
Pé de Jesus
Cobras enroladas
Roscas semelhantes
eram feitas na época bizantina, as kolyrides (κολλυρίδες), e eram pães
específicos para a Páscoa, em diversos formatos, que tinham no centro um ovo
vermelho.
Então sugiro a você,
amigos confrades e leitores amigos, que o prepare como manda a tradição: na
quinta-feira, véspera da Paixão.
Tsouréki
(Tsuréki)
Τσουρέκι
1 kg de farinha de trigo
8 ovos
250 gr de manteiga
2 xícaras de chá de açúcar
100 gr de fermento biológico fresco
1 xícara de chá de leite
½ xícara de chá de óleo
Suco de 2 laranjas
Raspas de laranja
Erva doce
Maxlépi
Mastixa (já falamos dela aqui AQUI )
Preparo: Bata todos os
ingredientes exceto a farinha, a manteiga e o óleo no liquidificador. Incorpore
os ingredientes batidos à farinha pouco a pouco. Trabalhe a massa adicionando a
manteiga e o óleo aos poucos. Deixe descansar até dobrar de volume. Separe a
massa em três partes, faça rolos e monte uma trança, coloque ovos vermelhos
entre os espaços da trança (a quantidade você escolhe). Deixe descansar
novamente até dobrar o volume. Pincele com a gema de ovo batida e asse em forno
bem quente até dourar.
Dicas: Quanto mais trabalhada
a massa, mais macia fica; Os temperos maxlépi e mastixa são difíceis de
encontrar no Brasil. Não há substitutos então, se não tiver, não ponha; Se
desejar, polvilhe nozes picadas ou amêndoas em fatias, ou gergelim, ou o que
vier à sua cabeça.
Amei hum!!!,Imagino toda essas guloseimas estão ,uma delícia
ResponderExcluirGostaria de saber como faço um Ouzo ,tem receitas certa vez ganhei um Ouzo do meu genro Alemão.
ResponderExcluirObrigado (a)por tudo
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