sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Mozaik Pasta: o salame de chocolate com cara de bolo

E cá estamos nós em mais um Dia de Reis. 
Já preparou seu Bolo Rei, pra ver quem vai ficar com a fava? Ah, você não tem a receita ou, não sabe do que eu estou falando... Então veja este post que escrevi (Clique aqui) e se delicie com uma tradição majestosa .


Hoje também é o dia oficial para desmontar a árvore de Natal – mas confesso que sempre tenho preguiça de fazer isso. Até porque acho tão lindos os enfeites de Natal que eu poderia os deixar enfeitando a casa durante o ano  todo (risos).
Estava aqui olhando as receitas tentando  buscar uma interessante para este dia; o  bolo-rei eu já havia postado anteriormente – e já simplifica  bem  a tradição para este dia. Daí resolvi colocar uma que eu gosto imensamente trata-se do Bolo  mosaico – eu desde adolescente que faço (fazia a noite pra comer quando todo mundo dormia rsrsrsrs).



No Brasil este tipo de “bolo” é conhecido como salame de chocolate. Não importando o nome, o resultado  é delicioso.



Tentei buscar mais da origem desta maravilha achocolatada, mas infelizmente não  encontrei  registros que fossem louváveis. Porém o que corre pelo mundo nas raras informações encontradas é que o bolo mosaico seria de origem italiana – um derivado ou outro nome para a famosa PALHA ITALIANA, que  ainda pode ser encontrado na versão de rolo com o  nome de "Salame di Cioccolato". Este bolo foi muito popular na Turquia entre 10 a 15 anos atrás.  E desde então, tem sido esquecido.
Esse tipo de salame possui uma forma semi-cilíndrica e não é fabricado com carne, ao contrário dos salames tradicionais, que possuem uma forma cilíndrica. É tradicionalmente feito com chocolate, bolachas petit-beurre (no  Brasil geralmente feito com bolachas Maria ou  Maisena), manteiga, ovos e alguns tipos de nozes (amêndoas, nozes, avelãs, castanhas) podendo ainda, ser aromatizado com vinho do porto. É servido em fatias grossas. A referência ao salame vai por simbolismo: O chocolate e os pedaços de bolacha substituem a carne e a gordura existentes no salame tradicional.
Quando é referido como bolo mosaico o simbolismo aparece novamente devido ao fato de que os pedaços de bolacha aparente entre  a massa de chocolate lembraria um mosaico.


A palavra mosaico vem do grego e significa obra paciente digna das musas. Não é à toa. Trata-se de uma das mais altas expressões da arte e um dos mais antigos e aparentes meios de ornamentação - desde a época romana. A origem do mosaico se perde no tempo. Plínio (escritor romano D.C.) e Vitruvio (arquiteto romano do primeiro século A.C.) deixaram indicações claras de como fixar as pedras, pois havia mais que um tipo de composição para aplicação dos pequenos e preciosos trabalhos. Os registros de mosaicos mais antigos datam de até 50 mil anos atrás, quando eram utilizadas lascas de pedras, cristais e conchas. Vestígios do uso de materiais cerâmicos como revestimento foram encontrados na arquitetura da civilização Babilônica (século VI a.C.). No entanto, a pirâmide escalonada do Faraó Zozer (5.000 a.C.), a mais antiga já encontrada no Egito, apresentava o recinto da tumba revestido de porcelana verde azulada, e quando foi aberta, em 1.803, mantinha as cores e sua beleza originais preservadas. Nos primeiros séculos antes de Cristo os mosaicos policromos atingiram um desenvolvimento espantoso - não tinha sequer uma casa que não tivesse um. Os mosaicos formados a partir de pedras cortadas em forma de quadrados e retângulos trabalhadas a mão, eram os chamados Tessera. As ilustrações dos mosaicos era bastante diversa. Foram encontradas amostras desde o mitológico histórico até aos da época em que foram feitos, como por exemplo, representações das corridas de bigas na Praça Amerina, na Sicília. Nas ruínas da cidade de Pompéia, na Itália, encontra-se o mosaico mais famoso da Antiguidade: a Batalha de Issus, que representa um combate entre dois nobres. Aliás, os mosaicos antigos, que infelizmente ainda não foram suficientemente estudados, constituem uma fonte riquíssima de conhecimento, seja pela pintura da época - que se perdeu no tempo, seja pela mitologia. Quando a civilização romana caiu sobre os ataques dos bárbaros invasores, a arte se transferiu para as terras do oriente, que eram mais seguras. Por centenas de anos, no resto do império do oriente, foram formadas escolas de mosaiquistas que produziram grandiosas obras. Impulsionados pelo cristianismo, os muros das basílicas se vestiram de milhares de pequenas pedras coloridas. Eram os chamados mosaicos bizantinos, pinturas para a eternidade. Pode-se dizer que no mosaico bizantino existe uma perfeita união da arte e do trabalho. Cada pedra parece ter sua própria autonomia e uma perfeita individualidade pelo modo irregular em que são colocadas sobre o extrato de cimento. Oferecendo luz que provem de diversas partes, estas pequenas pedras produzem um raio de luminosidade incomparável. Depois do período bizantino, o mosaico amargou um longo período de decadência. A tentativa de imitar a pintura relegou o mosaico em um segundo plano por séculos.

Tao  gostoso este bolo  mosaico que, como  já diz o  nome, realmente deve ter sido a musa inspiradora de muita gente por aí.  
Aproveitar que citei as musas e para homenageá-las neste início de 2012 vou discorrer um pouco ao seu respeito – vai que, de repente, com a leitura vocês se inspiram e criam maravilhas gastronômica para dividir com a gente aqui, não é?)



Após a vitória dos deuses do Olimpo sobre os seis filhos de Urano, conhecidos como titãs, foi solicitado a Zeus que se criassem divindades capazes de cantar a vitória e perpetuar a glória dos Olímpicos. Zeus então partilhou o leito com Mnemósine, a deusa da memória, durante nove noites consecutivas e, um ano depois, Mnemósine deu à luz nove filhas em um lugar próximo ao monte Olimpo. Criou-as ali o caçador Croto, que depois da morte foi transportado, pelo céu, até a constelação de Sagitário. As musas cantavam o presente, o passado e o futuro, acompanhados pela lira de Apolo, para deleite das divindades do panteão.
Eram, originalmente, ninfas dos rios e lagos. Seu culto era originário da Trácia ou em Pieria, região a leste do Olimpo, de cujas encostas escarpadas desciam vários córregos produzindo sons que sugeriam uma música natural, levando a crer que a montanha era habitada por deusas amantes da música. Nos primórdios, eram apenas deusas da música, formando um maravilhoso coro feminino. Posteriormente, suas funções e atributos se diversificaram.

Calíope (bela voz), a primeira entre as irmãs, era a musa da eloqüência. Seus símbolos eram a tabuleta e o buril. É representada sob a aparência de uma jovem de ar majestoso, a fronte cingida de uma coroa de ouro. Está ornada de grinaldas, com uma mão empunha uma trombeta e com a outra, um poema épico. Foi amada por Apolo, com quem teve dois filhos: Himeneu e Iálemo. E também por Eagro, que desposou e de quem teve Orfeu, o célebre cantor da Trácia.
Clio (a que confere fama) era a musa da História, sendo símbolos seus o clarim heróico e a clepsidra. Costumava ser representada sob o aspecto de uma jovem coroada de louros, tendo na mão direita uma trombeta e na esquerda um livro intitulado "Tucídide". Aos seus atributos acrescentam-se ainda o globo terrestre sobre o qual ela descansa, e o tempo que se vê ao seu lado, para mostrar que a história alcança todos os lugares e todas as épocas.
Érato (a que dá júbilo) era a musa da poesia lírica e tinha por símbolo a flauta, sua invenção. Ela é uma jovem, que aparece coroada de flores, tocando o instrumento de sua invenção. Ao seu lado estão papéis de música, oboés e outros instrumentos. Por estes atributos, os gregos quiseram exprimir o quanto as letras encantam àqueles que as cultivam.
Tália (a festiva) era a musa da comédia que vestia uma máscara cômica e portava ramos de hera. É mostrada por vezes portando também um cajado de pastor, coroada de hera, calçada de borzeguins e com uma máscara na mão. Muitas de suas estátuas têm um clarim ou porta-voz, instrumentos que serviam para sustentar a voz dos autores na comédia antiga.
Melpômene (a cantora) era a musa da tragédia; usava máscara trágica e folhas de videira. Empunhava a maça de Hércules e era oposto de Tália. O seu aspecto é grave e sério, sempre está ricamente vestida e calçada com coturnos.
Terpsícore (a que adora dançar) era a musa da dança. Também regia o canto coral e portava a cítara ou lira. Apresenta-se coroada de grinaldas, tocando uma lira, ao som da qual dirige a cadência dos seus passos. Alguns autores fazem-na mãe das Sereias.



Euterpe (a que desperta desejo) era a musa do verso erótico. É uma jovem ninfa coroada de mirto e rosas. Com a mão direita segura uma lira e com a esquerda um arco. Ao seu lado está um pequeno Amor que beija-lhe os pés.
Polímnia (a de muitos hinos) era a musa dos hinos sagrados e da narração de histórias. Costuma ser apresentada em atitude pensativa, com um véu, vestida de branco, em uma atitude de meditação, com o dedo na boca.
Urânia (celeste) era a musa da astronomia, tendo por símbolos um globo celeste e um compasso. Representam-na com um vestido azul-celeste, coroada de estrelas e com ambas as mãos segurando um globo que ela parece medir, ou então tendo ao seu lado uma esfera pousada uma tripeça e muitos instrumentos de matemática. Urânia era a entidade a que os astrônomos e astrólogos pediam inspiração.
Suas moradas, normalmente situadas próximas à fontes e riachos, ficavam na Pieria, leste do Olimpo (musas pierias), no monte Helicon, na Beócia (musas beócias) e no monte Parnaso em Delfos (musas délficas). Nesses locais dançavam e cantavam, acompanhadas muitas vezes de Apolo Musagetes (líder das musas - epíteto de Apolo). Eram bastante zelosas de sua honra e puniam os mortais que ousassem presumir igualdade com elas na arte da música.
O coro das musas tornou o seu lugar de nascimento um santuário e um local de danças especiais. Também frequentavam o monte Hélicon, onde duas fontes, Aganipe e Hipocrene, tinham a virtude de conferir inspiração poética a quem bebesse suas águas. Ao lado das fontes, faziam gracioso movimentos de uma dança, com seus pés incansáveis, enquanto exibiam a harmonia de suas vozes cristalinas.
Na mitologia grega, as musas (em grego Μοῦσαι) eram, segundo os escritores mais antigos, as deusas inspiradoras da música e, segundo as noções posteriores, divindades que presidiam os diferentes tipos de poesia, assim como as artes e as ciências. Originalmente foram consideradas Ninfas inspiradoras das fontes, próximas das quais eram adoradas, e levaram nomes diferentes em distintos lugares, até que a adoração tracio-beócia das nove musas se estendeu desde Beócia ao resto das regiões da Grécia e ao final permaneceria geralmente estabelecida.
Ainda que na mitologia romana terminaram sendo identificadas com as Camenas, Ninfas inspiradoras das fontes, na realidade pouco tinham a ver com elas.

Bolo  mosaico
Ingredientes
200 g de chocolate para culinária 
300 g de bolachas petit-beurre (bolachas Maria ou Maizena)
250 g de açúcar
250 g de manteiga
4 gemas de ovos
2 colheres (sopa) mais ou menos de licor à gosto
100 g de amêndoas peladas e picadas
1 colher (sopa) de aguardente velha ou conhaque ou vinho do porto
Modo de preparo
Bata a manteiga até obter um creme esbranquiçado. Junte as gemas, uma a uma, alternando com o açúcar e a aguardente ou conhaque, batendo muito bem entre cada adição. Derreta o chocolate para culinária em banho-maria com 1 colher (sopa) de água. Junte ao creme. Salpique as bolachas com o licor e disponha em forma de quadrado, num prato de serviço. Cubra com uma camada de creme e alise bem. Disponha nova camada de bolachas, previamente salpicadas com licor, e em seguida espalhe outra camada de creme. Proceda de igual modo até colocar 5 camadas de bolachas. Cubra todo o bolo com o restante creme e alise, com uma espátula, de forma a obter um quadrado uniforme. Espalhe a amêndoa junto as bordas do bolo, formando uma barra quadrangular. Risque o centro com um garfo, fazendo um encanastrado. Leve o bolo à geladeira durante cerca de 3 horas antes de servir.
Observações:
Pode substituir-se as amêndoas mas tem de se aumentar a quantidade de bolacha em 100 gr.

Salame de Chocolate
Ingredientes

300g de biscoito secos (bolacha Maria e/ou maizena)
200g de chocolate meio amargo
150g de manteiga (a temperatura ambiente)
100g de açúcar
2 ovos
2 colheres de Rum

Modo de preparo Com as mão, quebre os biscoitos em um tamanha médio, não deixando-os apenas farelo, mas também não em pedaços grandes. Derreta o chocolate em banho-maria.  Misture bem a manteiga, o açúcar, os ovos e o Rum.  Acrescente o chocolate e bata até formar um creme uniforme.
Despeje o creme nos biscoitos, e misture bem. Pegue um papel vegetal e coloque a mistura em fileira. Enrole em um papel alumínio e molde para que fique no formato de um salame. Deixe na geladeira por pelo menos 3 horas ou, até ficar consistente para ser cortado em fatias e sirva.

Nenhum comentário:

Postar um comentário