Hoje o dia começou meio nublado... Deu vontade de ouvir uma música (Mulher sem razão), que não é nova aos meus ouvidos, mas que agora estava sendo cantada pelo Ney (Matogrosso), no seu novo trabalho. Foi com ela que amanheci, foi com ela que entrei na net hoje. E estava ouvindo ela quando li o primeiro e-mail do dia... Uma surpresa, uma boa surpresa:
Cópia do email recebido |
Jamais imaginei receber correspondência, exclusivamente dedicado a minha pessoa, vindo de uma autora que tanto gosto, com quem passei bons momentos na companhia de seus personagens, devorando cada linha como se fosse parte da minha própria vida.
O mais legal é a forma como esse e-mail chegou.
Dois dias atrás eu estava impaciente, resolvi procurar algo para ler... Mas eu já tinha lido e relido todos os livros que tenho em casa... Foi quando eu peguei A rainha dos Condenados, motivado pela capa vermelha – cor que tanto aprecio. Comecei a releitura a partir dos capítulos mais empolgantes daquela história... Minutos depois, interrompi a leitura e vim para o computador, acessei meu facebook, e a primeira postagem que li foi uma outra surpresa bacana:
Cópia dos post com o devido comentário sobre o nome do personagem e do livro |
Daí fiquei pensando numa receita que me remetesse àquelas leituras todas, sobre os vampiros deslumbrantes da senhora Rice. A idéia me veio rápido: pensei no analogismo de Rice – que inglês significa arroz, e logo cheguei, automaticamente, ao Jambalaya - uma receita prática, fácil, gostosa e que , com certeza me transporta para a New Orleans que serviu de cenário para algumas boas partes das aventuras de Lestat e Louis.
Jambalaya é uma espécie de paelha típica de Nova Orleans, talvez exemplo da contribuição que a cultura espanhola acrescentou à cultura negra de Louisiana, em que os principais ingredientes são - além do típico arroz – carnes variadas, camarões, lagostins e muita pimenta: pimenta-do reino moída, curry e cayena também moída.
Jambalaya |
Louis (Brad Pitt) e Lestat (Tom Cruise), na versão para o cinema de Entrevista com o Vampiro |
A cozinha cajun-creole tem a marca da história da região pela presença de diferentes povos e culturas. Seus pratos mais representativos são o gumbo (ensopado com quiabo e camarões) e o jambalaya, que pode ser feito na versão creole (com tomate), ou red jambalaya, e no estilo cajun (sem tomate), ou brown jambalaya.
Em 1682, os creole, exploradores franceses, instalaram-se em New Orleans. No século XVIII, os espanhóis assumiram o controle da região e dos acadians - habitantes de origem francesa, vindos da Nova Escócia - que eram chamados de cajuns pelos índios. Vieram, então, os italianos da Sicília, negros e mulatos refugiados do então Haiti e alemães. (abaixo algumas fotos do bairro francês de New Orleans na atualidade)
A cozinha cajun é conceituada como "robusta", utiliza molhos mais escuros e gordura animal. A creole, é uma culinária mais refinada, à base de cremes, manteiga e tomate. As duas possuem características de cozimento longo e utilizam os temperos: cebola, salsão, pimentão, cebolinha e salsinha. [fonte: História Viva, nº 13, p. 11. Editora Duetto. São Paulo (2004).]
O jambalaya creole origina do Bairro Francês de Nova Orleans. Foi uma tentativa do espanhol para fazer paella no Novo Mundo, onde não existia açafrão prontamente disponível devido a custos de importação. O tomate então se tornou o substituto do açafrão – para dar cor. Com o passar do tempo, tornou-se forte a influência francesa em Nova Orleans, e especiarias vindas do Caribe transformou essa paella do Novo Mundo em um prato único. Na moderna Louisiana, o prato tem evoluído ao longo de uma variedade de linhas diferentes. Creole Jambalaya, ou vermelho jambalaya como é chamado pelos Cajuns, é encontrado primeiramente e em torno de Nova Orleans, onde é conhecida simplesmente como "Jambalaya". O jambalaya creole inclui tomate, enquanto o Cajun jambalaya não.
Jambalaya Cajun é de origem rural da Louisiana, terra de pântano, de baixa altitude, onde nutre lagostas, camarões, ostras, jacaré, pato, tartaruga, javali, veado, etc. Qualquer variedade ou a combinação de carnes, incluindo frango ou peru pode ser usado para fazer jambalaya. Cajun jambalaya é conhecido como "Brown jambalaya 'na área de Nova Orleans, para Cajuns é simplesmente conhecido como" Jambalaya.
A primeira aparição na imprensa de qualquer variante do 'jambalaya "a palavra em outro idioma ocorreu em Leis amours de Vanus; vo, Lou paysan oou Théâtre, por Fortuné (Fortunat) Chailan, publicado pela primeira vez em provençal, em 1837.
Cajun Jambalaya - sem tomate. |
Creole Jambalaya - com tomate. |
A primeira aparição da palavra escrita em Inglês ocorre na ediçãod e maio de 1849 edição de maio da American Agriculturalist, página 161, onde Solon Robinson se refere a uma para 'Hopping Johnny (jambalaya). Jambalaya não aparecem em um livro de receitas até 1878, Quando o The Gulf City Cook Book, escrito pelas senhoras da igreja metodista de St. Francis Street, foi impresso em South Mobile, Alabama. Ele contém uma receita para "JAM BOLAYA".
O Jambalaya teve um breve salto em popularidade durante os anos 1920 e 1930 por causa de sua receita flexível. O prato era pouco mais do que o arroz e legumes a população poderia pagar, assim a receita cresceu dentre as populações mais humildes.
Durante o terceiro mandato do presidente Franklin D. Roosevelt, o prato causou uma briga entre o presidente e amigos da família presidencial, os Richardsons da Virgínia, porque a família enviou um prato para Franklin D. Roosevelt, e o homem teve que recusá-lo, citando que ele era alérgico a lagosta
Em 1968, o governador da Louisiana John J. McKeithen proclamou Gonzales, na Louisiana, a capital do Mundo do Jambalaya. Anualmente, na Primavera, o Jambalaya Festival é realizado. em Gonzales.(Saiba mais clicando aqui)
O Dicionário de Inglês Oxford indica que "jambalaya 'vem de' jambalaia a palavra provençal, o que significa uma mistura louca, e também o que significa um pilau (pilaf) de arroz. Esta opinião é corroborada pelo fato de que a primeira aparição impressa da palavra é em um poema provençal publicado em 1837.
Foto do Festival - ver link acima |
Existem muitos mitos sobre a origem do nome "jambalaya. Um dos mais conhecidos diz que a palavra deriva da combinação de presunto 'jambon’ a francesa que significa, o artigo francês" à la ", uma contração de' la manière à de" sentido "no estilo de", e "ya" , significado para arroz que os negors locais deram para o arroz.
Exploradores europeus haviam importado arroz da Ásia e da África. Os africanos escravizados já tinha um nome indígena para a cultura do arroz; eles chamam de 'ya'. Como os europeus aprenderam o termo 'ya' para o arroz, tornou-se incluído no nome do prato. No entanto, esta teoria é amplamente desacreditada. Até porque o presunto (jambon) não é o elemento de assinatura do prato, então não há razão que o justificasse no nome. Além disso, não há nenhuma língua Africana conhecida em que "ya" significa "arroz".
O Dicionário americano de comida e bebida (The Dictionary of American Food and Drink) oferece este criativo conto criativo da carochinha sobre a origem da palavra: Tarde da noite, um cavalheiro viajante parou numa dessas pousadas de New Orleans que tinha pouca comida restante da refeição da noite. O viajante instruiu o cozinheiro ",Jean, balayez !, no dialeto local" - que significa no nosso português algo como. Jean, coloca tudo junto!" . O convidado então batizou o prato cheio de miscelânea como "Jean balayez".
Jambalaya Creole
Aqueça um fio de óleo numa panela média, doure 1/3 de uma cebola grande picada. Junte as carcaças de 1 quilo de camarões médios e 1 folha de louro. Deixe mudar de cor, acrescente 1.250 l de água. Deixe ferver e conte 20 minutos. Peneire e reserve.
Aqueça um pouco de óleo numa panela, doure 500 g de linguiça picante em rodelas finas. Acrescente a cebola restante, 1 dente de alho picadinho, 1 pimentão verde em cubos pequenos, 1 colher (sopa) de tomilho. Deixe perfumar, acrescente 12 tomates maduros em cubos pequenos, sem pele e sem sementes, 1/2 colher (chá) de pimenta caiena, 1/2 colher (chá) de pimenta calabresa e os camarões. Espere mudar de cor, adicione 2 xícaras (chá) de arroz branco, lavado e escorrido, o caldo do camarão, sal e cozinhe por mais 20 minutos, até que o arroz esteja macio, mas solto. Desligue o fogo, junte 1 xícara (chá) de salsinha picada, aguarde 5 minutos e sirva.
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