Calma. Não vá pensando
besteiras. Essa baixaria não é do tipo que ultimamente tem ganhado força nos
noticiários dos telejornais. Trata-se apenas de uma expressão que ganhou força
nas ruas do Acre - e há quem diga que essa baixaria é deliciosa...
A baixaria acreana é
uma preparação culinária que se comia no mercado do Borque, naquele estado,
tempos atrás, quando se saia das festas (baladas), mas que atualmente se
encontra em todos os lugares podendo ser comido a qualquer hora. Por lá, todo
mundo conhece e se fala dessa baixaria com naturalidade.
Para o batismo deste
prato existiram diversas baixarias, contadas com particularidade, nas ruas
acreanas, vejamos algumas delas:
Pelos anos de 1970,
período em que o Acre foi invadido subitamente pro vaqueiros e fazendeiros,
certo dia, muito cedo, chega ao Mercado do Bosque, em Rio Branco, um desses
vaqueiros capas de comer um boi em cada refeição e foi logo perguntando: ô Dona
Maria, que tem para comer aí? A mulher respondeu que tinha o de sempre: mingau,
pão de milho (cuscuz), tapioca, carne moída, café... enfim falou tudo o aquela
dispunha. O Vaqueiro emendou: Pois me coloquei ai então pão de milho, carne
moída e frita dois ovos. A Dona Maria para tornar o prato imenso, mas querendo
deixa-lo bonitinho, acrescentou cheiro verde por cima e entregou ao vaqueiro
que devorou tudo, e só depois perguntou: Então Dona Maria, quanto é que fica
toda essa baixaria que comi? E desse episódio surge o nome para este prato
típico da culinária acreana que tornou-se repetido no mercado do Bosque,
ganhando fama e espalhando o nome pela população.
Outra versão conta que,
o nome surgiu para separar uma briga depois que dois jornalistas debocharam de
um grupo de pessoas que chegava de uma festa para tomar café no mercado. Eles
já estavam bêbados, quando chegou umas senhoras de vestido longo e uns homens
de fraque e gritaram: 'lá vem a baixaria', então para não virar uma confusão
uma certa senhora chamada Toinha disse que baixaria era o prato que eles
pediram.
Mas independente da
baixaria que originou o prato, o nome pegou e foi popularizado nos anos 80 pelo
jornalista Wilson Barros, que publicou algumas matérias comentando sobre a
novidade no mercado.
Eu adoro cuscuz de
muitas maneiras, mas confesso que não sou muito fã de carne moída, mas essa
baixaria é algo interessante para se experimentar.
Baixaria
acreana
Cuscuz:
200g Flocos de milho pré-cozidos
½ xícara (chá) de água
1 colher (sopa) de manteiga derretida
Sal a gosto
Carne moída:
: ½ kg musculo moído
1 colher (chá) rasa de sal
Pimenta-do-reino moída ½ colher (chá)
Pimenta-malagueta curtida a gosto
1 colher (chá) de Vinagre de vinho tinto
6 dentes de alhos picados
3 colheres (sopa) de óleo
3 tomates maduros, sem sementes e em cubos
pequenos
1 cebola pequena, em cubos médios
Colorau: 1 colher (chá) de colorau
½ xícara (chá) de agua
6 ovos
Cebolinha picada a gosto
Preparo: Cuscuz: Hidrate os
flocos de milho na água, deixe descansar por 15 minutos. Misture o sal e a
manteiga derretida. Coloque numa cuscuzeira e leve ao fogo por 25 minutos.
Reserve. carne moída: Tempere a
carne moída com o sal, a pimenta-do-reino, a pimenta-malagueta, o vinagre e o
alho. Incorpore a mistura com as mãos. Acerte o sal. Numa panela aqueça o óleo,
junte a carne e refogue. Antes que o líquido liberado pela carne seque
completamente, junte o tomate, a cebola e o colorau. Refogue mais 15 minutos.
Acrescente água e cozinhe por mais 10 minutos. Finalização: Monte o prato com o cuscuz esfarelado, regado com um
molhinho de carne moída. Coloque sobre a mistura um ovo frito na hora, com a
gema mole, e salpique cebolinha.