É pra se comer bastante esta idéia de combinar gastronomia, cultura e história unidas num lugar acessível. Principalmente numa época onde as pessoas se entopem de gorduras trans e não alimentam a alma.
Sabendo que o homem não nasce da fome, mas do apetite. Te convido a conjugar o verbo comer em todas as suas possibilidades.
Um brinde a você por estar aqui! Bon apetit!!!
Se
houver uma sobremesa que imediatamente vem à mente quando se fala em
confeitaria da Bretanha, é, obviamente, a Far Breton (a prov farz em Bretão: "farz
= farinha" + "prov =
forno")! Não é apenas delicioso, mas também muito simples de fazer.
Com
uma textura que é densa e cremosa, ao mesmo tempo, o Far Breton é uma
especialidade da confeitaria da Bretanha que encanta os paladares mais
requintados. No entanto, originalmente, era um mingau de cereal simples (em
latim, ‘far’ que significa "farinha de”, e os cereais simples poderiam ser
trigo, milho, aveia) que, inicialmente era salgado e servia para acompanhar
carnes. Com o passar dos anos, surge a versão doce, que consiste em uma mistura
de leite, ovos, farinha, açúcar e ameixa
que conquistou a França entre o século XVIII e XIX.
As
origens do termo Far Breton vem do latim ‘far’, palavra que indicava que era
algo feito de farinha de algum cereal.
Difícil saber exatamente quando e quem produziu pela primeira vez essa
receita já que alguns escritos do século XVIII falam dessa preparação na sua
forma salgada, sendo cozida em um saco, como um cozido selvagem, feito de trigo
sarraceno e farinha de trigo, servido em fatias (farz a-bezh em Bretão) ou
quebrada (bruzunog em Bretão) para acompanhar carnes, ou simplesmente para ser
comido sem acompanhamento. Já a versão doce, passou a ser popular quando passou
a ser servida em dias e eventos festivos na Bretanha.
Mas
por que colocar ameixas secas no Far Breton? Aqui está uma pergunta que alguém
pode estar se fazendo – sobretudo quando
se sabe que não há plantações de ameixas
na Bretanha! A resposta para essa questão talvez venha do intercâmbio marítimo com
outros povos.
Havia
muitos pescadores na Bretanha nos séculos XVII e XVIII, mas a população gostava
de pesca, alguns se dedicavam, inclusive, à pesca do bacalhau, na Islândia.
Nessa mesma época os marinheiros da Grã-Bretanha já faziam consumo de ameixa
secas, e outros frutos secos como maçãs e uvas passas, durante as viagens ao
mar. Os britânicos já sabiam que frutos secas são excelentes fontes de energia,
além de serem mais fáceis de transportar.
Deste
modo os bretões passaram a trocar bacalhau por ameixas, e desde então passaram
a incorporá-las em suas receitas.
O
importante disso tudo é que resultou em uma sobremesa prática, rápida e
deliciosa – que você deve experimentar.
Far Breton
Adicionar legenda
250
gr. de farinha (pouco mais de 1 xícara)
150
gr. do açúcar (cerca de 2/3 de xícara)
4
ovos
1
litro de leite
20
gr. de manteiga (1,3 colheres de sopa)
2
colheres de sopa de Grand Marnier
250
gr. ameixas secas sem caroço
Preparo:
Marinar as ameixas secas com o Grand Marnier. Pré-aqueça o forno a 200 ° C
(400F). Misture a farinha com o açúcar. Adicione os ovos um a um, e misture. Em
seguida, despeje o pouco de leite aos pouco até que se obtenha uma espécie de massa de panquecas (ou
seja, uma massa lisa e líquida). Untar a assadeira com a manteiga. Coloque as
ameixa secas no fundo da forma, despejar a mistura por cima e levar ao
forno para assar por cerca de 50 minutos
– ou até dourar.
Mjadra ou Mijadra (do
árabe: مجدرة mujadarah) é um prato da culinária persa que consiste em
lentilhas, arroz e decorado com fatias fritas de cebola.
Mujaddara é um termo árabe
para "esburacado" – uma alusão ao aspecto da preparação onde as
lentilhas entre o arroz se assemelha a buracos. A primeira receita registrada
de mjadra aparece no Kitab al-Tabikh, um livro de receitas compilado em 1226
por al-Baghdadi, no Iraque, que descreve
a receita como sendo arroz, lentilhas e carne, servido desta forma durante
celebrações. A receita sem carne era um prato árabe medieval comumente
consumido pelos pobres, a fama de ser um derivado do "prato de
lentilhas" que Jacó usou para comprar direito de primogenitura de Esaú.
Por causa de sua importância na dieta, um ditado no mundo árabe oriental é:
"Um homem com fome estaria disposto a vender sua alma para um prato de
mjadra".
Apesar de ser considerado
um prato de origem humilde, trata-se de um dos mais conhecidos da cozinha
libanesa ou palestina. Judeus sírios muitas vezes comem este prato duas vezes
por semana: consomem quente às quintas-feiras, e frio nas noites de domingos.
Além de ser muito consumido por árabes cristãos durante a Quaresma.
O consumo desse prato na
Pérsia pode ter influenciado a prática dos árabes cristãos no consumo de Mjadra
durante a quaresma, pelo simples fato da existência do deus Mitra - o Bom
Pastor, o Messias Redentor, a Verdade e a Luz – o , já que existe a hipótese de
ser o Cristianismo baseado no Mitraísmo, considerando que a vida de Mitra
decorreu exatamente como a de Jesus Cristo: tendo nascido no dia 25 de
dezembro, de uma virgem; foi adorado por reis magos e pastores; viajou durante
a sua vida ensinando e fazendo milagres; teve doze discípulos; celebrou uma
última ceia; foi morto e sepultado num túmulo na rocha; e, por fim, ressuscitou
no equinócio da primavera (por volta do dia 21 de março), três dias depois de ter
sido sepultado e subido ao Céu. O mitraísmo incluia rituais celebrados ao
Domingo e sacramentos, celebrando também a Páscoa.
Mitra
A tudo isto se junta ainda
o facto de Santo Agostinho ter dito que o Deus que ele adorava era o mesmo que
o dos mitraístas. Os animais que o simbolizavam eram o carneiro (que representa
no cristianismo a morte inocente de Jesus para salvar a Humanidade) e o leão
(que era o animal da tribo de Judá, da qual descendia Jesus). Aparece também um
jovem musculado e viril, pleno de força, a dominar um touro nos mitreus
romanos.
Há bastante controvérsia
sobre a etimologia de Mitra. Na Índia védica, Mitra significa ‘amigo’, no persa
avéstico era traduzido como ‘contrato’, sendo esta última significação a que
prevalece nos nossos dias, sendo pois Mitra a personificação do contrato.
Segundo os etimologistas, Mit(h)tra é composto de um sufixo instrumental –
“tra” – que significa instrumento de trabalho e de um prefixo “mi” que é
encontrado em todas as línguas indo-européias sob diferentes raízes. “Mei” pode
significar ainda “lugar, encontro”. Em sânscrito “mitram” significa “amigo”.
Mitra significando, pois, ‘contrato’ e ‘amigo’ não se opõem realmente, visto
que não existe amizade sem um engajamento mútuo. Não se fala em ‘pacto de
amizade’? Mitra se encontra sob diferentes ortografias: Mihr, Meher, Meitros,
etc.
O Mitra avéstico,
encontrado na religião persa (iraniana), é o Mitra mais conhecido e divulgado e
precede o monoteísmo zoroastriano. A influência da antiga religião iraniana
para a formação religiosa do Ocidente é bastante significativa: o tempo linear,
a articulação dos diversos sistemas dualistas – sejam cósmicos, éticos ou
religiosos -, o mito do Salvador; a elaboração de uma escatologia ‘otimista’
que proclama o triunfo do Bem sobre o Mal; a salvação universal; a doutrina da
ressurreição dos corpos; certos mitos gnósticos; a mitologia dos Magos etc.
Mitra retorna ao primeiro
plano como deus do sol, dos juramentos e dos contratos, sob a influência dos
Magos. Estes foram uma classe de sacerdotes dos antigos medas com um papel
sacrificial importante e que entre os gregos antigos gozavam de uma reputação
de serem depositários de uma sabedoria esotérica. No Panteão dos Deuses
avésticos, Mitra seria filho de Anihata ou Anahita, a gênia feminina do fogo,
uma espécie de Virgem Imaculada, Mãe de Deus. É a única figura feminina
associada a Mitra, pois este permanecerá celibatário por toda a vida, exigindo
de seus admiradores a prática do controle de si, a renúncia e a resistência a
toda forma de sensualidade. Vale salientar que o maior Mithraeum (templo)
construído em Kangavar na Pérsia Ocidental era dedicado a esta deusa.
Segundo reza o Mihr Yasht,
o extenso hino em honra a Mitra da saga religiosa persa, a história de Mitra é
a seguinte: após ter sido promovido ao panteão dos Grandes Deuses, Aúra-Masda
mandou construir-lhe uma mansão no cimo do Monte Hara, ou seja, no mundo
espiritual, além da abóbada celeste. Postou-se aí como o protetor de todas as
criaturas e não era adorado como todos os outros deuses menores com preces
rotineiras. Aúra Masda consagrou Haoma como sacerdote de Mitra que o adorava e
lhe oferecia sacrifícios. Aúra Masda cria e prescreve o rito próprio ao culto
de Mitra no paraíso. Mitra, assim, retorna à terra para o combate contra os
daêvas sem, contudo, conseguir vencê-los. Somente quando Mitra se une a Aúra
Masda o destino dos daêvas será selado. Mitra será, a partir daí, adorado como
a luz que ilumina todo o mundo.
Alto-relevo mostrando a investidura do imperador Sapor II (centro). Na esquerda, o deus Mitra e na direita Áura-Masda. Nota-se que enquanto Mitra ainda ilumina o imperador, Aúra-Masda divide com o monarca um símbolo real, representando o direito divino de governar sendo concedido a Sapor II pelos próprios deuses.
No tocante aos babilônios,
estes incorporarão o Deus Mitra no seu Panteão e, em troca, introduziram, na
religião persa, seu culto solar, tendo a astrologia como um dos seus pontos
mais fortes. Convém salientar que a cultura judaica sofrerá uma influência
marcante do dualismo zoroastriano a partir do cativeiro em 597 a.C. No judaísmo
primordial, Iavé era concebido como o único criador do Mundo e do Universo, ou
seja a totalidade absoluta do real, contendo inclusive o mal. O dualismo Iavé –
HaShatan advém de uma crise espiritual que se seguiu ao cativeiro babilônico,
personificando aspectos negativos da vida, sob a forma de Satã, que se tornará
progressivamente também eterno. Satã seria, então, o fruto de uma cissão da
imagem arcaica de Iavé combinado com as doutrinas dualistas iranianas. Esta
tradição impactará fortemente o cristianismo nascente.
O deus Mitra em uma pintura indiana. Hoje em dia Surya é o deus-sol mais venerado entre o hinduísmo, pois Mitra era principalmente cultuado na época do vedismo, o que remonta mais de 3 mil anos atrás.
O Mitra irano-helenístico
tem a sua gênese com as conquistas de Alexandre e a queda do império persa
durante o ano de 330 a. C., pois Alexandre e 10.000 de seus soldados macedônios
se casam com mulheres persas e mais, dentro do ritual persa. Sabe-se que alguns
destes macedônios e seus filhos, iniciados pelas mães persas, introduziram o
culto de Mitra na Macedônia e na Grécia. É deveras conhecido que a adoração
deste Deus Mitra, advindo do inimigo persa, nunca obteve uma grande popularidade
na Grécia, apesar de continuar a manter a influência junto à aristocracia meda
e iraniana. Tanto assim que o nome Mitrídate (dado a Mitra) é encontrado em
diversos reis partos, do Bósforo e do Ponto Euxino. A arqueologia tem
descoberto diversos templos – Mitreas – na Armênia. Apesar da pouca influência
junto ao povo grego, a religião iraniana entrou num vasto movimento sincrético
junto à cultura helênica. Mitra era adorado em todo o império de Alexandre e os
Magos continuavam a ser os sacerdotes sacrificadores. O culto repousava sobre
uma cronologia escatológica de 7.000 anos, cada milênio sendo governado por um
planeta. Daí advém a série dos 7 planetas, dos 7 metais, das 7 cores etc.
Durante os 6 primeiros milênios, Deus e o Espírito do Mal combatem pela
supremacia e, quando o Mal parecia vitorioso, Deus enviou o Deus solar Mitra
(Apolo, Hélio) que domina o sétimo milênio. No fim deste período setenal, a
potência dos planetas cessa e um incêndio universal recobre o mundo.
Curioso nesta época é a
biografia do rei Mitrídate VI Eupator, rei do Ponto, anterior ao nascimento de
Cristo. Seu nascimento foi anunciado por um cometa, um raio caiu sobre o
recém-nascido, deixando-lhe uma cicatriz. A educação deste rei é uma longa
série de provas iniciáticas. É visto durante sua coroação como uma encarnação
de Mitra. A biografia real é muito próxima do Natal cristão. Ele será o último
rei de uma longa lista de grandes reis Mitridates. Conquistou quase toda a Ásia
Menor por volta de 88 a. C., mas foi derrotado pelos romanos em 66.
Provavelmente aliou-se aos piratas Cilicianos dos quais falaremos a seguir.
Foi, também, o primeiro monarca a praticar a imunização contra os venenos, a
qual, segundo o Aurélio, se adquire por meio da repetida absorção de pequenas
doses deles, gradualmente aumentadas, daí o nome mitridatismo.
O faravahar é o símbolo zoroastriano que representa a alma humana.
A grande popularidade e o
apelo do mitraísmo como uma forma refinada e final do paganismo pré-cristão foi
discutida pelo historiador grego Heródoto, pelo biógrafo, também grego,
Plutarco, pelo filósofo neoplatônico Porfírio, pelo herético gnóstico Orígenes
e por São Jerônimo, um dos pais da Igreja.
O contato com o mundo
helênico desenvolvia-se essencialmente a partir de Comageno na Ásia Menor. Daí
surgem os primeiros testemunhos sobre Mitra, como um Deus dos Mistérios no
primeiro século a. C., curiosamente, no seio dos piratas Cilicianos em luta
contra os romanos. É dentro deste contexto de resistência e luta que Mitra pode
tornar-se um Deus iniciático. Plutarco diz que celebravam em segredo ‘os mistérios
de Mitra’. Sua capital era Tarso, onde nasceu S. Paulo, e Perseu era o seu Deus
fundador. O símbolo da cidade era o combate do Leão com o Touro. Paralelamente
a isto, os Magos medas se fixaram na Ásia Menor e na Mesopotâmia,
infiltrando-se cultural e religiosamente no mundo helênico, principalmente,
como vimos, na aristocracia. Cita-se que o rei Tiridate quando veio a Roma para
ser coroado rei da Armênia por Nero, dirigiu-se ao imperador chamando-o por
Mitra (Deus Sol).
O Mitra romano faz sua
‘rentrée’ no Império através dos Mistérios. O termo “mistério” possui um
sentido muito preciso. Os mistérios gregos, e depois romanos, foram numerosos:
Dionísio, Elêusis, Cibele, Átis e Deméter. Podem ser ainda citados os de Ísis,
Sarápis, Sabázios, Júpiter Doliqueno etc. Certa bruma enigmática envolvia todos
estas cerimônias dos mistérios, mas o comum entre eles, era o aspecto ‘solar’,
apesar de todos esconderem sua identidade essencial. Desnecessário dizer que,
por serem os mistérios, secretos e ocultos, poucos documentos escritos chegaram
até nossos dias. O pouco que se sabe sobre eles advém da patrística cristã que,
na ânsia de combater o mitraísmo, terminou por nos legar uma série de
descrições sobre o mesmo. Alguns autores gauleses chegam a afirmar que assim como
a maçonaria foi a religião clandestina da IIIª República Francesa, o mitraísmo
sustentava subterraneamente a ideologia da Roma Imperial.
A inoculação do veneno
mitraíco no seio do Império, segundo Plutarco (Vita Pompeu), foi o transplante,
feito por Pompeu em 67 a. C., de 20.000 prisioneiros Cilicianos (uma província
na costa sul oriental da Ásia Menor) que praticavam os “ritos secretos” de
Mitra. Daí, a epidemia mitraíca se alastrou por todo o mundo romano, reforçada
ainda pelos múltiplos contatos das tropas de ocupação romana com as outras
culturas mitraícas, tendo atingido o seu zênite no século III, quando começou a
travar uma luta de vida e morte com o cristianismo. Tanto assim que do século
II ao IV da nossa era, os Mithrae (ou Mithraeum no singular) – templos
dedicados ao culto do deus – chegaram a ser mais de 40 em Roma. Um dos maiores
templos construídos podem ser encontrados hoje nos subterrâneos da Igreja de
São Clemente, perto do Coliseu. Esta adoração não se restringia somente à
capital do Império, mas principalmente às cidades portuárias da atual Itália:
Óstia, Antium, no mar Tirreno; Aquiléia, no Adriático, Siracusa, Catânia,
Palermo etc. Paralelamente, a propagação se dá na Áustria, na Germânia, nas
províncias danubianas, na Polônia, na Hungria e Ucrânia e num movimento de
volta, nas províncias da Trácia e da Dalmácia, num retorno à Grécia e a
Macedônia.
Santuário de Mitra em Roma.
No terceiro século, encontram-se traços mitraícos na Criméia, no
Eufrates, no Egito e sobretudo no Maghreb. Curioso é que a Espanha e Portugal
sofreram pouquíssima influência. A Gália oriental, renana e belga, pagou o seu
tributo, assim como também a Aquitânia. Encontram-se vestígios na região
parisiense, como também em Boulogne sur Mer. Na Inglaterra, a concentração se
dá em Londres e na região norte, ao longo do muro de Adriano, até Canterbury.
Locais de adoração mitraíca foram encontrados também, na Bretanha, na Romênia,
na Alemanha, na Bulgária, na Turquia, na Pérsia, na Armênia, na Síria, em
Israel etc. No final do século III, Mitra era adorado da Escócia à Índia,
chegando até a oeste da China, onde era conhecido como Amigo, nome que indica
uma filiação védica.
Mitra passa a ser
representado como um general militar. É o Amigo do homem durante a sua vida e
seu protetor contra o mal após a sua morte. Mitra não é só propagado pelos
militares romanos como também pelos funcionários, comerciantes, artistas, meio
jurídico e financeiro e, principalmente nos círculos do conhecimento. Ao
contrário da Grécia, penetra nos meios mais modestos e populares. Por mais de
trezentos anos, os romanos adorarão Mitra.
Em meados do segundo
século, seu culto atinge a cúpula militar. Os neófitos começaram a congregar-se
sob os Flávios, espalhando-se o culto na época dos Antoninos e Severos. Os
próprios Imperadores se fizeram iniciar nos mistérios, havendo suspeitas de que
Nero tenha sido um deles. Contudo, é Cômodo (185-192) que parece ter sido o
primeiro a se converter ao culto, seguido por Sétimo Severo. Caracala (211-217)
encoraja o culto do Deus solar sob a forma de Sol invictus. O culto foi
reintroduzido por Aureliano (270-275). O apoio oficial virá, entretanto, no
reinado de Diocleciano em 307. Apesar destas emanações, não parece que Mitra
tenha recebido uma preponderância imperial na corte dos Césares pagãos. Deve-se
notar, ainda, que do mesmo modo que o cristianismo, sua influência não foi
estendida ao meio rural. Alguns autores sugerem que isto se deveu à exclusão
das mulheres nas funções litúrgicas.
Depois desse longo
percurso histórico que tal preparar Mjadra
para esta Páscoa?
Mjadra
2 xícaras (chá) de arroz lavado e
escorrido
1 xícara (chá) de lentilha lavada
1 cebola grande finamente fatiada
2 dentes de alho amassados
3 colheres (sopa) de hortelã picadinha
2 colheres (sopa) de azeite de oliva
sal
Preparo:
Colocar as lentilhas
para cozinhar em 4 xícaras (chá) de água ficarem quase macias. Aquecer uma
colher de azeite e refoguar o alho. Juntar o arroz e refogar normalmente.
Acrescentar as lentilhas pré-cozidas juntamente com a água. Adicionar o sal a
gosto e cozinhar até que o arroz e a lentilha estejam macios. À parte, aqueça o
restante do azeite refogar a cebola até ficar dourada, reserve. Quando o arroz
e lentilha estiverem macios e secos, colocar a cebola refogada e a hortelã por
cima. Sirva-se quente.
Tem
dias em que só uma receita clássica agrada. Mas é engraçado que, quando se fala
em cozinha clássica, muita gente já a identifica com preparações difíceis e
complicadas de fazer. Por isso o post de hoje é justamente para mostrar a
facilidade e o sabor resultante de uma preparação clássica. Hoje este poste é
sobre Tarte poire amandine ou Torta Bourdaloue (Torta de pêra e amêndoa).
Este
doce é mais uma das preparações que foi nomeada a partir da rua onde a confeitaria
que a criou está licalizada. A tarte Bourdaloue surgiu em plena Belle Époque,
no final do século XIX, em uma pastelaria da Rua Bourdaloue, no 9º distrito de
Paris, que foi instalada ali por volta de 1850, sendo uma criação do confeiteiro
Lesserteur. Àquela era comum que os clientes ignorassem o nome do artesão, mas
não o da rua onde o doce da moda era fabricado.
O
nome da rua que nomeia a torta deve-se a um jesuíta francês do século XVII, e
contemporâneo de Louis XIV, chamado Louis Bourdaloue, que se destacou como
grande orador. Era evidente que ele sabia se dirigir às massas, mais do que o Rei Sol. Louis Bourdaloue chegou até a
posteridade com uma estátua à vista no Museu do Louvre, no pátio de Napoleão,
especificamente.
No
entanto, ainda existe um objeto que leva este nome, mas que não tem nada a ver
com a preparação. Trata-se da bourdalou,
que nada mais é do que um urinol feminino! O termo deste objeto nasceu
na França, assim como uma piada em comparação para os grandes sermões dos
jesuítas, que levavam as senhoras a fazer uso desse objeto do lado de fora do
templo, e quando isso já não era permitido elas iam atrás de uma coluna
aliviar-se. Elas costumavam levar a bourdalou para o teatro, e também para
outros lugares públicos, quando ainda não havia banheiros públicos e também não
disponham de sua "dame de chambre" que haviam deixado em casa.
O
pintor François Boucher, gostava muito do estilo Rococo por ser, para ele, um
estilo "Galante", que o levou a pintar uma cena de uma mulher usando
a bourdalou para se aliviar.
Mas
a Bourdaloue do senhor Lesserteur era feita com creme de amêndoas, que nãos e confunda aqui com creme Frangipane
– este último trata-se de um crem,e
resultante da mistura de dois terços de creme de amêndoas com um terço de creme
de confeiteiro. Quando não leva creme de confeiteiro a preparação deve ser
chamada apenas de creme de amêndoas. A Bourldalou de Lesserteur era aromatizada
com rum, e por cima recebia uma camada de brilho com geleia de damasco.
Que
tal esperimentar essa delícia?
Torta Bourdaloue ou Poire Amandine
Ingredientes da Massa (Pate sucre)
100g
Farinha
40g
Açúcar
1
colher de café de Fermento químico
50g
Manteiga
1
ovo
15g
Farinha de amêndoa
Ingredientes da calda para pera
6
Peras
500
ml água
100g
açúcar
250
ml vinho branco
1
fava de baunilha
2
canelas em pau
3
cravos
7
cardamomos
Ingredientes do creme de amêndoas
100g
Manteiga sem sal
100g
Açúcar
100g
Farinha de amêndoa
2
ovos
5ml
Rum
Preparo: Massa - Bater
o açúcar com a manteiga até formar um creme. Adicionar a farinha com a farinha
de amêndoa aos poucos e incorporar os ovos. Deixe a massa homogênea e reserve
por 1 hora. Como fazer a calda:
Colocar todos os ingredientes em uma panela, menos as peras. Descascar as peras
e colocar na panela até cozinharem, mas sem ficarem moles. Como fazer o creme: Bater a manteiga em temperatura ambiente até
ficar com textura de pomada. Adicionar o açúcar e bater mais. Adicionar os
ovos. Colocar o rum por último, misturar até o creme ficar homogêneo. Montagem: Pré-aqueça o forno a 170
graus. Polvilhe a bancada de farinha e abra a massa até obter uma espessura de
quatro milímetros. Forre o fundo e as laterais de uma forma untada, fure a
massa com um garfo e asse no forno por 20 minutos. Deixe esfriar completamente.
Quando a massa da torta estiver no forno, corte as peras em dois na vertical,
tire com a ajuda de uma colher os caroços e corte a pera em laminas bem finas
na horizontal. Depois que a massa da torta estiver meio cozida, recheie e, por
último, coloque as lâminas por cima. Leve ao forno e asse por mais 15 minutos.