sábado, 26 de dezembro de 2015

Tangyuan em sopa doce - Para uma Ano Novo esplêndido


Caros Amigos, espero que tenha tido um excelente Natal. Este ano resolvi me recolher, de tudo. Muitas vezes, li nas crônicas vampirescas de Anne Rice que seus fantásticos e superpoderosos vampiros se recolhiam da agitação do mundo por uns tempos – “o chamado da terra” – o até que “o chamado do mundo” os fizesse retornar ainda mais fortes. Li isso nas crônicas, compreendi o significado, mas não pensei que eu, um dia, fizesse isso. Pois, me recolhi.
Resolvi me recolher nessas festas, e fiz a melhor das escolhas fazendo isso. Minha atitude teve inspiração espiritual, e hoje percebi o valor da importância lendo uma passagem da Lya Luft, que eu recomendaria muito a leitura. Por isso, coloquei o trecho que diz assim:
" Às vezes é preciso recolher-se. O coração não quer obedecer, mas alguma vez aquieta; a ansiedade tem pés ligeiros, mas alguma vez resolve sentar-se à beira dessas águas. Ficamos sem falar, sem pensar, sem agir. É um começo de sabedoria, e dói. Dói controlar o pensamento, dói abafar o sentimento, além de ser doloroso parece pobre, triste e sem sentido. Amar era tão infinitamente melhor; curtir quem hoje se ausenta era tão imensamente mais rico. Não queremos escutar essa lição da vida, amadurecer parece algo sombrio, definitivo e assustador. Mas às vezes aquietar-se e esperar que o amor do outro nos descubra nesta praia isolada é só o que nos resta. Entramos no casulo fabricado com tanta dificuldade, e ficamos quase sem sonhar. Quem nos vê nos julga alheados, quem já não nos escuta pensa que emudecemos para sempre, e a gente mesmo às vezes desconfia de que nunca mais será capaz de nada claro, alegre, feliz. Mas quem nos amou, se talvez nos amar ainda há de saber que se nossa essência é ambiguidade e mutação, este silencio é tanto uma máscara quanto foram, quem sabe, um dia os seus acenos."
Mas o meu recolhimento vai além... e não precisa ser explicado aqui apenas para justificar minha ausência do blog. Contudo, e como sempre, há uma receitinha para ser compartilhada. Desta vez, vem da tradição oriental, para trazer boas vibrações para o Ano Novo, e muito de fazer. Chama-se  Tangyuan.


Tangyuan é um bolinho típico chinês feito de arroz glutinoso. Ele pode ser servido em sopa ou para comer sem acompanhamento. Pode ser doce ou salgado, pequeno ou grande, com ou sem recheio.
Na China o Tangyuan é comido durante todo o ano, porque é vendido como alimento congelado muito popular em muitos supermercados asiáticos. Mas na maioria das vezes, é comido durante o Festival das Lanternas e Ano Novo chinês.


Na China, há duas versões diferentes falando sobre o lugar de origem do Tangyuan vem: No Norte da China, a lenda vem da era Yongle da dinastia Ming. Naquela época, Tangyuan era chamado de 'Yuanxiao' (元宵), e foi obtido a partir Festival Yuanxiao, também conhecido como o Festival das Lanternas. Yuanxiao significa "primeira noite", que é a primeira lua cheia depois do Ano Novo Chinês e é sempre uma lua nova. No sul da China, Tangyuan também é chamado de 'Yuanxiao' (元宵). Mas desde 1912, quando Yuan Shikai (袁世) tornou-se o primeiro presidente da República da China, o nome foi mudado para Yuanxiao. Yuan Shikai sempre quis se tornar um imperador, mas ele estava com medo que o povo da República da China se opusesse a ele já que seu primeiro nome Yuan era a primeira para do  nome do bolinho e a parte final do novo nome do  bolinho (xiao) significava também "erradicar".



Portanto, pensar no  bolinho como Yuanxiao (元宵) fazia lembrar ao povo da China que teria que erradicar  o da República da China, ou seja, para remover Yuan Shikai de lugar do presidente. Em 1913, antes do Festival Yuanxiao (festival de lanterna), Yuan Shikai decidiu mudar o nome Yuanxiao (元宵) para Tangyuan (汤圆). A partir de então, Tangyuan tornou-se o nome oficial deste alimento.
 Os recheios também podem ser diferentes dependendo da região em que são preparados. Assim, no sul: há recheios doces como o de açúcar e gergelim, flores osmanthus, pasta de feijão doce e casca de tangerina cristalizada, enquanto no norte, são os preferidos recheios salgados, incluindo carne e legumes picados.






Para muitas famílias na China continental, bem como no exterior, tangyuan é normalmente consumido junto com a família. Por este motivo a forma redonda das bolas e das tigelas em que são servidos, simbolizam paz e união familiar. E eles podem vir coloridos, representando alegria, e corantes são adicionados na massa para garantir o colorido. Mas o branco é o tradicional para comemorar o Ano Novo.

Tangyuan

4 xícaras de farinha de arroz glutinoso (Motigome, consegue fácil nas lojas de produtos asiáticos, japoneses e em bons supermercados)
220 ml de água morna
200 ml de água fria
Recheio
14 colheres de sopa de pó de gergelim preto
14 colheres de sopa de açúcar
10 colheres de sopa de manteiga sem sal
Sopa doce
3 xícaras de água
½ xícara de açúcar (pode ser mascavo também)
gengibre cortado ao gosto
anis estrelado (opcional)
Preparo: Sopa doce: Misture tudo e leve ao fogo até formar uma calda fina; retire do fogo e deixe esfriar. Sirva as bolinhas nessa calda. Comece pelo recheio. (Um segredo para dar certo, sem desculpas, é nessa hora de fazer as bolinhas, fazer a mistura em metades, ou seja, misturar primeiro 7 colheres de pó de gergelim, com 7 colheres de açúcar, que pode ser mascavo, e 4 colheres de manteiga derretidas. E só depois d éter terminado de fazer as bolinhas com essa primeira parte você fará a segunda. Coisa da paciência oriental. O mesmo serve para a massa abaixo). Misture o pó de gergelim preto e o açúcar. Derreta a manteiga sem sal e adicione a mistura de pó de gergelim preto juntos. Misture bem até unir. Faça da mistura pequenas bolinhas com toda a massa. Levar a geladeira em uma forma com as bolinhas espaçadas para não grudarem. Massa: pegue 2 xícaras de farinha de arroz glutinoso e adicione 110 ml de água morna e misture até toda farinha estar bem unida e em seguida, adicione 100 ml de água fria e misture formando uma pasta lisa. Pegue pequenas partes da pasta e alise-os com a palma da sua mão. Coloque a bolinha de recheio na massa e depois feche como uma bola. Levemente enrole delicadamente na palma da mão como se fosse uma brigadeiro. Assim faça toda a receita e leve a geladeira por uns 15 minutinhos. Depois de frias, leve para ferver uma panela com água (cerca de 4-5 copos), e em seguida, solte as bolas na água fervente com cuidado. Assim que elas flutuarem até o topo, como se fossem nhoques, elas estarão prontas para comer. 

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