No post anterior iniciei comentandando sobre Elvira – A rainha das trevas, e inclui uma frase que acho muito legal, a qual cita uma das bebidas mais elegantes no mundo da coquetelaria: o Bloody Mary.
Versão Clássica |
Minha versão - mais aperitiva (receita no final) |
Ontem, passei um pedaço da noite conversando sobre os “bons drinks” com a Ana Luisa (enquanto esperavamos o professor de frances – que, segundo informaçoes made in coordenação, se acabava na comilança e beberagens, na sala-bar). Pensando neste contexto, resolvi postar hoje, nesta confraria algo relacionado com os acontecimentos anteriores. E por que não falar do próprio Bloody Mary?
Antes, porém dedico o post a Ana Luisa que me propôs da gente fazer uns ‘bons drinks” qualquer dia destes...
Como todo boa receita é sempre cheia de lendas ao seu respeito (já estou me cansando de escrever isso sempre rsrssrsrsr), existem mais de uma versão acerca do nome e da origem do coquetel Bloody Mary. Contudo abaixo conto a mais plausivel – para, em seguida, citar duas outras possiveis versoes para a genesis desta bebida.
Elegante, sua origem não poderia ser outra senão a Paris dos anos 20. O autor da bebida foi o barman Fernand Petiot, que comandava o balcão do Harry’s New York Bar, que até hoje funciona no número 5 da Rue Doneau, bar freqüentador celebridades como Ernest Hemingway, Sinclair Lewis, Coco Chanel and Humphrey Bogart.
Fernand Petiot |
Harry's New York Bar - Paris |
No Harry’s New York Bar de paris os primeiros teriam sido criados misturando partes iguais de suco de tomate e vodka. Ele não tinha idéia de que sua mistura se tornaria mundialmente famosa quando ele concordou com o dono do bar que sugeriu que ele chame a bebida "Bloody Mary". O patrão disse que lembrava o Bucket of Blood Club (Balde de Sangue Club), em Chicago, e uma garota que ele conheceu lá chamada Maria.
Harry's New York Bar - Paris |
Vele lembrar que entre 1920 e 1933 vigorou nos Estados Unidos o que ficou conhecida como “Lei Seca” que estabeleceu que nenhuma bebida poderia ser vendida contendo mais do 0,5% de álcool em sua composição. Neste período muitas fortunas foram construídas através do contrabando e produção ilegal de bebidas alcoólicas sem origem controlada, que tinham qualidade e gosto tão ruins que a única maneira de consumi-las era misturando com sucos, refrigerantes e outros ingredientes.
Neste período o hábito de preparar cocktails tornou-se muito popular e misturar bebidas uma prática comum para qualquer Barman americano. Com esta composição Petiot atendeu ao pedido de seus compatriotas que freqüentavam seu bar em Paris. e que buscavam por receitas cujas misturas tivessem uma aparência e aroma que pudessem ter mascarados seu teor alcoólico e que fosse ao mesmo tempo fácil de ser preparadas, conseguindo assim burlar a proibição de consumir bebidas alcoólicas quando retornassem ao território americano.
Hotel St.Regis - Em New York |
Petiot mudou-se para os EUA em 1925 e, após uma estada em Canton, Ohio (onde conheceu sua esposa), ele se tornou bartender cabeça do King Cole Bar do St. Regis Hotel, em New York,1934, onde tinha o gângster Frank Costello como um dos mais famosos e regulares clientes.
Frank Costello |
Contudo, somente em 1934, com o fim da lei seca e a produção em larga escala do coquetel nos bares americanos a gerência do hotel na tentativa de conquistar mais fama tentou mudar o nome para Red Snapper, mas não colou. Os Nova-iorquinos sofisticados acharam a bebida muito branda e pediram mais tempero.
King Cole Bar & Lounge - St.Regis Hotel NY |
É neste exato momento em que aparece a revista The New Yorker, de 18 de Julho de 1964, apresenta uma citação de Petiot que diz: "Eu iniciei o Bloody Mary hoje", ele nos disse. "George Jessel disse que o criou, mas não era nada mais que vodka e suco de tomate quando eu levei-o. Eu cobrir o fundo da coqueteleira com quatro grandes traços de sal, duas pitadas de pimenta do reino, dois traços de pimenta caiena, e uma camada de molho inglês, eu em seguida, adicione uma pitada de suco de limão e algum gelo picado, coloque duas onças de vodka e duas onças de suco de tomate espesso, agitei bem e servi. Nós servimos cerca de 150 Bloody Marys um dia aqui no King Cole".
Assim Petiot fez a receita em seguida, evoluiu para incluir a pimenta preta (do reino), pimenta caiena, o molho inglês, sal, limão e um toque generoso de tabasco e os clientes gostaram mais ainda – diz-se alguns historiadores que a inclusão do tabasco na recita foi feita para atender ao príncipe russo Serge Obolensky. Ambos locais reivindicam o posto de local da criação da bebida.
OUTRAS VERSOES PARA A ORIGEM
No final dos anos 30, o ator e produtor George Jessel teria sido o criador, também em Nova Iorque conforme o New York Herald Tribune, sendo que Jessel aparecia em propagandas da Vodca Smirnoff.
Uma terceira versão, essa com menos defensores, atribui a Bertin Azimont, do Hôtel Ritz Pariz, a criação especial para o escritor Ernest Hemingway que queria uma bebida que não deixasse odor, para que a esposa dele não percebesse.
Quanto ao nome Bloody Mary refere-se à cor vermelha provida pelo suco de tomate, e ainda existem três versões para a sua inspiração:
Maria Tudor, por suas sangrentas perseguições ao protestantismo na Inglaterra e Escócia no século XVI;
Mary Pickford, atriz americana do cinema mudo;
Maria, uma garçonete do bar Bucket of Blood de Chicago.
Para deixar mais traços históricos neste tratado sobre bloody Mary, agora, vou contar porque os críticos e historiadores aceitam mais a idéia da inspiração para o nome da bebida ter vindo da realeza britânica.
Maria I, a Sanguinária (ou Bloody Mary)
Rainha de Inglaterra e da Irlanda entre 1553 e 1558
Maria I, a sanguinária (Bloody Mary) |
O reinado de Maria I, filha de Henrique VIII e Catarina de Aragão, durou apenas cinco anos. Mas foi um dos que mais renderam fofocas na história da Inglaterra. A rainha tentou, em vão, restaurar o catolicismo inglês e perseguiu a igreja que seu próprio pai havia fundado, mandando queimar 300 anglicanos vivos..
Maria I foi Rainha da Inglaterra e da Irlanda. Descendente da casa dos Tudor, filha de Henrique VIII e Catarina de Aragão, ela governou por um período que compreemdeu entre 1553 até à sua morte em 1558 (ou seja, apenas 5 anos) . Mas foi um dos que mais renderam fofocas na história da Inglaterra, ficando conhecido seu reinado como “Bucket of blood”. Isto porque a rainha tentou, em vão, restaurar o catolicismo como religião oficial do Reino Unido, e perseguiu a igreja protestante que seu próprio pai havia fundado. Foi um período de perseguição implacável aos Protestantes com execuções sumárias, uma delas a rainha mandou queimara 300 anglicanos Vivos, alegados heréticos, o que lhe valeu o apelido de Bloody Mary (Maria Sanguinária). Até sua meia-irmã, que se tornaria a célebre rainha Elizabeth I (aquela dos filmes), ficou dois meses presa na Torre de Londres.
Felizmente após sua morte, a perseguição religiosa imposta durante seu governo foi abandonada por sua sucessora e meia-irmã, estabelecendo novamente a paz religiosa e aos poucos, o protestantismo foi tornando-se a principal religião da Inglaterra, permanecendo até os dias de hoje.
Agora chegou a melhor parte, degustar. A baixo segue receitas básicas, a partir do original de petiot, desta bebida versátil e que pode ao mesmo tempo servida como aperitivo devido a sua alta acidez proveniente do suco de tomate ou mesmo como refrescante em um longo copo com muito gelo reduzindo-se a picância de seus temperos e colocando quantidades menores de tabasco, molho inglês e pimenta do reino.
Agora vou tomar meus “bons drinks” e como dizem os Ingleses: GOD SAVE THE QUEEN!
BLOODY MARY
60ml Vodka
120ml Suco de Tomate
15ml Suco de Limão
Sal, tabasco, Molho de Pimenta e Molho Inglês a gosto
Talo de salsão para decorar
Modo de preparo:
Bata todos os ingredientes em uma coqueteleira com gelo.
Servir em seguida como o talod e salsão.
BLOODY MARY 2 -versão do Barão
1 dose de vodca
2 doses de suco de tomate
1 lance de suco de limão
Sal, pimenta-do-reino, Tabasco e molho inglês
Camaroes grandes refogados e azeitona para decorar
Modo de fazer Coloque a vodca e os sucos em um copo grande, com quatro pedras de gelo. Mexa bem e tempere a gosto. Sirva em um copo baixo, de boca larga, com palitinhos espetados de camarão e azeitona.
Fonte:
· Unless otherwise stated, all information in this article derives from Al Thompson, "Bloody Mary Inventor Likes Sipping Scotch," The Cleveland Press, 1 January 1972.
· Thompson, "Bloody Mary Inventor Likes Sipping Scotch."
· The New Yorker, 18 July 1964.
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