Bem-vindos à 2025! Que este
seja um ano de muita abundância para todos nós. E é sobre ela a nossa primeira
conversa do ano: hoje lhe trago breves explanações sobre a cornucópia da
fortuna.
O que é a cornucópia?
Considerado um emblema da iconografia do outono, hoje é mais associado ao Dia
de Ação de Graças, celebrado na América do Norte. Mas, suas origens, na
verdade, são muito antigas e têm raízes no Velho Continente. “Cornucopia” é um
nome que deriva da união dos termos latinos “cornu” (chifre) e “copia”
(abundância): este corno da abundância, não por acaso, é representado como um
grande cone transbordante de frutos, flores, vegetais ou moedas de ouro.
O simbolismo, evidente,
remete à fertilidade da terra, às dádivas da colheita e, ao mesmo tempo, à
sorte. Porque a sorte é a “condição sine qua non” para obter uma colheita rica.
E se o nascimento da cornucópia é geralmente rastreado até a mitologia grega,
há muitos estudiosos que a conectam a um período anterior à civilização
helênica: Tique (em grego: Τύχη, trad. Tykhe, "sorte"), nos antigos
cultos gregos, era a deusa grega responsável pela fortuna e prosperidade de uma
cidade, seu destino e sorte — fosse ela boa ou ruim. Sua equivalente na
mitologia romana era Fortuna.
A Tyche (Fortuna) de Antioquia. Mármore, cópia romana de um original de bronze grego de Eutychides do século III a.C.
O historiador grego
Stylianos Spyridakis expressou de maneira concisa a atração de Tique para o
mundo helenístico, repleto de violência arbitrária e revises desprovidas de
significado: "Nos anos turbulentos dos epígonos de Alexandre, uma
percepção da instabilidade dos assuntos humanos levou as pessoas a acreditarem
que Tique, uma amante cega da Fortuna, governava a humanidade com uma
inconstância que explicava as vicissitudes da época."
Durante o período
helenístico era comum que cada cidade venerasse sua própria versão icônica
específica de Tique, usa uma coroa mural (uma coroa com o formato das muralhas
da cidade). Na literatura estas versões receberam diversas genealogias
diferentes, por vezes como filha de Hermes e Afrodite, ou considerando uma das
Oceânides, filhas de Oceano e Tétis, ou Zeus Píndaro. Era ainda associada a
Nêmesis e Agatodemon ("bom espírito"), e venerada em Itanos, na ilha
de Creta, como Tyche Protogeneia, associada à Protogenia
("primogênita") ateniense, filha de Erecteu, cujo auto-sacrifício
salvou a cidade. Em Alexandria, o Tiqueão (Tykhaeon), templo de Tique, foi
descrito por Libânio como um dos mais magníficos de todo o mundo helenístico.
Tique aparece em diversas
moedas nos três séculos que antecedem o nascimento de Cristo, especialmente nas
cidades ao redor do mar Egeu. Mudanças imprevisíveis da fortuna são a
força-motriz nas complicadas tramas dos romances helenísticos, como Leucipe e Clitofonte
ou Dáfnis e Cloé. Seu culto experimentou um ressurgimento durante outro período
de mudanças turbulentas, os últimos dias do paganismo sancionado pelas
autoridades, no fim do século IV, entre o reinado dos imperadores romanos
Juliano e Teodósio I Juliano e Teodósio I, que fechou definitivamente os
templos. A eficácia de seu caprichoso poder alcançou respeitabilidade até mesmo
nos círculos filosóficos da época, embora entre os poetas fosse um lugar-comum
insultá-la como uma meretriz inconstante. Existiam templos dedicados a ela em
Cesareia Marítima, Antioquia, Alexandria e Constantinopla.
Dentre os símbolos
principais dessa deusa, está a cornucópia que a acompanhava em todos os
momentos. Ela era a deusa que dava vida e nutrição a todas as criaturas vivas,
mas também a deusa da fortuna e da prosperidade. Sua aparência era a de uma
jovem com uma coroa de flores na cabeça e um manto verde enfeitado com
decorações florais douradas. Na mão direita ele segura uma cornucópia cheia de
frutas e na esquerda um maço de espigas de milho. O enorme chifre da abundância
se refere ao chifre dos animais dos quais o leite é obtido: gado e cabras, na
época, forneciam um precioso meio de sustento.
Mas Tique (ou Fortuna, ou
Abundantia, seus nomes latinos) também era uma deusa lunar, cujo chifre
simbolizava o chifre da Lua e, como tal, ela era dotada de uma rica herança
interior; Ela reinava sobre o mundo dos vivos e dos mortos, e é por isso que em
muitas obras ela é retratada com uma cornucópia vazia. Capaz de dar vida e
morte, a deusa protegia os ancestrais das famílias (especialmente para as
famílias romanas) – mas, os espíritos protetores dos ancestrais, na verdade, os
chamados Lares, que por vezes eram representados com uma cornucópia na mão,
assim como a deusa Abundantia.
A deusa também promovia o
bem-estar econômico da família e a conclusão de negócios lucrativos e
vantajosos, daí a miríade de moedas transbordando de seu chifre. Ao longo dos
anos, a figura de Abundantia foi absorvida por diversas deusas do panteão
romano, sobretudo pela deusa Fortuna (divindade do Acaso e do Destino). A deusa
Fortuna e os Lares eram figuras muito veneradas na Roma antiga: eles zelavam
pela gens e favoreciam sua prosperidade. Um lararium, uma espécie de santuário
doméstico, era até dedicado aos espíritos protetores dos ancestrais. No
entanto, é preciso dizer que a cornucópia não era exclusiva da deusa Abundantia
ou da deusa Fortuna. Ceres (Deméter, deusa da colheita e das colheitas), Tellus
(Gaia, deusa da Terra fértil) e Proserpina (Perséfone, deusa da agricultura e
da vida após a morte) também eram associadas ao corno da abundância: este
constituía o emblema da sua natureza trina, que incluía o céu, a terra e o
inferno. A mãe de todos os deuses e seres vivos, como já vimos, tinha o poder
de dar vida, mas também de tirá-la.
Na mitologia grega, as
origens da cornucópia estão interligadas com duas lendas evocativas. A primeira
apresenta Zeus (Júpiter, para os romanos), rei e pai de todos os deuses do
Olimpo. Zeus nasceu da união dos titãs Cronos e Reia. Cronos, seu pai, certo
dia teve uma premonição: no futuro, um de seus filhos o deporia. Então, ele
decidiu devorar sua prole para evitar que o evento que ele temia acontecesse.
Reia, no entanto, descobriu o plano de Cronos e conseguiu esconder Zeus em uma
caverna na ilha de Creta. Lá ela o deixou com Amalteia, uma cabra que o criou e
o alimentou com seu leite. Há versões da lenda segundo as quais Amalteia era a
ninfa dona da cabra que amamentou Júpiter. Filha do titã Oceano, a ninfa usou
um dos chifres do animal para alimentar Zeus: ela o encheu com frutas, mel,
leite e tudo o que era necessário para sustentar o pequeno filho de Cronos. Diz
a lenda que quando Júpiter cresceu e se tornou o rei dos olímpicos, ele quis
mostrar sua gratidão à cabra, elevando-a ao céu com seu chifre e dando origem à
constelação de Capricórnio, de “caprum”, cabra, e “cornu”, chifre. A outra
versão da história conta que Zeus, quando já crescido, arrancou um chifre do
bode e o dotou de poderes extraordinários: bastava fazer um pedido e ele seria
preenchido com tudo o que a pessoa desejasse. Foi assim que nasceu a
cornucópia, o chifre da abundância, na mitologia grega. Mas há uma segunda
lenda sobre sua gênese.
Aqueloo, um deus grego do
rio (filhos dos titãs Oceano e Tétis), aspirava se casar com Dejanira, a bela
filha de Eneu, o rei dos etólios. Mas Hércules, nascido de Zeus e Alcmena,
também pediu sua mão. Uma luta sem limites começou entre os dois competidores;
Eneu então anunciou que daria Dejanira em casamento ao vencedor da luta.
Aqueloo e Hércules lutaram furiosamente: Aqueloo, sendo um deus, aproveitou
seus dons transformando-se primeiro em uma serpente, depois em um dragão e,
finalmente, em um homem com cabeça de boi. Mas foi justamente graças a essa
última metamorfose que Hércules prevaleceu. Quando Aqueloo investiu contra ele
para perfurá-lo com seus chifres, Hércules os agarrou e arrancou um deles.
Aqueloo caiu no chão exausto, a luta havia sido vencida pelo filho de Zeus. Ao
ver o chifre no chão, as Náiades (ninfas das águas) correram para pegá-lo e o
encheram de frutas, flores e todo tipo de guloseimas. A partir daquele momento,
o chifre se tornou sagrado e foi considerado um símbolo de abundância: a cornucópia.
Os emblemas aos quais a cornucópia está ligada, ou seja, fertilidade, prosperidade e abundância, permanecem mais ou menos os mesmos em todas as civilizações que a adotaram. Os antigos celtas a esculpiram em uma estatueta representando Epona, deusa das mulas e cavalos, mas também nas mãos de Olloudious, um deus que os romanos equiparavam a Marte. Parece que para as populações celtas a cornucópia também era associada à cura, enquanto os persas a associavam às oferendas de sacrifício com as quais os reis prestavam homenagem aos deuses. Ovídio menciona a cornucópia em sua obra-prima, “Metamorfoses”, citando a lenda de Hércules (renomeado Hércules pelos romanos) e Aqueloo. Em Roma, por volta do século II d.C., a cornucópia se referia principalmente à deusa Fortuna e aos Lares.
Aqueloo era frequentemente reduzido a uma máscara com barba. Chão em mosaico, Zeugma, Turquia.Na
Idade Média, porém, a cornucópia foi enriquecida com um significado adicional:
honra. Ou seja, abundância combinada com prestígio e valor. Em uma miniatura
dos Evangelhos de Otão III (ou, Ottone III), datada do ano 1000, quatro personificações das províncias
imperiais prestam homenagem a Otão III, Sacro Imperador Romano, com presentes
preciosos. Nem é preciso dizer que havia uma cornucópia entre eles.
Durante a Idade Média,
portanto, o significado de abundância ao qual a cornucópia se refere se amplia,
fundindo-se perfeitamente com o brilho das pessoas e dos lugares. De fato,
personificações de cidades, áreas geográficas e elementos naturais retratados
ao lado de uma cornucópia não são incomuns.
Desde então, o corno da
abundância aparece com frequência no simbolismo heráldico e até o encontramos
nas bandeiras de certos estados, um dos quais é o Peru. Hoje em dia, a
cornucópia é mais associada ao Dia de Ação de Graças nos EUA e Canadá. A razão
é óbvia: este feriado celebra a abundância da colheita do ano anterior e suas
bênçãos. A cornucópia, portanto, ocupa um lugar de destaque naquele dia, ao
lado do peru, da batata-doce, do molho de cranberry e da torta de abóbora.
Claro que, neste caso, ela estará cheia de frutas e vegetais da estação:
abóboras, uvas, figos, maçãs, nozes, peras, milho, couve-flor... O que ele
simboliza, você já sabe... o que talvez você não saiba é que, com o tempo ela
se transforma na “Cesta da Fortuna”.
Essa cesta da fortuna,
inicialmente poderia ser uma cesta (de madeira, palha, bamboo) ou tigela de
barro na qual eram colocados presentes comestíveis, símbolos de riqueza, sorte
e saúde. Essa cesta era então guardada em casa ou dada de presente a alguém a
quem você deseja um ano de sorte.
Hoje a cesta da sorte é mais
uma curiosidade e pode ser encontrada no mercado em miniatura, como lembrança.
Normalmente essas cestas continham lentilhas e legumes, frutas secas (avelãs,
nozes) e pelo menos uma moeda... tudo coberto de resina para durar para sempre.
E vale ressaltar os
significados de alguns dos produtos das cestas: as lentilhas lembram o tilintar
do dinheiro - é por isso que elas também são um prato típico de Ano Novo; as
frutas secas também são sinônimo de abundância e boa saúde; na verdade, elas
têm sido um lanche clássico após as refeições desde a época dos antigos
romanos. Por fim, a moeda: não importa o seu valor, sua função é simplesmente
simbolizar dinheiro. Até algumas décadas atrás, as cestas propriamente ditas
eram mais ricas e incluíam frutas cítricas, doces, chocolate, passas, figos,
tâmaras, cerejas em conserva e uma garrafa de vinho ou espumante.
Isso te lembra alguma coisa?
Parece exatamente a clássica cesta de Natal que é usada para presentear durante
as festas de fim de ano. E de fato é assim: a cesta de Natal deriva desse
costume antiquíssimo, nascido entre os primeiros povos itálicos durante as
celebrações solsticiais.
O costume da Cesta de Natal
é tão querido pela cultura ancestral italiana que, também se tornou um doce: a
Cornucópia da Fortuna. Bom, ... a associação era bem óbvia. Na região da
Campânia, no entanto, ela foi transformada em uma obra de arte: uma cornucópia
de crocante de amêndoas, cheia de mini struffoli cobertos com mel e granulados.
Uma alegria para a vista e para o paladar!
Como tradição de início de
ano, é sempre bom convidar a abundância para entrar na sua casa... e, nada mais
simbólico do que preparar uma cornucópia da fortuna, para se deliciar e
garantir fortuna, boa sorte ao longo de todo o ano. E para tornar essa
preparação ainda mais ritualística, com o peso ancestral que ela mercê, que tal
preparar tudo ao som de “Carmina Burana”?
“O Fortuna / És como a Lua /
Mutável, Sempre aumentas / Ou diminuis; A detestável vida / Ora oprime E ora
cura / Para brincar com a mente; Miséria, Poder, Ela os funde como gelo” – O
Fortuna Imperatrix Mundi
Essas são as palavras que
iniciam a famosa composição de Carl Orff escrita no séc. XX, Carmina Burana.
Esse começo arrebatador, tão
utilizado em trilhas sonoras para causar uma imponência ou até mesmo terror
discute a inconstância da roda da fortuna, ou seja, do destino, da sorte, da
ventura ou do acaso: estamos todos sujeitos ao imprevisível. Mas o que significa
Carmina Burana e da onde veio o texto dessa obra?
O nome Camina Burana
significa Canções de Benediktbeuren. Que nome esquisito, não é mesmo?
Benediktbeuren foi a abadia, na Alemanha, onde essas canções, ou melhor, o
Códex Buranus foi encontrado no séc. XIX.
Esse Ccódex Buranus, é um
conjunto de textos que, nesse caso, foi escrito em 1230 e contém 254 poemas que
falam sobre zombaria, juventude, amor e vícios como a bebida. Esses poemas
estão escritos em latim e alemão medievais. Além disso, alguns desses textos
têm indicações musicais daquele período, que são bem diferentes da notação de
música atual.
Esses textos foram os
Goliardos. Eles eram monges, estudantes e frades que frequentavam as tabernas,
onde eles compunham vários desses versos, desiludidos com o clero. Praticamente
os textos satirizam a igreja, são carregados de erotismo e enaltecem a juventude,
em especial o vinho.
O tema dos goliardos era
muito semelhante à ideia do Carpe Diem (aproveite o momento):
“Edamus, bibamus,
gaudeamus!” (Comamos, bebamos, folguemos!)
Carl Orff, então, musicou 24
desses versos do códex e criou esta famosa cantata profana. Carmina Burana de
Orff é emoldurada por este símbolo da Roda da Fortuna: uma roda que gira
permanentemente e pode trazer sorte ou azar. O Fortuna Imperatrix Mundi, que se
direciona à Deusa da Fortuna, abre e encerra esta peça. (claramente uma
homenagem para a deusa ancestral).
“A roda da Fortuna gira; eu
desço, diminuído; outro é levado ao alto; lá no topo senta-se o rei no ápice?
Que ele tema a ruína! Pois sob o eixo lemos o nome da Rainha Hécuba”.
Se gostou da ideia, segue a
baixo a receita pra você preparar, já que o ano de 2025 acabou de começar. Faz,
e depois em conta...
Cornucópia da Fortuna
Ingredientes para a cornucópia de
amêndoa crocante
500 g de açúcar
250 g de amêndoas descascadas e picadas
grosseiramente
1 colher de sopa de suco de limão
para os struffoli de laranja e chocolate
400 g de farinha de trigo
3 ovos
50 g de açúcar
60 g de manteiga derretida
3 colheres de sopa de licor de laranja
a casca ralada de 1 laranja
1 pitada de sal
Óleo para fritar
para montar:
300 g de mel
40 g de granulados coloridos
40 g de laranja cristalizada
pérolas de açúcar prateado
40 g de cerejas cristalizadas
100 g de chocolate amargo
um pedaço pequeno de manteiga
Preparo: Primeiro, prepare a cornucópia.
Coloque o açúcar e o suco de limão em uma panela antiaderente. Acenda o fogo e
cozinhe em fogo médio/alto até que o açúcar esteja completamente dissolvido.
Mexa sempre. Após cerca de 10/15 minutos o açúcar irá caramelizar e assumir uma
cor âmbar. Adicione as amêndoas picadas grosseiramente, desligue o fogo e
misture tudo bem. Despeje a mistura em uma folha de papel manteiga. Cubra a
mistura com outra folha de papel manteiga e abra a massa com um rolo de massa.
Depois, retire a folha de papel-manteiga que você colocou por cima e enrole a
massa em volta de um cone de papel-manteiga (prepare-o com antecedência e
insira um pouco de papel-alumínio dentro para deixá-lo mais rígido). Molde sua
cornucópia com as mãos. Deixe esfriar e só depois que estiver bem frio você
pode retirar o cone de dentro. Prepare os struffoli: Em uma
tigela, coloque a farinha, o sal, a casca de laranja ralada, o açúcar, a
manteiga derretida (fria) e o licor. Misture bem com uma colher. Adicione os
ovos e continue misturando. Retire a mistura e continue amassando com as mãos
sobre uma tábua de cozinha por alguns minutos até obter uma mistura lisa. Cubra
com filme plástico e deixe descansar em temperatura ambiente por 15 minutos.
Neste ponto, molde pequenas bolinhas de massa com pedaços de 1 cm. Frite os
struffoli em bastante óleo. Após cerca de 3/4 minutos de cozimento, eles
estarão cozidos e terão adquirido uma cor dourada. Escorra-os e transfira-os
para um prato forrado com papel absorvente para secar o excesso de óleo.
Imediatamente depois, despeje-os em uma tigela e deixe esfriar. Montagem:
Numa outra panela, aqueça o mel e despeje sobre os struffoli. Adicione os
granulados coloridos, a laranja cristalizada, as pérolas de açúcar e misture.
Encha a cornucópia com os struffoli e decore com as cerejas cristalizadas. Por
fim, derreta o chocolate amargo com a manteiga em banho-maria. Espalhe sobre os
struffoli para decorar. Servir,