quinta-feira, 28 de novembro de 2019

Mudaram a origem da baunilha e do chocolate!



Discutir sobre preferências de gosto é como andar em terreno minado: a qualquer momento pode haver uma explosão quando gostos dissonantes entram em conflito. Talvez por isso, surgiu aquele célebre adágio popular que diz que ‘questões de gosto não se discute” – um sábio conselho. Mesmo assim, ainda encontramos quem discuta as suas preferências por aí, principalmente quando doces e sobremesas entram em questão: uns preferem frutas em compotas, mas há quem prefira os doces não tão doces; há quem escolha misturar sabores, e os que são fiéis aos seus ingredientes preferidos. E, nesse contexto, ainda aparecem aqueles que gostam dos extremos.
Assim, chocolate e baunilha surgem nessa disputa por sabores. O gosto marcante do chocolate, quanto mais puro e mais intenso, de um lado; e a doçura inebriante, mas sem graça da baunilha para alguns, do outro. Mas quando eles se misturam a mágica acontece, e realçam um ao outro. Um consenso nessa questão, na contemporaneidade, é que ambos estão se tornando cada vez mais objetos luxuosos, pelo fato das mudanças climáticas estarem modificando de forma drástica o provimento desses ingredientes que, sim, correm o risco de desaparecer – nesse quesito a baunilha ainda torna-se mais afetada, e por isso seu alto custo no mercado.



Estudos recentes sobre as plantas que dão origem a esses ingredientes acabaram reajustando a origem do uso delas, de modo que se tornou público que a evidencia mais antiga do uso do cacau se encontra por volta dos 1 400 anos; e no que tange a baunilha, as sementes cheia de fragrância dela já teriam sido usadas a dois milênios. Agradeçamos aos antropólogos, geneticistas e arqueólogos culturais que se dedicam em seus estudos para reescrever a história da alimentação – e deixar a gente bem informado.
Agora, por exemplo, sabe-se, que o uso mais antigo da baunilha é atribuído à comunidade de Totonac, lugar onde hoje se localiza o estado mexicano de Veracruz. Eles coletavam as fragrâncias de orquídeas que cresciam selvagens nas florestas. Muito mais tarde, eles domesticaram as cepas, que poderiam levar até cinco anos para amadurecer. Cada flor deveria ser polinizada no dia em que florescer ou então o caule não daria frutos. No México, a Vanilla planifolia co-evoluiu com seu polinizador, a abelha melipona.
De acordo com a história de Totonac, o começo humilde da indústria da baunilha remonta à Papantla do século XIII, conhecida como “a cidade que perfuma o mundo”. Os povos nativos conheciam muito bem o uso medicinal de ervas, e usavam a baunilha para combater distúrbios pulmonares e estomacais, além de usar o líquido das vagens verdes como cataplasma para retirar veneno de insetos e infecções por feridas.


Papantla

Os astecas, que subjugaram os Totonacs em 1480, conheciam a planta como tlilxochitl, ou "vagem negra" (um nome que seria traduzido erroneamente como "flor negra", levando a séculos de confusão sobre as pétalas amarelas da prímula). Tributos eram exigidos e pagos com as vagens curadas de baunilha, um ingrediente indispensável para a confecção da saborosa bebida de chocolate conhecida como cacahuatl - também temperado com pimenta - que se tornou a bebida preferida da nobreza asteca. Em 1519, Montezuma II e o invasor espanhol Hernán Cortés tomaram a famosa bebida gelada e espumante em uma festa na capital Tenochtitlán (atual Cidade do México).


Cerca de 75 anos depois que Cortés retornou à Europa com as vagens de baunilha, Hugh Morgan, o chefe de farmácia e confeiteiro da rainha Elizabeth I, sugeriu que a baunilha poderia ser usada como um sabor por si só. A partir de então, Sua Majestade, uma louca por açúcar (e talvez isso tenha lhe ajudado a ter os dentes conspicuamente apodrecidos), entregou-se a doces com infusão de baunilha.
Thomas Jefferson descobriu o sabor durante uma visita à França no final do século XVIII. Quando ele não encontrou nenhuma disponível em seu retorno à Filadélfia, ele escreveu para o encarregado de negócios americano em Paris, pedindo a ele que lhe enviasse 50 vagens de baunilha embrulhadas em jornais. Com o floreio de uma caneta e a ajuda de um amigo, ele viu que a baunilha havia percorrido quase o ciclo completo até as Américas.

O pote para chocolate de Thomas Jefferson modelado por Anthony Simmons e Samuel Alexander

Mas aí, com as novas descobertas, não se pode dizer que a baunilha pode ter se tornado uma coisa nova no Velho Mundo. Já que pesquisadores identificaram o mais antigo exemplo conhecido dessa especiaria, no Norte de Israel, com 3.600 anos. Enquanto estiveram debruçados em pesquisar o conteúdo de  4 pequenos jarros encontrados em um local da Idade do Bronze, em Megiddo (também conhecida como Magedo, é uma colina em Israel, próxima a um moderno povoado de mesmo nome, célebre por razões teológicas, históricas e geográficas), tiveram a doce surpresa de encontrar em três dos pequenos jarros dois dos principais produtos químicos da baunilha - o 4-hidroxibenzaldeído e a vanilina, um composto que forma minúsculos cristais brancos na superfície da vagem enquanto ela fermenta.

Megiddo



Um dos jarros encontrados pela pesquisa em Megiddo.
Essa  expedição, organizada por Israel Finkelstein, da Universidade de Tel Aviv, tinha a função de encontrar múmias em um túmulo cananeu de 3.600 anos, mas com elas acharam os 4 vasos, dos quais três continham baunilha, e tinham sido colocados em oferendas de alimentos em torno de três esqueletos intactos - uma fêmea adulta, um macho adulto e um menino com idade entre oito e 12 anos –, um tesouro de joias de ouro e prata. Essa descoberta acabou sendo chamada de "Thrilla in Vanilla".
Essa descoberta surpresa foi feita em uma câmara funerária que foi encontrada pela primeira vez em 2016. E a partir dela, os estudos mostram que a baunilha encontrada nesses jarros da Idade do Bronze tem uma explicação: aquela época, as pessoas em Megido podem ter usado óleos infundidos com vanilina como aditivos para alimentos e remédios, para fins rituais ou possivelmente até mesmo no embalsamamento dos mortos. A descoberta, no entanto, nos faz refletir sobre a teoria que diz que a baunilha foi domesticada no Novo Mundo, e de lá teria se espalhado pelo globo.
Durante a descoberta, uma vez que todas as possibilidades de contaminação foram descartadas, a investigação pós-análise de resíduos orgânicos de várias espécies dentro do reino vegetal a partir do qual estes princípios compostos poderiam ter sido explorados foi conduzida. E os resultados mostraram que a primeira exploração conhecida da baunilha aconteceu em usos locais, com importância nas práticas mortuárias e possíveis redes comerciais de longa distância no antigo Oriente Próximo durante o segundo milênio antes de Cristo; e que a vanilina encontrada nos jarros combina melhor com espécies de orquídeas encontradas na África Oriental, Índia e Indonésia.
Foram identificadas três espécies diferentes como possíveis fontes para a buanilha: V. polylepsis Summerh da África Central; V. albidia Blume da Índia e V. abundiflora J.J. Sm do sudeste da Ásia. Assim, especialistas acreditam, com essa nova descoberta, que as orquídeas de baunilha provavelmente chegaram a Megiddo através de rotas comerciais entre o Oriente Médio e o sudoeste da Ásia – o que desafia a ideia de que o uso da baunilha se origina no México.
Acreditam os especialistas que as múmias encontradas eram de pessoas da elite ou membros reais do povo cananeu, pois a tumba encontra-se a apenas alguns metros dos restos do palácio do palácio real. Uma possibilidade para esse achado é que a baunilha talvez tenha sido misturada com óleo vegetal para criar um perfume para purificar a câmara funerária ou para ungir o cadáver antes do enterro, já que ela tem propriedades antimicrobianas que podem ajudar a preservar um corpo antes do enterro. Outra possibilidade, é que a baunilha foi depositada lá como oferenda em agradecimento pelo pelos mortos.
E como se não bastasse essa descoberta para causar rebuliço, a data de origem do chocolate também foi colocada em xeque pela ciência.
Com base em uma amostra de um frasco de cerâmica, acredita-se que a história do chocolate começou com os moradores de Mokaya, sedentários que ocuparam a região de Soconusco, na costa do Pacífico do México. Por volta de 1900 a.C., os Mokayas começaram a consumir Theobroma cacao, uma planta que prospera no curso superior da Amazônia. Seguiu-se uma sucessão de sociedades mesoamericanas - olmeca, tolteca, maia, asteca - que encontraram maneiras de explorar a amêndoa do cacau, que era usada variavelmente como uma unidade monetária, uma unidade de medida e uma refeição. Não foi até 1847 que a empresa inglesa J. S. Fry & Sons de Bristol produziu a primeira barra de chocolate sólida oferecida ao público em geral.


Agora, sabe-se que o nosso caso de amor com chocolate antecede os Mokaya. Novas pesquisas indicam que o cacau era originalmente usado nas florestas úmidas da bacia amazônica, onde a árvore é mais diversificada geneticamente. Os investigadores examinaram jarros e cacos de cerâmica de Santa Ana-La Florida, um sítio arqueológico no Equador que já foi habitado pelo povo Mayo-Chinchipe, e detectou vestígios de chocolate desde 5.300 anos atrás.


Uma equipe de arqueólogos e biólogos de universidades da América do Norte, América do Sul e Europa identificaram grãos de amido preservados do gênero Theobroma, que inclui a espécie Theobroma cacao, dentro dos artefatos, juntamente com a teobromina, um alcaloide amargo produzido mais abundantemente por Theobroma cacao do que seus parentes selvagens. O argumento decisivo: DNA antigo com sequências que combinavam com as dos modernos cacaueiros. Descrições etnográficas e etnobotânicas de povos indígenas na bacia amazônica levaram o arqueólogo Michael Blake, co-autor do estudo, a suspeitar que as plantas eram usadas medicinalmente e cerimonialmente.
Embora essas conclusões não sejam universais, são a ponta do iceberg que precisa continuar sendo investigado. Mas é sabido que alguns cientistas questionam se os Mayo-Chinchipe preparavam as sementes para comer - um elaborado processo de fermentação, secagem, torrefação e moagem - ou apenas coletavam os frutos. Outros cientistas contestaram a ideia de que as plantas de cacau fizeram a passagem da América do Sul; outros, relacionam o cultivo de cacau a cerca de 3.600 anos atrás, na América Central.
De toda forma, é sempre bom ficar informado sobre as descobertas que envolvem o mundo gastronômico. E para honrar essa, que é uma mistura clássica na confeitaria mundial, segue abaixo uma receitinha para valorizar os sabores dessas iguarias. Aproveitem.

Bavarois vanille chocolat
Para o biscoito:
175 g de biscoito champanhe (ou outro de sua preferência)
50 g de manteiga
Para o creme de chocolate:
250 ml de leite
250 ml de creme de leite fresco
125 g de chocolate com massa 60%
75 g de açúcar
4 folhas de gelatina
3 gemas
Para o creme de baunilha:
4 gemas
75 g de açúcar
250 ml de leite
4 folhas de gelatina
250 ml de creme de leite fresco
Raspas de uma vagem de baunilha (ou 1 colher de chá de baunilha em pó)
Chocolate derretido para finalizar (opcional)
Avelãs ou nozes picadas para decorar (opcional)
Preparo: biscoito – esfarele o biscoito e junte a manteiga e misture bem.
Coloque em um Silpat que vá ao forno, ou em uma forma de sua preferência – as de fundo removível fico ótimo para servir, mas a montagem fica ao seu critério –, espalhe a massa de biscoitos e leve à geladeira. Prepare o creme de baunilha: Leve o leite para ferver. Retire do fogo e adicione baunilha. Reidrate a gelatina em água fria. Bata as gemas com o açúcar até a mistura ficar branca. Lentamente, despeje o leite na mistura de gemas e açúcar, mexendo sempre. Leve a mistura numa panela e cozinhe em fogo baixo, mexendo sempre com uma colher de pau. Retire do fogo quando o creme um pouco espesso. Esprema a gelatina e coloque-a no creme mexendo bem. Reserve e deixe esfriar. Montar o creme de leite em chantilly firme e gentilmente adicioná-lo ao creme de baunilha já frio. Despeje a mistura de baunilha sobre a massa de biscoito que estava na geladeira, e leve tudo por 1 hora na geladeira ou meia hora no freezer. Prepare o creme de chocolate: Reidrate a gelatina em água fria. Aqueça o leite e o chocolate em fogo baixo, mexendo sempre. Quando o chocolate estiver retire do fogo, adicione as gemas e o açúcar, mexendo sempre. Coloque de volta em fogo baixo e cozinhe por 5 minutos sem parar de bater. Retire do fogo. Esprema a gelatina e adicione ao chocolate. Reserve e deixe esfriar. Para acelerar o resfriamento, pode colocar a mistura em uma bacia com gelo para esfriar.  Enquanto isso bata o creme de leite em chantilly. Quando a mistura de chocolate estiver fria misture com o chantily suavemente. Despeje o creme de baunilha sobre o creme de chocolate e leve à geladeira por pelo menos 8 horas. Você pode preparar esta sobremesa com antecedência e congelá-lo. Basta retirá-lo no dia anterior e deixá-lo descongelar lentamente na geladeira.  Decore com uma camada fina de chocolate derretido e avelãs, ou como preferir.

quinta-feira, 17 de outubro de 2019

A surpreendente origem mexicana do amendoim japonês



Ironicamente, os amendoins do tipo japonês têm origem mexicana. E contexto como pano de fundo para o surgimento desse petisco era a Segunda Guerra Mundial, e acusações de espionagem internacional foi o motivo que acabou levando ao surgimento do hoje famoso amendoim japonês.


mas antes de ir direto a história, alguém pode estar se perguntando se existe 'amendoim japonês' legítimo? a resposta seria, um sim e um não. Sim, pois há uma preparação encapsulada com amendoim; e não, pois não é como no ocidente. De qualquer forma, foi o mamekashi a inspiração, ele é um lanche feito de várias sementes, incluindo amendoim, coberto por uma camada não uniforme de ingredientes diferentes, incluindo molho de soja, sua consistência é mais como bombons e seu sabor é mais uma mistura entre doce e picante, que está longe de ser um "amendoim japonês".

Mamekashi

Mamekashi
Também conhecido como maní japonés ou cacahuates japoneses (em espanhol), preparação feita com amendoins sem casca cobertos por uma camada torrada de trigo com soja, foi um aperitivo inventado em 1945 por um imigrante japonês, que chegou ao México em 1932, chamado Yoshihei Nakatani Moriguchi.
Nakatani estava procurando um lugar para trabalhar e progredir no México, como centenas de milhares de emigrantes daquele país que cruzaram o Pacífico. Quando ele deixou o Japão, se despediu de sua mãe dizendo: "Espero ter sucesso e voltar, se não, não poderia voltar". Aos 22 anos, Yoshihei chegou ao porto de Manzanillo, contratado por Heijiro Kato, um empresário rico e próspero que possuía uma das mais importantes lojas de departamento: El Nuevo Japón – um armazém que competia com os mais prestigiados do lugar àquela época, como El Palacio de Hierro e Liverpool. Kato também possuía uma fábrica de botões de pérolas, empresa que Nakatani se uniu a um grande grupo de emigrantes da cidade de Osaka e pro lá trabalhou.


A maioria dos imigrantes que vieram trabalhar nas empresas de Kato estava localizada no centro da cidade, no bairro de La Merced. Foi nesse lugar que Yoshihei se apaixonou por uma jovem mexicana, Emma Avila, com quem se casou em 1935.

Uma das lojas "El Nuevo Japon", de propriedade de Heijiro Kato.
Outra Loja "El Nuevo Japon", em 1942.

Nakatani já casado formou uma família rápida e gradualmente integrada à sociedade mexicana; no entanto, a guerra que eclodiu entre o Japão e os Estados Unidos em dezembro de 1941 trouxe graves consequências para os imigrantes japoneses e suas famílias que moravam no México. Aqueles que moravam na província estavam concentrados por ordens do governo mexicano nas cidades do México e Guadalajara, deixando seus empregos e cidades onde se agrupavam grandes comunidades de descendentes nascidos no México.

Emma y Yoshigei Nakatani
O casal Nakatani
Para os imigrantes que tiveram a sorte de morar nessas duas cidades, o desenraizamento não foi tão grave, mas muitos dos estabelecimentos onde trabalhavam tiveram que fechar. Particularmente os negócios de Kato, porque ele era considerado um espião a serviço do império japonês. Em julho de 1942, o empresário e todos os diplomatas japoneses foram trocados por cidadãos americanos e mexicanos residentes no Japão.
Diante do desemprego, a situação enfrentada por Nakatani ficou delicada, porque ele tinha que sustentar a esposa e cinco filhos pequenos. No ano de 1943, Yoshihei teve que mostrar o comércio de estagiários que, anos atrás, havia exercido em uma loja de doces em Sumoto, sua cidade natal na província de Hyogo. Junto com sua esposa Emma, em uma pequena sala do bairro onde ele morava, o casal produzia um doce tradicional mexicano: o muégano – muito comum de ser encontrado em formato de bolas de uns 10cm, feitas com a união de muitos quadradinhos de massa de farinha de trigo frita e cobertos com caramelo. O doce começou a ser comercializado com tanto sucesso de vendas que o casamento foi incentivado a elaborar uma pequena fritura de trigo, alongada, temperada com sal ao qual a chamava de oranda, que também foi vendida com grande sucesso em todo o bairro.

Muégano
Yoshihei Nakatani, dados esses bons resultados, tentou fazer outra guloseima à base de amendoim, farinha de arroz e soja, quem o lembrava de sua infância no Japão. No entanto, dada a ausência no México da farinha de arroz, matéria-prima necessária, ele adaptou a receita e a fez com farinha de trigo. Assim como o muégano e o oranda, o amendoim foi muito bem aceito pelos clientes que já tinham nas lojas de doces perto do mercado La Merced. Em pouco tempo, as encomendas desse amendoim cresciam, e o casal precisava aumentar a produção com pequenas máquinas caseiras fabricadas pelos ferreiros do bairro.

Mercado la Merced
A produção cresceu tão rapidamente que eles tiveram que organizá-la durante toda a semana para atender à demanda: um dia eles a dedicaram para preparar o muégano, outro o oranda e outro o amendoim. No bairro em que moravam, havia longas filas de consumidores e vendedores que compravam expressamente produtos da família Nakatani. Os clientes que vieram ao bairro comprar o amendoim do japonês foram os que acabaram chamando o produto "amendoim japonês", como é hoje conhecido no México – e em outros lugares, como no Brasil.
Pouco a pouco, o pequeno negócio cresceu, e o casal decidiu alugar um quarto no mesmo bairro em que moravam, na Rua Carretones, com o objetivo de dedica-lo exclusivamente às suas produções. Toda a família veio participar do negócio: Carlos, o filho mais velho, ajudava o pai a preparar a massa; Alicia, a segunda, cumpria as funções da casa ao fazer comida, lavar roupas e cuidar de seus irmãos mais novos; Graciela e Elvia, as mulheres mais jovens, ajudaram em pequenas tarefas da oficina, como colocar amendoins em pequenos sacos de celofane. Yoshihei e Emma eram responsáveis pelas tarefas mais complicadas e pesadas, incluindo a venda do produto nas ruas circundantes.

A Família Nakatani  
Na década de 1950, Yoshigei Nakatani decidiu dar um nome à sua pequena empresa, o que parecia mais apropriado era o de ‘Nipón’, em memória a seu país de origem. A proporção que já havia atingido a oficina da família agora dava para projetar suas próprias sacolas de celofane com o nome do produto. Nakatani instruiu sua quarta filha, Elvia, a desenhar uma pequena gueixa para identificar o produto. Foi assim que nasceu a imagem da empresa que anos depois se tornaria uma indústria reconhecida na Cidade do México.

Os pacotes de amendoim japoneses do Nipon com o desenho feito pela filha do casal.
Apesar dos problemas que a família e a oficina de guloseimas enfrentaram naqueles primeiros anos, Nakatani sempre reconheceu a nobreza desse produto que o ajudou a sustentar e mover sua família composta por seis filhos. No início dos anos 60, a família Nakatani começou a desfrutar dos resultados de longos anos de esforço e trabalho. Mesmo contra a vontade de seu pai, os filhos de Nakatani o convenceram a deixar as vizinhanças da rua Carretones, e se mudar para um apartamento na mesma área de La Merced, anos depois, adquiram sua própria casa em um bairro de classe média.
Em 1970, a empresa Nipón iniciou um novo estágio expansionista. Uma das crianças que se formou como administrador teve a visão de industrializar a produção de muégano e do amendoim japonês. Em 1972, o negócio deixou o local que o viu nascer e crescer nas ruas do bairro La Merced, mudando-se para uma moderna planta industrial onde foi introduzida uma nova linha de amendoins salgados e apimentados, produtos que também identificaram a marca por anos Nesta nova etapa, o negócio expandiu seu mercado em toda a Cidade do México.



A década de 1980 foi marcada por uma profunda crise econômica que afetou diretamente a indústria nacional, mas a Nipón Products também enfrentou uma concorrência desigual de novas empresas, algumas com capital transnacional, também dedicadas à produção de amendoim japonês. A empresa fundada por Yoshihei Nakatani, no entanto, conseguiu enfrentar o desafio de seus filhos Armando e Graciela e duas de seus netos por meio da criação de novos produtos, como o caramelo de chamoy. Em 2017, a marca foi adquirida por um grande consórcio de alimentos, La Costeña, dando origem à fundação de uma nova empresa familiar chamada Dulces Komiru.





Yoshihei conseguiu realizar seu sonho e retornar pela primeira vez a sua cidade natal, em 1970. Sem poder ver sua mãe viva, ele a visitou em seu túmulo com a palavra cumprida. Yoshihei Nakatani morreu em 9 de setembro de 1992; Emma, dois anos depois. A invenção do amendoim japonês representa, sem dúvida, um legado dos Nakatani para a cultura popular mexicana, e para muitos dos apreciadores desse petisco que, geralmente creem que era de fato japonês, mas agora tem a oportunidade de saber mais sobre o que comem.

Amendoim japonês caseiro
Primeira calda:
1/2 xícara (chá) de água
1 colher (sopa rasa) de sal
1 colher (café) de bicarbonato de sódio
1 xícara (chá) de açúcar refinado
1 kg de amendoim cru com casca vermelha
3 1/2 xícaras (chá) de farinha de trigo
Segunda calda (o sabor):
1/2 copo (tipo americano) de molho de soja light (molho shoyu)
1/3 xícara (chá) de água
1 colher (sopa) de açúcar
1/2 colher (sopa) de manteiga
1/2 colher (chá) de glutamato monossódico
1/2colher (chá) de sal
Modo de Preparo
Primeira calda: Numa tigela coloque 1/2 xícara (chá) de água, 1 colher (sopa rasa) de sal, 1 colher (café) de bicarbonato de sódio e 1 xícara (chá) de açúcar refinado e misture bem. Reserve.
Amendoim: Numa assadeira grande coloque 1 kg de amendoim cru com casca vermelha e umedeça aos poucos com calda (reservada acima) até que fiquem bem úmidos. Polvilhe aos poucos 3 e 1/2 xícaras (chá) de farinha de trigo sobre os amendoins, coloque-os numa peneira e balance a peneira até retirar o excesso de farinha. Repita este processo por mais 3 vezes (total de 4).
Numa outra assadeira coloque os amendoins bem espalhados, leve ao forno moderado, pré-aquecido a 250 graus até secar (+/-25 minutos), mexendo de vez em quando, para secar todos os lados. Retire do forno, quando estiver levemente dourado e crocante. Reserve.
Segunda calda: Numa panela coloque 1/2 copo (tipo americano) de molho de soja light (molho shoyu), 1/3 copo (tipo americano) de água, 1 colher (sopa) de açúcar, 1/2 colher (sopa) de manteiga, 1/2 colher (chá) de glutamato monossódico e 1/2 colher (chá) de sal e misture bem. Leve ao fogo até ferver. Coloque os amendoins (encapados e torrados) na panela misture e deixe no fogo até secar o fundo da panela. Coloque os amendoins novamente na assadeira e espalhe bem. Leve ao forno para secar, mexendo de vez em quando para secar por igual (+/- 10 minutos). Retire do forno, espere esfriar e sirva. Guardar em saco ou potes hermeticamente fechados.
Dica: para dar cor aos amendoins, substitua o molho de soja (shoyo) por:
Amarelo: 1 colher (café cheia) de açafrão com 2 colheres (café cheia de curry)
Vermelho: 2 colheres (café cheia) de colorau e 1 colher (café) de pimenta caiena
Verde: bata no liquidificador 1 xícara (chá) de água com 1/2 maço de salsinha e utilize 1/3 de xícara (chá) de água.


segunda-feira, 23 de setembro de 2019

Pequena História de quando Refrigerantes de Cola segregavam e eram racistas


Eu devo confessar que eu tenho um vício por refrigerantes de cola, especialmente pela Coca-Cola. Gosto tanto de bebê-lo como usá-lo em preparações como bolos ou em molhos para carnes assadas (fica uma delícia! Vai ter receitinha no final deste post).  Mas, esse é um vício que eu estou tentando perder. Difícil missão para quem foi acostumado desde a infância pelo avô materno – que saiamos de casa, eu, meu avô e Mickey, o cachorro de casa para bebermos Coca-Cola os três. O cachorro adorava! (sei que pode aparecer alguém reclamado sobre isso, mas isso era uma das coisas loucas dos anos da década de 1980... Isso, por que não em detive em falar sobre a febre da ‘Vaca Preta’, uma espécie de milkshake feito com Coca-Cola (já tratei dele AQUI).
De fato, venho tentando resistir à tentação de uma Coca-Cola geladinha. Quando passo pelos freezers de bebidas no supermercado eu quase ouço a Coca-Cola me gritando: - ‘Estou aqui, querido!’ Não sei explicar, mas é insana essa vontade quando me deparo com uma garrafa ou uma latinha bem geladinha (risos). Por conta disso, comecei a pesquisar sobre o efeito viciante dos refrigerantes na vida das pessoas, na tentativa de achar um culpado (que não fosse eu mesmo) para justificar meu vício. Obviamente, com a ajuda da internet, veio uma enxurrada de informação e muitas delas não são boas para quem busca boa saúde e bem-estar.


Acontece que no meio dessas pesquisas eu me deparei com uma parte da história dos dois principais refrigerantes de cola consumidos no mundo (Coca-Cola e a Pepsi-Cola) que eu desconhecia, e é bem provável que você também não conheça, e ela trata sobre a segregação e o racismo. E é um pouco dessa história que hoje divido com vocês.
Quando a Coca-Cola foi criada no ano de 1892, era originalmente um produto destinado apenas aos brancos, até a receita da Coca-Cola foi fortemente influenciada pela supremacia branca e foi comercializada principalmente para a classe média branca ao ponto de, nas décadas de 1920 e 1930, a empresa "estudou" e propositalmente ignorou o mercado afro-americano.






Muitas polêmicas ajudaram a aumentar a comercialização dos principais refrigerantes de cola no mercado. A primeira, foi o fato de a Coca-Cola usar cocaína como um dos ingredientes de sua fórmula – esse aliás, é um fato que muita gente acredita ser lenda urbana, mas ele foi real. 
O que pouca gente sabe, no entanto, é que entre o fim do século XIX e início do XX, quando os  negros passam a consumir o produto, a elite branca se aterrorizou com o fato e passou a alegar que os negros se viciariam com a droga contida na bebida e, com isso, violentariam mulheres brancas ou roubariam a população branca. Aliás, este foi, inclusive, uma das razões que levaram os Estados Unidos a proibirem a cocaína em 1922.




Em 1904 a Coca-Cola retira a cocaína da fórmula e começa a utilizar folhas de coca no lugar dos alcaloides removidos que já tinham sido utilizados na fabricação da cocaína quando era legal. Isso não bastou: a empresa precisava acabar com o pânico moral que pairava no ambiente e a resolução escolhida pela empresa foi apenas não vender a bebida em lugares que pudessem ser consumidas por negros. Pois os executivos ‘brancos’ não aceitariam ver seu refrigerante sendo consumido por negros. Obviamente, as campanhas publicitarias da época refletiam essa escolha da empresa.
Por outro lado, a Pepsi-Cola percebeu o nicho e se consolidou no mercado afro-americano que a levou na década de 1940, a lançar um departamento de "mercados negros" que incluía representantes de vendas negros trabalhando duro para promover a marca nas áreas urbanas. Mais tarde, na década de 1960, a Pepsi-Cola seria vista como uma bebida descolada e principalmente voltada para a juventude.






Acontece que a Pepsi já imbuída desse espírito modernista passa a contratar agressivamente modelos Black para aparecer nos anúncios da marca que eram apresentados em publicações Black. Mostradores especiais de pontos de compra da bebida também apareceram em lojas que eram principalmente frequentadas por afro-americanos.
Nenhuma dessas duas empresas possuía uma estratégia de marketing inclusiva, no começo de suas atividades, para promover seus refrigerantes a pessoas de todas as etnias. Ao passo em que chegaram, inclusive a ter seus refrigerantes reconhecidos por muito tempo como bebidas de 'brancos' e de 'negros'.
Com o tempo, a Coca-Cola resolver  dessegregar e passa a utilizar latinos e negros em suas campanhas publicitária, mas os efeitos do passado ainda podem ser notados no marketing da companhia que se apega em valores sociais tradicionais para formular campanhas onde ressaltar a ideia da família, da amizade e a reunião em prol do Natal. Enquanto a Pepsi, resolve escolher artistas jovens negros, os astros da NBA e investe no público jovem com uma ideia de moderna e descolada.



Obviamente o tempo mostraria para ambas as empresas que elas estavam perdendo dinheiro e oportunidades de gerar milhões de dólares em receitas. E esse motivo foi suficiente para que as duas empresas começassem a implementar campanhas com foco na diversidade – mas isso não pôs fim ao racismo.
Com o passar das décadas e o crescimento aparentemente ilimitado da indústria de refrigerantes, as duas empresas expandiram seus departamentos de marketing e lançaram inúmeras campanhas para desencorajar a ideia de que cada uma delas apelava para um lado específico do mercado.










No ano de 2000, por exemplo, a Coca-Cola foi condenada a pagar US $ 156 milhões para resolver uma ação federal movida por um grupo de funcionários negros que acusavam a empresa de discriminação racial. Já a Pepsi foi forçada a fazer o mesmo, em 2012, quando pagou US $ 3,13 milhões para resolver um processo federal decorrente de acusações de discriminação racial por usarem antecedentes criminais para ocultar candidatos a emprego que foram presos, mas não condenados, excluindo desproporcionalmente os negros
Alguns jornais norte-americanos, como o New York Times já publicaram matérias contanto sobre a fascinante história de um século e meio de refrigerantes e relações raciais nos Estados Unidos, com destaque para os textos excelentes de Grace Elizabeth Hale, que faz interessantes relatos sobre o período entre guerras na América, e deixa mais claro que a Coca-Colae era comercializada principalmente para a classe média branca; e que a receita da Coca-Cola não foi a única coisa influenciada pela supremacia branca: nas décadas de 1920 e 1930, ignorou estudiosamente o mercado afro-americano; que o material promocional aparecia em locais segregados que serviam a ambas as raças, mas raramente naqueles que atendiam apenas os afro-americanos.
Enquanto isso, a Pepsi e seu departamento de "mercados negros" seguiam uma direção totalmente diferente: no final da década de 1940, os representantes de vendas negros trabalhavam nas áreas urbanas negras do Sul e do Norte, os modelos de moda negra apareciam nos anúncios da Pepsi em publicações negras e exibições especiais nos pontos de compra apareciam nas lojas patrocinadas pelos afro-americanos. A empresa contratou Duke Ellington como porta-voz. Alguns funcionários circularam declarações públicas racistas de Robert W. Woodruff, presidente da Coca-Cola.
Mas então, basicamente, Coca-Cola e Pepsi-Cola costumavam ser totalmente racistas?
Bom, ambas tiveram um árduo trabalho para repensar valores e seu posicionamento de mercado. E mais duro ainda foi a tarefa de desvincular-se da imagem da Coca-Cola e da Pepsi-Cola como bebidas 'brancas' e 'pretas'. Por outro lado, a simplificação e a zombaria dos consumidores de refrigerantes também chegaram a ser questionáveis. 
A Mountain Dew, por exemplo, originalmente baseou toda a sua marca na zombaria dos pobres Apalaches, também conhecidos como caipiras. No final dos anos 40 e início dos anos 50, seu rótulo apresentava o mascote oficial do Mountain Dew "Willy the Hillbilly" e o slogan: "Ya-Hoo! Mountain Dew. Isso fará cócegas no interior" (O nome do refrigerante, é claro, refere-se à gíria do sul para o luar). A Pepsi-Cola comprou a Mountain Dew em 1964 e mudou sua imagem ao longo dos anos, mais recentemente como "Game Fuel". A empresa chegou ao ponto de liberar os sabores das marcas World of Warcraft, Call of Duty e Halo.




Talvez a história de Mountain Dew não seja tão racista quanto classista. De qualquer forma, as próximas décadas da história dos refrigerantes concentram-se em visar nichos, se não inteiramente minoritários. Isso já inclui Diet Coke e Tab, alguns dos primeiros refrigerantes comercializados especificamente para mulheres.









A Sprite foi atrás da população demográfica da juventude do interior da cidade (leia-se: negros e hispânicos) com uma campanha massiva baseada no basquete. Havia a OK Cola, a tentativa artística da Coca-Cola de alcançar a Geração X. E não se pode esquecer de mencionar o Dr. Pepper 10, um refrigerante diet para homens viris! Oi? (risos).







Outro conflito que surgiu com refrigerantes (por volta de 2013) foi uma proibição contra os grandes refrigerantes expedida pelo prefeito de Nova York, Michael Bloomberg, que regia que "bebidas açucaradas" superiores a 16 onças no volume de açúcar não podiam ser vendidas em estabelecimentos de serviços de alimentação na cidade de Nova York. Em restaurantes com fontes de refrigerante de autoatendimento, copos não superiores a 16 onças (aproximadamente 470 ml) não podiam ser fornecidos. Foram incluídos apenas pontos de venda com notas de departamentos de saúde; portanto, supermercados, operadores de máquinas de venda automática e lojas de conveniência (incluindo o 7-Eleven e seus Big Gulps) não precisavam se preocupar com a proibição. Não houve proibição de recargas. O não cumprimento poderia levar a uma multa de US $ 200. Sendo uma proibição imediata a assinatura do documento.
Mas o que seria uma bebida açucarada, afinal?
Para aquela cidade, tratava-se de uma bebida com mais de 25 calorias por oito onças, adoçada pelo fabricante ou misturada com outro adoçante calórico. A proibição não se aplica a sucos ou batidos de frutas puros, bebidas com mais da metade do leite, refrigerantes dietéticos sem calorias ou bebidas alcoólicas. Os milk-shakes, se fossem mais da metade de leite ou sorvete, eram isentos. Mas as bebidas açucaradas de café, se menos de metade do leite, não eram. (Frappucinos foram objeto de discórdia por muito tempo.)
A indústria de bebidas açucaradas se articulou, incluídos as duas marcas de refrigerantes de cola e levaram suas indignações com o Departamento de Saúde e Higiene Mental da cidade de Nova York levando-o à tribunal, argumentando que a proibição deveria ter passado pelo conselho eleito da cidade argumentando, inclusive, que na pior das hipóteses, a proibição discrimina arbitrariamente cidadãos e proprietários de pequenas empresas na África, comunidades americanas e hispânicas... 
O juiz da Suprema Corte do Estado, Milton A. Tingling Jr., chamou a proibição de "arbitrária e caprichosa". As muitas exceções, disse ele, são feitas por "motivos suspeitos" e levam a uma aplicação desigual. As brechas, como a questão do refil, "derrotam e / ou servem para estripar o objetivo da regra". Ele também expressou preocupação sobre o departamento de saúde ter uma "autoridade praticamente ilimitada", dizendo que a concepção do mandato de Bloomberg "criaria um leviatã administrativo" (você pode ler toda a sentença AQUI )
No entanto, a proibição do prefeito de Nova Iorque ampliaria a divisão entre os ricos, que podem encontrar uma maneira de contorná-la, e os pobres, que talvez não poderiam. Além do que, a indústria de bebidas açucaradas continuaria a ganhar seu dinheiro e desenvolveria novos produtos pra se adequar as regras. Mas quando se pensa em um departamento para "mercados negros" na Pepsi e na imagem branca de classe média da Coca-Cola, é engraçado como as pessoas usavam refrigerantes para dizer quem eram os consumidores que os consumia. Enquanto suas bebidas eram, e continuam sendo, apenas bebidas para venda em tempos de capitalismos.

Molho de Refrigerante de Cola para seu assado

1 xícara de ketchup
1/4 xícara de molho inglês
1 colher de chá de tempero da Casa de Pedra
1 xícara de Coca-Cola
2 colheres de sopa de açúcar mascavo a granel
1/2 colher de chá de molho picante

Preparo: Misture todos os ingredientes em uma panela em fogo médio a baixo. Deixe ferver por cerca de 5 a 10 minutos até reduzir e engrossar. Retire do fogo e despeje em potes limpos e guarde na geladeira por vários meses ou use imediatamente.

Obs.: fica excelente em churrascos de carnes vermelha, frango, porco, salsichas e no que mais sua criatividade permitir usar.