sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Bolo Mulher Afro-Descendente com problema mental, vulgo Bolo Nega-Maluca - pro Dinger.

Já fazia tempo que eu procurava alguma receita bacana pra dedicar a um amigo que arrumei meses atrás: João Guilherme Werneck; vulgo Dinger – pro mais chegados.
Numa das crises de stress dele, enquanto ele resolveu passar uns dias no sítio de um familiar, se entupia de brigadeiro. Enquanto falávamos por MSN eu lhe prometi postar algo  no meu  blog que ele pudesse matar o desejo por doce e que, ao mesmo  tempo, fosse um doce que ele pudesse comer tendo as taxas de açúcar controladas – isso pelo fato dele ser diabético.

Com este contexto e sabendo de um bolo que ele muito aprecia - o Bolo Nega Maluca, resolvi  hoje dedicar este post pra ele e aproveitar para esclarecer a origem do bolo o qual ele tanto gosta. Pois garanto que ele não sabe sobre a origem da iguaria srsrsrsrsrrs E ainda, aproveito para deixar a receita de um bolo que ele possa fazer e comer com tranquilidade. Dinger, esta é pra você.
Antes  porém, vou começar  este texto com uma leve critica em forma de piada. srsrsrrsrsrs

Uma senhora entra numa confeitaria e pede ao balconista um bolo "nega maluca". O balconista diz à cliente que usar o nome "nega maluca", hoje em dia,pode dar cadeia, DEVIDO A:
- Lei Affonso Arinos;
- Lei Eusébio de Queiroz;
- Artigo Quinto da Constituição;
- Código Penal;
- Código Civil;
- Código do Consumidor;
- Código Comercial;
- Código de Ética;
- Moral e Bons Costumes,
- Além da Lei 'Maria da Penha' .

- Então, meu filho, como peço essa porra de bolo?

- Bolo Mulher Afro-descendente com problema mental. Respondeu o Balconista seriamente.

Mas vamos ao que interessa.
A maioria dos chocólatras, assim como eu, já provaram, ao menos uma vez  na vida, de um bolo chamado “Nega maluca”. E apesar da maioria das pessoas saberem de quais ingredientes ele é feito, é uma raridade encontrar quem saiba dizer o porquê do  nome.

A maioria das pessoas que indaguei sobre o assunto  me davam sempre a mesma resposta: que o  bolo se chamava assim porque o chocolate dava a cor escura, como a cor negra; ou, que acreditavam que era uma negra quem fazia o  bolo. Mas aí eu perguntava: e de onde vem o termo MALUCA? Será que o bolo deixava a nega maluca enquanto ela o preparava? Sem resposta plausível de ninguém, fui pesquisar.


Pelo que se sabe o  bolo nega maluca é realmente brasileiro. Mas sua feitora seria legitimamente africana. Ela veio para o Brasil logo que foi  vendida, na África, como escrava para uma família de São Paulo, todos chamavam ela de Nega maluca, pelo fato dela não falar a nossa língua e assim sendo, ninguém conseguia entender nada do que ela falava. Reza-se a lenda, que um dia ela batia um bolo, e descuidada, acabou derramando doto o achocolatado da patroa dentro da massa, mesmo assustada como o ocorrido, a Nega misturou tudo  e levou a o forno. E depois só se soube da delicia que a nega maluca tinha criado

OUTRAS NEGAS-MALUCAS DA HISTORIA.

Diretamente do Brasil colonial, surge uma importante figura  feminina nas Minas Gerais: Chica Silva.  Ela era considerada uma verdadeira nega maluca por  praticar atos impensados para uma negra no Brasil de sua época.  Em 1754, Chica da Silva foi adquirida, ou alforriada, pelo novo contratador de diamantes João Fernandes com o qual passou a viver sem que nunca tivessem se casado oficialmente. Por ter se casado com um homem que diziam ter uma fortuna maior do que o Rei de Portugal, Chica da. Silva começou a virara mito atraves de “suas loucuras” estravagantes ocorridas no Arraial do Tijuco – atual Diamantina.
Chica da Silva
E dentre os  fatos pelo quais a chamavam de louca, sendo este o menor dos adjetivos lhe conferido, pode-se citar: seu um invulgar apetite sexual que utilizou para seduzir vários homens poderosos; sua crueldade ímpar, sendo apelidada de Chica Mandona e de Chica que manda à época. Utilizava o medo para obter a saciedade de seus luxos e prazeres; O pedido feio ao seu marido o contratador para que ele lhe construísse um palácio com vinte e um cômodos, onde havia um jardim com plantas exóticas e cascatas artificiais. Como não conhecia o mar, João Fernandes mandou formar um lago artificial. Mandou ainda construir um navio à vela, com capacidade para dez pessoas, que navegava no lago transportando os convidados das grandes festas que oferecia à sociedade local. Essas festividades eram animadas por uma orquestra particular e pelas apresentações de um teatrinho de bolso; e, Para não ter o seu sono perturbado pelo dobrar dos sinos da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, erguida em 1765 com o auxílio do contratador João Fernandes, Chica da Silva teria imposto a mudança de posição da torre.


Voltemos a 1955. Uma negra chamada Rosa Parks vivia no Alabama – RUA. Naqueles tempos que não são tão distantes assim de hoje, os negros tinham que ceder seus lugares aos brancos nos transportes coletivos. O que hoje soa como sandice era lei naquele país. Pois um dia a Rosa ficou maluca. Disse ‘não’ ao branquelo que exigia seu lugar no ônibus. A costureira de quarenta e dois anos não tinha ideia do que tinha acabado de fazer. Foi multada e presa. E seu desafio deu origem a um longo boicote ao sistema público de transportes da cidade, encabeçado por um pastor até então quase anônimo chamado Martin Luther King. O resto é história. Foi a Rosa que, sem saber, preparou a massa do bolo. King adicionou fermento e o pôs no forno.

No Brasil mais atual, outra negra, nascida nos anos em que a arte da dona Parks ainda ecoava, também teve dias de se amalucar. Marina Silva, a senadora e ex-ministra do Meio Ambiente, que nasceu no Acre e foi semi-analfabeta até os dezesseis anos, sonhava com a faculdade. “Está maluca”, talvez alguns tivessem dito. Mas ela foi lá. Bacharel em história, a Marina chegou ao ministério e disse ao que veio. Um dia ela ficou maluca: mas quanta pressão, meu Deus. E pediu as contas. Para que a batata não assasse demais. No caso, o bolo.

Bolo Nega Maluca para celíacos, diabéticos ou com qualquer outra restrição alimentar
Ingredientes: 4 ovos; 130g de açúcar (1 xíc. de chá); 220g de farinha de arroz
50g de polvilho doce; 5g de goma xantana (ou mix de goma guar + xantana); 130g de chocolate em pó (1 xíc. de chá); 1 pitada de sal; 200ml de óleo de milho ou canola; 200ml de água; 18g de fermento em pó
 Recheio e cobertura: 260g de açúcar; 100g de chocolate em pó; 120g de margarina; 1 caixa de creme de leite de soja (200g)
Preparo: Bater os ovos com o açúcar até ficar uma gemada bem cremosa. Bater bastante (a gemada cresce e fica bem aerada). Colocar em seguida todos os ingredientes na batedeira, menos o fermento em pó, e bater para misturar bem. Desligar a batedeira, colocar o fermento em pó, misturar um pouco e depois bater com a batedeira por alguns segundos, para que o fermento fique bem integrado à massa. Despejar numa forma untada com margarina e polvilhada com farinha de arroz.Assar em forno médio (180 graus) por 40 minutos. Preparo do recheio do bolo/ Bater os três primeiros ingredientes na batedeira até formar um creme. Por último colocar o creme de leite de soja e bater mais um pouco. Quando o bolo estiver frio, cortá-lo em duas ou três camadas e recheá-lo com esse creme. Colocar o restante do creme por cima do bolo e espalhar chocolate granulado sem glúten (encontra-se em supermercados) ou se quiser pode enfeitar com morangos frescos.

Bolo Nega maluca Diet
Massa: 4 ovos; 1 xíc (chá) de adoçante para forno e fogão;  2 xíc (chá) de farinha de trigo; 1 xíc (chá) de achocolatado diet; 1 xíc (chá) de óleo; 1 xíc (chá) de água quente; 1 col (sopa) de fermento químico em pó
Cobertura: 2 col (sopa) de margarina light; 5 col (sopa) de achocolatado diet; 3 col (sopa) de leite desnatado; 2 col (sopa) de adoçante para forno e fogão
Modo de preparo: Massa: Coloque os ovos e o adoçante na batedeira e bata por aproximadamente 3 minutos. Em seguida acrescente a farinha e o achocolatado intercalando com o óleo e a água quente. Bata até ficar uma massa homogênea. Junte o fermento e misture bem. Despeja em uma fôrma retangular média (30cmx22cm) untada e enfarinhada. Leve ao forno pré-aquecido (180ºC) por aproximadamente 40 minutos. Cobertura: Leve ao fogo todos os ingredientes, mexendo até derreter, se possível espalhe sobre o bolo ainda quente
Informações Nutricionais:
Rendimento: 27 porções
Calorias por porção: 182 Kcal
Carboidratos: 23g
Proteínas: 3g
Lipídios: 8g

BOLO  NEGA MALUCA TRADICIONAL
Massa: 2 xícaras (chá) de farinha de trigo; ½ xícara (chá) de chocolate em pó; 1 xícara (chá) de açúcar; 1 xícara (chá) de óleo; 1 xícara (chá) de água fervente; 4 ovos; 1 colher (sopa) de fermento em pó
Cobertura: 1 colher (sopa) de margarina; 5 colheres (sopa) de açúcar; 3 colheres (sopa) de chocolate em pó; 1 colher (sopa) de leite
Preparo: Bater todos os ingredientes na batedeira 9ou  no liquidificador), exceto o fermento. Depois de bater por 5 minutos, acrescentar o fermento em pó e misturar com uma colher. Despejar a mistura em uma forma untada e enfarinhada. Levar para assar em forno a  em água 180°C por aproximadamente 30 minutos. Cobertura: em uma panela, derreter a margarina, acrescentar o açúcar, o chocolate em pó e o leite e mexer bem. Despejar a cobertura sobre o bolo já desenformado e ainda quente.

3 comentários:

  1. Ai amigo lindo...
    Amei a receitinha e o post ta lindo, bem a cara mesmo do bolo... so que vc errou achando que eu não conhecia a horigem do mesmo... conhecia sim
    Obrigado pelo carinho
    Te adoro seu PÂO COM OVO

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  2. Gentem, mamãe fez a receita Diet pra mim... olha tudo de bom, so nãocomi o tabuleiro todo porque não posso mesmo,mais me refastelei...
    Delicida delicida delicia...
    Obrigado tanto pela receita tanto pela dedicação de sua amizade
    Obrigado.

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  3. Ameiiiii esse bolo amigo. Vou fazer qualquer dia aqui em casa e te chamo pra comer, viu..kkkk. Minha mãe tá morrendo de saudades de tu. Bjãoooooo.

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