quarta-feira, 6 de dezembro de 2023

Pequena história do salpicão: do Barroco espanhol para alegrar as mesas dos nossos dias.

Indiscutivelmente, o salpicão é uma comida de festa! Para alguns, ele pode parecer uma salada metida-a-besta, pois quando ele é encontrado nas mesas festivas está repleto de ingredientes de destaque (que podem ser caros, como as lagostas e trufas ou, simples, como o bom e velho salpicão de frango com batata e maionese). Aqui em casa eu como salpicão o ano todo, mas no natal é que as extravagâncias vão aparecer para agregar mais valor na receita. A época natalina, no Brasil, é comum de ser encontrado nas mesas festivas. E este foi o motivo de hoje ele ser o protagonista dessa postagem.

Salpicão acaba sendo uma receita coringa, pois dependendo dos ingredientes (e da fome) ele pode ser desde entrada, acompanhamento e, até prato principal. Acredito que umas das minhas memórias mais antigas marcava o salpicão servido como salada ou como recheio de barquetes – bem ao estilo francês que utiliza o salpicão como recheio de tortinhas, canapés, croquetes, rissóis, timbales, vol-au-vents, croustades, ovos, rocamboles, etc.

Curioso é perceber que salpicão é o termo utilizado na culinária francesa, na Espanha, na América Central e na América Latina para designar tanto uma preparação salgada (quente ou fria) quanto uma preparação doce (neste caso, especialmente fria). Essa versão doce, ainda pode ser conhecida como Macedônia de frutas, pois é uma mistura de frutas que pode ser fresca, em calda ou cristalizada e que podem ser maceradas em licor ou no próprio suco – geralmente usadas como entrada ou como parte de preparações de pastelaria e sobremesas, crepes, biscoitos, copos de gelado, etc.

                                         Macedônia de frutas simples

Macedônia de frutas montada com gelatina -  ao estilo do século XIX

Quando um salpicão aparece na versão salgada, geralmente é preparado com uma mistura de vegetais e carnes, unidos por um molho muitas vezes feito com bastante maionese. Mas quando o salpicão surge na versão doce, ele pode vir montado ou lembrar uma salada de frutas, com a calda das frutas ou um creme doce são usados para dar liga à mistura.

O que descobrir ao longo desses mais de vinte anos pesquisando a cultura gastronômica, é que embora o salpicão tenha sido bastante usado na cozinha francesa, que ajudou a sofisticar os ingredientes e os cortes dos ingredientes pensando em melhorar a apresentação; o salpicão aparentemente é originário da Espanha, onde atende pelo termo Salpicón.

Esse termo também serve para se referir ao modo de prepará-lo: salpicando ingredientes, que foram previamente cortados e depois misturados. Embora o termo salpicão, seja um aportuguesamento para salpicón, aqui se observa que não há tradução na culinária francesa, onde ele se apresenta como Salpicon (sem acento), dessa mesma forma ele aparece na língua inglesa; já no México, como em outros países latinos, é Salpicón (com acento) = assim como também é Salpicón na Espanha, país de onde se acredita que essaa iguaria é originária

Se procurarmos o significado de salpicón veremos que, ele poderia ser identificado como um “guisado de carne desfiada, peixe ou marisco, com pimenta, sal, azeite, vinagre e cebola”. Outra descrição aponta o salpicón como um “prato de peixe ou frutos do mar cortado em pedaços marinados com vinagrete e outros ingredientes que se consome frio”.  O que é indispensável em todos os casos é que a qualidade dos ingredientes seja o requisito essencial para se obter um excelente salpicão. Mas, se quisermos saber o que é um salpicão de fato, devemos também contemplar o seu significado nos diferentes períodos em que ele aparece. E só assim, compreender o que é hoje um salpicón e o que era um salpicón há muito tempo.

Como de costume, muita pesquisa foi necessária. Muitos dos dicionários em diversas línguas ajudaram no caminho para a resposta. A maioria deles aponta que salpicón é uma preparação oriunda de um 'guisado de carne, peixe ou marisco picado, com pimenta, sal, vinagre, vinagre e cebola'. Outra descrição semelhante conta que é “prato de peixe ou marisco cortado em pedaços revestido com vinagrete e outros ingredientes que se consome frio”. Outra descrição apresenta que, para a Argentina e o Uruguai, trata-se de um prato feito com carnes, gachas – um tipo de mingau salgado, cebola e outros ingredientes picados e temperado com pimenta, sal, vinagre e vinagre, que se consome frio. Bastante semelhante ao nosso conceito de Salpicão encontrado no Brasil, embora por aqui as carnes de aves (galinha, peru, capão) sejam as mais populares para envolver-se em molhos com base de maionese, creme de leite e requeijão cremoso.

Embora o salpicão nessa versão salada seja uma das minhas preferidas, ainda pequeno eu descobrir o salpicão bebida/sobremesa. E me encantei, pois quando eu morava na serra, no quintal lá de casa tinha um pé de graviola, um dos ingredientes fundamentais para o salpicão do tipo bebida/sobremesa. Essa versão é bastante comum na Colômbia e no Equador.


Tanto no Equador quanto na Colômbia, o termo salpicón também define uma bebida e ou sobremesa obtida da mistura de pedaços de diferentes frutas no próprio suco ou outro líquido.  Nesses lugares existem muitas maneiras de prepará-lo, algumas mais simples e outras com mais adições. Mas, a mais tradicionais podem misturar banana, abacaxi, mamão, melão e melancia em um copo com um suco dessas frutas, às vezes também misturado com uma bebida alcoólica. É consumido frio, seja como bebida refrescante ou como sobremesa. É oferecido em toldos, estandes ou pequenas lojas.

Nessa pegada de salpicón enquanto bebida, existe o salpicón de Baudilia ou salpicón payanés, uma famosa sobremesa de origem colonial, típica da cidade colombiana de Popayán, departamento de Cauca, cuja receita original é preparada com um picadinho bem fino de frutas como lulo (também conhecida por narajilla, ou pelo nome cientifico Solanum quitoense),, amora e graviola, misturado com água e adoçado com açúcar, acrescenta-se gelo picado para servir. Antigamente, o gelo era trazido do vulcão Puracé, a granel coberto com serragem, e triturado para preparação. Esse tipo de Salpicón está disponível em vários pontos da cidade, alguns mantiveram a receita original e outros a reinventaram.

Essa bebida/sobremesa foi a versão que me encantou; mas, no passado ela também foi uma das mais cativantes do Libertador Simón Bolívar, que escreveu várias cartas que hoje repousam no Arquivo Geral da Nação, nas quais declarava a emoção que sentia cada vez que viajava a Popayán e experimentava o salpicón.


Uma das histórias daquela época conta que, um dia um mulato chamado Baudilia (que para mim, era apenas um nome gentílico para mais um mulato nascido naquele lugar), descendente de uma família de escravos, morou com o libertador Simón Bolívar e foi trabalhar com seus soldados em Popayán. Foi um dia muito agitado e as tropas libertadoras estavam exaustas do longo dia. Baudilia, com muito cuidado, preparou uma deliciosa mistura de frutas à qual accrecentu gelo que veio da nevada montanha de Puracé e decorada com uma colher de amor que aprendi a preparar com uma família espanhola. Simón Bolívar ficou satisfeito com uma bebida refrescante e deliciosa que imediatamente concedeu liberdade a Baudilia. A partir desse dia, o salpicón Baudilia passou a ser a bebida/sobremesa preferida do Libertador.

Atualmente, o salpicón mais popular das terras espanholas é aquele feito com frutos do mar, prato muito consumido em todo o país, tanto como aperitivo quanto como salada – ambas as versões soam muito refrescantes para o verão e também muito saudável.  Acaba sendo o salpicón um prato muito típico de toda a costa andaluza, mas sobretudo das províncias de Huelva e Cádiz (onde costuma ser encontrado à base de marisco cozido), sendo servido como tapa em muitos bares da Espanha, o que por padrão costuma ser interpretado como salpicón de frutos do mar.


Mas o que mostram as referências literárias é que o salpicão original era feito de carne de vaca. Há referências literárias, como Diego de Covarrubias y Leyva, do final do século XVI que define em seu dicionário salpicón como: ““carne picada temperada com sal”. Sabe-se, com isso, que esse prato presidia aos jantares dos nobres castelhanos, bem como dos plebeus na cozinha dos séculos XVI e XVII.

O métoda da época para este prato que utiliza carne cozida era simples: deveria ser feito misturando uma parte de boa gordura (toucinho ou bacon) para duas partes de carne magra, ambas partes bem cozidas, geralmente cortadas em pedaços e servidas com cebola e azeite, aromatizado com pimenta e sal grosso. Em algumas receitas, menciona-se o molho com uma certa quantidade de vinagre. Em alguns trabalhos culinários do século XIX, é mencionada uma receita refinada em que a língua de vaca era utilizada como ingrediente no lugar da carne propriamente dita, e essa mistura ainda iria ao forno.

Temos a referência mais clássica ao salpicón do século XVII logo no início da vida do engenhoso cavalheiro Dom Quixote de la Mancha, cuja primeira parte foi impressa em 1605. Miguel de Cervantes nos informa sobre a dieta de Alonso Quijano, antes disso, ele se transformou em Dom Quixote e saiu em busca de erros a serem desfeitos no interior de La Mancha:

"Uma panela com algo mais de carne do que de carneiro, salpicon na maioria das noites..." Don Quijote de la Mancha, Cap. I, Libro I

Ninguém parece saber ao certo o que era aquele lugar em La Mancha. cujo nome D. Miguel não quis lembrar, mas uma coisa é certa: não poderia estar mais longe do mar.

Não há mistérios. O salpicón Cervantino nada mais era do que uma forma de aproveitar a carne que sobrava do ensopado diário, pelo menos do ensopado de segunda a quinta, já que sextas eram dias de peixe (o senhor se contentava com lentilhas), sábados só Eles permitiam-se, digamos, desperdiçar carnes, como os torreznos (que desperdício) dos “duelos e derrotas” e aos domingos Dom Alonso permitia-se um pombo. Esse salpicón consistia apenas em temperar a carne, desfiada e fria, com bastante cebola e um vinagrete do mais básico: azeite, vinagre, sal e pimenta.

Seis anos após a publicação de Dom Quixote, Francisco Martínez Montiño (Motiño, segundo outros), cozinheiro do rei Filipe III, publicou a sua monumental “Arte de cocina, pastelería, bizcochería y conservería” (Arte de cozinhar, pastelaria, confecção de biscoitos e conservas), de onde, de forma muito breve encontramos no texto a receita dada do salpicón de vaca: “Bom, já que estamos falando de salpicón, quero avisar que quando te pedirem salpicón de vaca, experimente comer um bom toucinho de pernil, cozido e picado e misturado com a carne de cozida e picada, agregada com a pimenta, o sal, o vinagre e a cebola picada, e algumas rodelas de cebola para decorar o prato. É muito bom e tem bom gosto." Esta seria a mesma receita da casa do senhor de La Mancha.

E já deve ter sido assim durante muito tempo, porque quase três séculos depois, no final do século XIX, o gastrônomo, engenheiro e escritor espanhol Ángel Muro deixou-nos esta descrição: “fiambre de carne picada composta e temperada com pimenta, sal, vinagre e cebola, tudo misturado. É regularmente feito de vaca e é amplamente utilizado nas aldeias. O salpicón, geralmente utilizado em piqueniques e servido frio, é feito cozinhando um pedaço de presunto e duas partes de carne magra; em seguida, corte-o em pedaços pequenos e pique um pouco de cebola crua, que é jogada por cima; Polvilhe com vinagre e tempere com bastante azeite cru, sal e pimenta. “Você pode fazer salpicón com todos os tipos de iguarias.”

Ángel Muro, de Escaler, La Semana Cómica, 12-05-1892

Mas outras disputas já estavam sendo feitas, dando razão a Muro. Voltemos ao livro de Francisco Martínez Montiño, onde já se incluía um salpicón marinho: um salpicón de atún, ou atún en salpicón. Que fique registada a receita: “este atum, depois de salgado, fica muito bom, se for magro, e gordo, cozido; faça algumas fatias do mais gordo e do mais magro um salpicón com sua cebola; Você vai colocar as rodelas de gordura nas bordas do prato e o salpicón no meio; depois outras fatias por cima e rodelas de cebola, e depois coloque azeite e vinagre por cima de tudo.” Salpicão na barriga, nada menos.

Hoje, mais coisas são acrescentadas ao salpicón de atum. Poderíamos dizer, por um lado, que se trata de uma salada de atum à qual se junta cebola e que, em vez de ser coberta com maionese, é temperada com azeite e vinagre. Claro, ganhou elementos como batata, ovos cozidos e outros tipos de peixe, como o bonito... O mundo dos fãs da salada de bonito está dividido entre os adeptos da salada (quando mais simples) e os do salpicón (aqueles mais incrementados).Todas as versões recuperando a sensação de aproveitamento de sobras, embora possa ser feito sem passos prévios, um salpicón feito com um peixe branco de carne firme, como a pescada e sem falar no tamboril, cozido, com os acompanhamentos habituais, é uma ótima entrada.

Mas a história do salpicão mudou mesmo quando resolveram incorporar batatas. É evidente que esta é uma adição muito tardia; parece algo de anteontem, do século XIX. Claro que as batatas alongam o prato e dão-lhe textura, mais do que tudo. Antes disséssemos que um salpicón era uma espécie de salada em que a maionese foi substituída por um bom vinagrete. Poderíamos dizer também que um salpicón é o resultado de ilustrar com um desses peixes, ou algum crustáceo, algo tão clássico como os “papas aliñás” sevilhanos (veja a minha sugestão dessa receita abaixo). Afinal, essas batatas compartilham a base com os salpicones atuais: contêm azeite (virgem, claro), vinagre (melhor de Jerez) e cebola ou cebolinha. Adicione as clássicas rodelas de ovo cozido e o protagonista marinho, e aí você terá um delicioso salpicón básico.

Acrescentemos, antes de entrarmos nos salpicones maiores, que a fórmula quixotesca, adaptada ao gosto e aos tempos, presta-se muito bem à criação de suculentas “segundas rodadas” não só das carnes cozidas, mas também do assado. Um peito de capão ou pularda (um frango que tenha pelo menos 120 dias de vida), submetido a estes tratamentos e tratado com certo cuidado, dá um magnífico salpicón festivo.

Mas, de qualquer forma, hoje em dia quando pensamos em salpicones costumamos pensar em salpicones de marisco, que são, certamente, a antítese daqueles feitos a partir de matérias-primas, porque exigem um investimento mais ou menos dispendioso. Podem ser feitos, aliás, com qualquer crustáceo cozido: camarões, ostras, vieiras, lula, polvo, caranguejo, mexilhões, lagostins... Naturalmente, não estou pensando em frutos do mar de “vitrine”, que ficarão melhor na mesa sem qualquer outra decoração além deles próprios. Refiro-me àqueles que, por qualquer motivo, não têm “presença”. Penso naqueles pequenos camarões ou as cigalitas que têm pouco mais de um dedo de comprimento (a cauda) e não têm uma ou ambas as pinças. Eles não dão o tipo, mas dão o sabor. Essas caudas, bem cozidas e descascadas, claro, dão um delicioso salpicón. Já agora: penso que, daqui em diante a batata não tem qualquer papel a desempenhar nos nossos salpicones. Pois a ideia é ostentar da carne desses frutos marinhos...

Uma receita mais trabalhosa, mas com resultados esplêndidos, é aquela que usa como base para o salpicón a carne desfiada daquele “patinho feio” dos grandes crustáceos que é o chamado boi do mar ou sapateira (Cancer paguros), em alguns lugares na França, este era um animalzinho que sempre esteve à sombra dos caranguejos, mas desempenha um excelente papel em preparações como o changurro a la donostiarra (txangurro é uma palavra basca que não designa o ensopado, mas sim o crustáceo, e é válida tanto para o mar boi e caranguejo) e um salpicão honesto.

changurro a la donostiarra

Antes de prosseguir, duas coisas que podem ser desnecessárias porque você já estava fazendo isso, mas tome cuidado máximo com os temperos. Use vinagre de vinho impecável. Sempre recomendarei vinagre de xerez velho, dosado com sabedoria, e aconselho você a manter aquele líquido escuro e agridoce que chamamos de vinagre balsâmico longe do salpicão. Quanto ao azeite, naturalmente azeite virgem extra. Quer azeitona? Aqui entram em jogo o seu gosto e preferências, embora eu seja a favor de usá-las mais suave do que as picantes, isso depende de você e do seu gosto.

Salpicón de lagosta… Chegamos ao cume, o salpicón mais valorizado. E não deixa de ser curioso. Se revermos textos culinários galegos do início do século XX, como o ' La cocina de Picadillo y Pardo Bazán ', o grande crustáceo destaca-se pela sua ausência: a lagosta manda. Pardo Bazán, em seus dois livros de receitas, dá oito fórmulas de lagosta e apenas uma de Bogavante ( Homarus vulgaris), que chama de lobagante. Mas a lagosta, homard, em tantos textos mal traduzidos como lagosta, tem dominado o conteúdo, especialmente em duas versões de muito sucesso: arroz con bogavante, ou lagosta, e salpicón de lagosta, em ambos os casos pratos estrelas das cozinhas que os praticam… nem sempre com sucesso, deve ser dito.

Não lhes darei uma fórmula tão ortodoxa quanto qualquer outra. Continue cozinhando, em água e sal, uma lagosta (ou duas) pesando pouco menos de um quilo. Quando cozida, espere esfriar antes de manuseá-la. Retire a carne do rabo e corte-a em rodelas; Tire também a carne da pinça e aproveite o que a cabeça dá. Ferva dois ovos. Corte um em fatias e pique o outro finamente. Pique também, bem fininho, uma cebola e, já agora, um pimentão (de preferencia vermelho ou amarelo). Por outro lado, prepare um vinagrete em uma tigela de vidro: azeite virgem, uma colher de vinagre, o sal necessário e um pouco de salsa. Bata tudo isso até obter uma emulsão. O resto... fácil: misture as carnes desfiadas das pinças e cabeça da lagosta com o ovo picado, a cebola e o pimentão; Tempere com o vinagrete, mas sem encharcar; Coloque por cima as rodelas de cauda de lagosta e as rodelas de ovo cozido, regue com mais um pouco de molho... e sirva. Pessoalmente, dispenso o pimentão, embora eu respeite o gosto daqueles galegos como motivo para acrescentar “uma nota de cor” a tantos pratos; dá mais cor que a salsa, é límpido, mas não vejo que, em termos de sabor, combine muito com o resto dos ingredientes.


Hoje, a maioria dos artistas de cozinha sabem fazer salpícões decentes. Já passei por temperos feitos com óleos “refinados” (o azeite virgem tem muito gosto e eles não querem) e vinagres industriais (rejeitaram o Xerez pelos mesmos motivos). Fui a um suposto templo do salpicón de lagosta na Corunha e encontrei algumas fatias de marisco literalmente nadando numa banheira de azeite e vinagre. Já suportei falcatruas em minha busca por um bom mergulho de lagosta. Hoje você não terá que passar por isso. Assim espero. Mas vou te contar um segredo: prefiro lagosta pura!

Os salpicones fizeram um longo e saboroso percurso desde o barroco espanhol até à cozinha do final do século XX... mas, confesso que tenho medo do que os salpicones podem ainda acabar virando nas mãos dos tecno-artistas das cozinhas contemporâneas. 

QUIJOTE – SALPICÓN DE CARNE

1 quilo de peito bovino

  ½ pedaço de alface

  2 pedaços de batatas

  250 gramas de queijo fresco

para o vinagrete

  2 colheres de sopa de vinagre branco

  2 colheres de sopa de suco de limão

  4 colheres de sopa de azeite

  2 pitadas de sal

  2 pitadas de pimenta preta moída

Preparo: cozinhe a carne em água com um pouco de sal e um pedaço de cebola, por aproximadamente uma hora em panela normal, ou use a panela de pressão para reduzir pela metade o tempo de cozimento.

Assim que estiver pronto, nós o desfiamos e colocamos de lado. Corte as batatas em cubos e cozinhe-as em água e sal. Deixe por cerca de 15 minutos ou até que estejam completamente cozidos, escorra e reserve. Corte o queijo do nosso salpicón mexicano em cubos e reserve. Pique a alface em tiras finas e reserve. Para o vinagrete do nosso salpicón de carne, coloque o vinagre, o suco de limão, o azeite, o sal e a pimenta em uma tigela e integre uniformemente com a ajuda de um batedor de balão ou garfo e reserve. Adicione a esta mistura a carne, a alface, os cubos de batata e os cubos de queijo e misture até que os ingredientes estejam completamente incorporados. Só nos resta saborear o nosso salpicón de carne e nada melhor do que com umas deliciosas tortilhas de milho mexicanas para comer em tacos e saborear em família.

SALPICÓN DE BAUDILIA

Para o xarope

250ml de água

200g de açúcar

Para o suco

300ml de suco de amora sem açúcar

Suco de três laranjas

E todo o xarope preparado

Frutas para montagem

500g de amoras inteiras

1 abacaxi em cubos

300g lulos em cubos

700g de graviola em gomos sem sementes

Gelo a gosto

Preparo: faça o xarope juntando a água com o açúcar e leve ao fogo até dissolver todo o açúcar. Depois, desligue o fogo e deixe esfriar. Numa jarra junte o suco de amoras, o suco das laranjas e o xarope e misture bem. Leve para gelar bastante. Na hora de montar, em copos individuais faça assim: 1 colher de sopa de graviola sem caroço; 2 colheres de sopa de lulos picados, 2 colheres de sopa de abacaxi picado e complete com o suco preparado. Servir com gelo.

PAPAS ALIÑÁS (BATATAS TEMPERADAS)

As “papas aliñás” são comuns como tapas em Cádis: é simples e saboroso , feito com boa batata nova cozida, temperada com um vinagrete generoso, sal, pimenta, cebolinha e salsa abundante. O truque é vestir as batatas enquanto ainda estão muito quentes: isto não só as fará mergulhar bem no sabor do vinagrete, mas também tornará mais fácil para a cebola perder a sua força.

1quilo de batata nova (cerca de 7 batatas médias)

Duas cebolinhas ou uma cebola branca doce (cerca de 250 g)

10 colheres de sopa de azeite virgem extra (150 ml)

5 colheres de sopa de vinagre de vinho branco (75 ml, ou a gosto)

4 ovos de galinha tamanho médio

3 colheres de sopa de salsa fresca picada (cerca de 50 g)

Sal

Pimenta

60g de azeitonas pretas

Preparo:  numa panela adicionar 1,5 litros de água e colocar os ovos para cozinhar por nove minutos, tempo contado assim que a fervura iniciar. Depois de cozidos. Deixar esfriar. Enquanto isso cozinhe as batatas no vapor até que elas fiquem macias, porém ainda firmes. Depois de cozidas, descascar as batatas e cortá-las. Após isso, juntar imediatamente com a cebola grosseiramente picada, azeite, vinagre, azeitonas, sal e pimenta. Quando estiverem à temperatura ambiente, adicionar a salsa e os ovos cortados em quartos longitudinalmente e comer.

SALPICÃO DE LAGOSTA I

160 g de salsão limpo e fatiado em julienne

160 g de cenoura limpa e fatiada em julienne

1/2 maçã verde em cubinhos pequenos

450 g de maionese

300 g de lagosta limpa (cozida em pouca água com temperos, cebola, louro, pimenta em grão, salsinha em galho e caldo de peixe, se quiser)

Um pouco do caldo do cozimento da lagosta

Preparo: Cozinhe a lagosta no caldo de tempero e, após o cozimento, corte em pedaços medianos. Coloque a lagosta em um recipiente e adicione o salsão, a cenoura, a maçã em cubinhos e a maionese. Mexa bem, acerte os temperos a gosto e depois decore.

SALPICÃO DE LAGOSTA II

Uma lagosta europeia de 600 – 700 g

Estragão

Chalota

Óleo de cebolinha (500 g de cebolinha, 300 g de óleo de milho, 70°C 20 min).

Tomates esmagados

Azeitonas pretas

Lima

Pimenta

Sal

Preparo: Cozinhe a lagosta por 6 min. em caldo de legumes. Descasque a lagosta. Corte a cauda em tiras. Corte o resto da lagosta bem picadinha. Incorpore as ervas aromáticas. Agora adicione os tomates, a chalota picadinha, as azeitonas, o limão e as raspas de limão. Tempere com pimenta e sal. Disponha a mistura em um aro. Coloque as tiras no aro e decore com ervas frescas. Finalize com cebolinha e com o óleo de cebolinha. Decore a gosto e sirva.

SALPICÃO DE FRANGO

2 xícaras (chá) de frango cozido e desfiado

2 batatas cozidas e picadas

1 xícara (chá) de milho

1 xícara (chá) de ervilha

2 cenouras raladas

meia xícara (chá) de salsão picado

1 maçã, sem sementes, picada

meia xícara (chá) de uvas-passas

3 colheres (sopa) de azeite

1 caixinha de Creme de Leite

1 colher (sopa) de Fondor Maggi para temperar

Preparo: Em um recipiente, misture todos os ingredientes. Sirva gelado acompanhado de arroz branco e batata palha.

 

 

 

 


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