quinta-feira, 3 de julho de 2025

Alloro: Sobre Louros e Licores, um brinde ao que permanece.

 

Em certas noites — aquelas em que a refeição se estende como uma boa ópera e a conversa repousa satisfeita sobre pratos vazios — há um momento em que o tempo parece se curvar levemente, como quem pede licença para ficar mais um pouco. É nesse instante que surge “um intervalo sagrado”.

Nesse breve momento, logo após o último talher repousar no prato e a conversa se afinar como música em fim de festa, em que a alma pede algo mais. Não fome. Não sede. Mas uma espécie de consolo, de fecho suave, como quem dobra um guardanapo com vagar e gratidão. Os italianos, que entendem dessas coisas, chamam esse instante de “digestivo”. Na Itália, ele não é apenas uma bebida. É um gesto, um aceno elegante de quem diz: "Fique mais um pouco. Ainda há calor na casa."

Geralmente servido num copo pequeno, quase cerimonial. Passa de mão em mão como uma confidência. Um brinde aqui, um riso ali, e o licor encerra a noite como se nos lembrasse: ainda estamos vivos, e bem alimentados. E não é apenas um costume. É um gesto de civilidade, uma delicadeza cultural que embala o corpo depois de uma refeição generosa — como uma despedida murmurada em voz baixa, junto à porta.

Obviamente, nem todo digestivo é necessariamente um licor, mas a maioria dos digestivos tradicionais são licores porque combinam álcool, doçura e ingredientes aromáticos que, juntos, criam uma bebida equilibrada, saborosa e funcional para o pós-refeição. É o caso do Alloro, o licor de folhas de louro.




Os licores nasceram em paralelo à medicina, são descendentes diretos da alquimia e da farmacopeia antigas – o que indica que, antes de eles serem bebidas sociais ou digestivos, eram remédios –, e muito antes da ‘sobremesa’.

As sobremesas, como as conhecemos, chegaram tarde à mesa — enfeitadas, cerimoniosas, pedindo atenção e talheres delicados. Foram criadas nas cortes e nos salões, com açúcar finalmente domesticado, já não tão raro nem tão reverenciado. São, quase sempre, espetáculos: creme, mousse, bolo, torta, sorvete, suspiro. Têm a leveza de uma ópera com final feliz. A sobremesa é um teatro. Chega à mesa em cena aberta, vestida com decorações atrativas. Tem algo de espetáculo francês: ostenta a doçura como quem dança em pontas. Nasceu nas cortes, entre cristais e porcelanas, quando o açúcar, finalmente domado, pôde abandonar as farmácias e se entregar ao prazer. É uma promessa de leveza, mesmo depois de refeições pesadas — uma forma educada de dizer que a noite ainda não acabou.

Já o licor... o licor é outra coisa. Mais velho, mais calado, mais denso. Antes de ser bebida, foi remédio. E antes de adoçar, curava. Veio de mãos solitárias: monges, feiticeiras, curandeiras, alquimistas, que destilavam folhas e raízes em silêncio, enquanto o mundo pedia milagres. O licor não se impõe — ele permanece. É um fim que não se anuncia. Toma-se devagar, como quem ouve. Seu açúcar não canta: arde e aquece, como o cheiro de uma lembrança boa esquecida no fundo da gaveta.


A sobremesa celebra. O licor sussurra. Uma encerra o banquete. O outro — se bem servido — encerra o dia. E às vezes, quando o corpo se aquieta e a alma consente, inaugura um pensamento. Ou um segredo.

No fundo de cada frasco há sempre um resíduo de alquimia, uma dúvida antiga: cura ou feitiço? Não é à toa que, por séculos, os licores estiveram nas mãos de monges — e de mulheres com reputações perigosamente ambíguas. Como as irmãs Toffana, lendárias criadoras da ‘Água de Toffana’ — um veneno invisível que passava facilmente por um elixir doméstico (já tratei sobre elas AQUI). Não se sabe se elas fabricavam licores, mas sabiam manipular essências, infusões e confiança. E isso já as coloca perigosamente perto da nossa história.

Há licores com nomes que não escondem sua natureza: o Strega, por exemplo, cujo nome significa "bruxa", é um licor italiano amarelo-dourado feito com cerca de 70 ervas e especiarias, inventado em 1860 em Benevento — cidade conhecida como ponto de encontro de bruxas segundo lendas medievais — e carrega em cada gole uma receita que parece saída de um grimório. Em contraste, o Alloro é mais claro, mais solar, mas ainda assim profundamente ligado a esse saber ancestral de quem conhece as plantas pelo cheiro e pelo silêncio.

O Alloro também carrega algo de ritual. Pode-se imaginar uma mulher antiga, num vilarejo esquecido entre colinas e oliveiras, colhendo folhas ao entardecer, infundindo-as não só em álcool, mas em intenção. O mesmo gesto que hoje chamamos de receita, ontem podia ser chamado de feitiço.

Não é raro que os turistas se lancem ao limoncello — aquele licor italiano de um amarelo ensolarado, doce até os ossos, como um verão que não sabe a hora de acabar — e deixem passar o verde discreto, insinuante e quase cerimonial do Alloro. Talvez acreditem, equivocadamente, que o mundo das frutas seja mais nobre que o das folhas. Mas o limão grita; o louro sussurra. E há sutilezas que só os ouvidos atentos percebem. Enquanto o limoncello se espalha como riso em mesa cheia, o Alloro chega mais tarde — como quem vem para ficar. Sua presença é mais meditativa, com a gravidade aromática das coisas que vêm da terra e da história. Ele não é espetáculo. É eco. E como todo eco bem-vindo, ele nos conta algo que talvez tenhamos esquecido.

Há também os que preferem os licores de amêndoas — doces, quase afetuosos, com aquela fragrância redonda de marzipã e festa antiga. O mais famoso deles é o Amaretto, que alguns juram ter sido inventado como declaração de amor. Sua doçura envolve, mas não desafia. É feito para terminar noites com suavidade, como um lençol recém passado. Em contraste, o Alloro não acaricia de imediato: ele se impõe com elegância e depois se acomoda, como uma ideia que faz sentido só quando se repete. Onde o Amaretto conforta, o Alloro revela. Onde um adoça a memória, o outro aguça a percepção.

Entre os muitos amari italianos — esses licores herbáceos e misteriosamente amargos que prometem ajudar o estômago a perdoar os excessos da mesa, há um que merece ser resgatado do anonimato: o Alloro, também chamado de Allorino, um licor caseiro de folhas de louro que carrega em cada gole um sopro de história e um punhado de alquimia botânica – e que se destaca por sua simplicidade quase monástica.

Este licor de louro não apenas aquece o corpo em noites de inverno, mas também tem a generosidade de se mostrar versátil: com gelo, vira companhia refrescante em tardes quentes; misturado a Prosecco, transforma-se num bay spritz herbáceo que faz jus ao ritual do aperitivo. E se, por acaso, você tiver uma tosse persistente ou um leve resfriado — ah, dizem que ele ajuda nisso também, principalmente quando levemente aquecido. Um xarope de jardim romano.

Você poderá fazer seu licor de folhas de louro num processo totalmente doméstico, mas não banal. Exige paciência, discrição, e o tipo de atenção silenciosa que só certas avós e certos monges dominam. Aliás, não deixa de ser curioso: o famoso Chartreuse, licor francês que também é verde e misterioso, leva 130 plantas e só pode ser feito por monges cartuxos.

O Alloro, por sua vez, precisa apenas de quatro ingredientes — e de um pouco de fé em sabores que vêm das folhas. Ao abrir a garrafa, há um primeiro sopro: verde, resinoso, quase picante, como o interior de um tronco recém-cortado. O líquido escorre espesso no copo, com a lentidão de quem conhece o tempo. Há algo de mel e de pinho, de veludo...

Mas o Alloro é mais que sabor. É cultura líquida.

A Mitologia grega apresenta a sua versão para o surgimento do louro, uma tragédia grega que só eles poderiam criar: 

   Apolo e Dafne é uma pintura a óleo sobre painel de c. 1470–1480, atribuída a Piero del Pollaiuolo e/ou seu irmão Antonio ).

Era belo demais para caber no mundo — Apolo, o deus da beleza, o sol em forma de homem, com seus músculos longos e a altivez que só os deuses podiam ostentar sem rubor. Arrogante, julgava que só ele podia manejar o arco de prata, como se o gesto de mirar e ferir pertencesse apenas à luz, não ao desejo. Isso bastou para irritar Eros, o poderoso deus do amor, que conhece os atalhos do amor e da vingança (uma figura complexa, às vezes retratada como um jovem poderoso e perigoso, capaz de provocar caos entre deuses e mortais. O mesmo que os romanos infantilizaram e transformaram em Cupido – que passou a ser representado como um menino bochechudo, alado, com arco e flecha, mais associado ao amor romântico e brincalhão do que ao desejo avassalador que Eros podia inspirar). Com um leve dobrar da corda, Eros lançou de seu arco duas flechas: uma, dourada e ardente, fincou-se no peito de Apolo, inflamando-lhe um amor absoluto. A outra, fria e opaca, feriu Dafne — ninfa livre, filha do rio Peneu — e trouxe-lhe repulsa, um não que brotava das entranhas. E assim começou a dança trágica: ele correndo atrás, ela fugindo do que não queria sentir. Apolo, embriagado pela paixão, passa a persegui-la pela floresta como quem tenta agarrar um raio de sol com as mãos nuas. Dafne corre, corre até não poder mais, até a pele pedir por outra pele — não a do amante, mas a da árvore. Implora ao pai que a salve, e é atendida com dor: os pés enraízam, os braços se alongam em galhos, o corpo se cobre de casca e folhas. Ainda assim, Apolo a alcança — não a ninfa, mas a árvore que ela se tornou: o loureiro. E a abraça como quem não quer acordar do próprio delírio. Com mãos trêmulas, ele trança seus ramos em coroa. Se ela não podia mais ser sua amada, seria seu símbolo. O loureiro passaria a ornar sua fronte nos momentos de glória, nos palcos da guerra e da poesia, lembrando ao deus — e a nós — que até o desejo mais abrasador pode virar estátua, folha, memória.

A escultura "Apolo e Dafne", de Gian Lorenzo Bernini, é uma obra-prima do barroco italiano, criada entre 1622 e 1625

Essa metamorfose está eternizada em mármore na Galeria Borghese, em Roma. Bernini, com dedos de gênio barroco, capturou o instante da transformação, quando a carne ainda luta contra a casca e o amor, derrotado, se ajoelha diante da perda. 

Na Grécia e Roma Antigas, o louro era símbolo de conquista e glória. Os ganhadores Olímpicos eram presenteados com uma coroa de louros e comidinhas especiais (já tratei delas AQUI). Os césares romanos adornavam-se com coroas da planta porque acreditava-se naquela época que o louro afastava o raio — uma superstição tão elegante quanto a toga. 

Entre todos os homens que já se deixaram adornar por folhas de louro, poucos o fizeram com tanta solenidade — e talvez vaidade — quanto Caio Júlio César (100-44 a.C.). A tradição nos conta que, após feitos de coragem em terras da Ásia Menor, foi-lhe oferecida a corona civica, a coroa de folhas de louro. Mais que um simples ornamento, era símbolo de bravura: sinal de que o homem, por um instante, havia se elevado acima dos outros.

Mas César, como era seu estilo, não se contentou com o gesto. Recebeu a coroa — e, dizem, passou a usá-la com frequência, mesmo fora das cerimônias. Aos poucos, ela veio acompanhada de um manto. Depois, um cetro. E então, claro, o resto da história: a auréola simbólica tornando-se uma espécie de trono ambulante.

Talvez fosse calvície. Talvez fosse destino. Talvez apenas a consciência de que alguns homens, uma vez laureados, sentem-se autorizados a não mais descer do pódio. Mas há algo de deliciosamente teatral nesse movimento. A folha de louro, que nasce leve, aromática, quase ingênua, acabou coroando o maior dos estrategistas romanos — e também, talvez, um dos primeiros a confundir glória com permanência.



No Renascimento, era em que as ideias vestiam brocados e os versos tinham o peso do ouro, era comum que poetas fossem coroados com folhas de louro — não apenas por vaidade estética, mas porque o louro, então, dizia algo que palavras não conseguiam. Era a coroa dos eleitos, dos que haviam atravessado as chamas da linguagem e voltado com algo belo para dizer. Ser ‘laureado’ era ser, de alguma forma, consagrado.

O simbolismo não parava por aí. O próprio termo ‘Bacharelado’, que hoje sobrevive em pergaminhos e cerimônias escolares com toga, vem do latim baccalaureatus — uma junção simbólica de bacca lauri, ou ‘baga de louro’. E antes disso, baccalarius: o jovem que aspira, que pertence a algo maior, seja uma guilda, uma irmandade ou uma universidade. A baga, o fruto da árvore nobre, torna-se metáfora do esforço que floresce, da aprendizagem que vinga. A língua sabia, desde cedo, o que hoje esquecemos nos discursos protocolares.

É do louro, também, que brotam expressões como ‘poeta laureado’ e sua irmã menos gloriosa: ‘descansar sobre os louros’ — que não significa repouso merecido, mas um tipo de resignação disfarçada de prestígio. Como se a glória pudesse ser armazenada como vinho, e ainda assim não azedasse com o tempo. Já ‘olhar para os louros’, esse sim é gesto mais nobre: usar as conquistas passadas como farol, não como sofá.

O que é extraordinário é que tudo isso — os títulos, as metáforas, os troféus invisíveis — floresceu a partir de uma folha aromática, de bordas onduladas e aroma resinoso, que hoje repousa quieta em nossas panelas ou boia, esquecida, no fundo de uma sopa. Ainda assim, ela persiste. No gosto. Na língua. E, quem sabe, em nós.Proust encontrou o tempo nas famosas madalenas – um tipo de bolinhos amanteigados. Talvez encontrasse o esquecimento num gole de Alloro. Ambos exigem o mesmo: recolhimento, silêncio e uma certa disposição para sentir o que se esconde nos detalhes.

Os poetas laureados — laureati — deviam seus louros não apenas à glória, mas à crença de que a planta lhes inspirava palavras. Talvez ainda inspire, quando transformada em licor e bebida à meia-luz.

E então veio Napoleão. 

Como muitos antes dele — e mais ainda depois —, entendeu que símbolos falam uma língua mais profunda que palavras. Entre todos, escolheu um dos mais antigos: a coroa de louros. Não por acaso. Ele sabia o que fazia. A folha de Apolo, o emblema dos poetas e dos generais invictos, agora seria sua também. 

                                     Napoleão I vestido coroado (1805), de François Gerard.

Quando se auto-coroou imperador, em 1804, o gesto foi milimetricamente pensado. A coroa que colocou sobre a própria cabeça, feita de ouro e modelada na forma das folhas clássicas do louro grego, era mais que um acessório régio: era uma mensagem ao mundo — e à eternidade. A herança romana estava sendo reivindicada, não como lembrança, mas como continuidade. Napoleão não queria apenas reinar: queria inscrever seu nome no mesmo mármore em que estavam os Césares. 

Como César, teve sua cabeça eternizada em bustos e moedas, sempre com a coroa de folhas de louro — desta vez, não colhidas do campo, mas cunhadas a fogo e império. A glória, afinal, precisava ser visível. Tangível. Durável. 

E se há algo de pungente nessa imagem — um homem coroando a si mesmo com os emblemas da vitória antiga —, talvez seja porque, como os licores macerados em silêncio, os gestos simbólicos carregam aromas que só o tempo revela por completo. O louro, ali, era mais que coroa: era o perfume da história que ele queria fazer sua.

Há algo de silenciosamente cerimonial no modo como o motivo da folha de louro se insinua pela arquitetura — em frisos, colunas, molduras e frontões — como se a própria pedra houvesse decidido lembrar ao tempo quem são seus vencedores. Não grita. Não precisa. Sua elegância está justamente na forma como repousa, curvada em círculo perfeito, coroando não só cabeças de homens, mas os portais por onde eles entram e saem da história.

Incorporado às casas, aos palácios e às memórias, o louro é mais que ornamento: é uma ideia esculpida. Um lembrete verde (mesmo quando cinzelado em mármore ou bronze) de que o triunfo, quando verdadeiro, deve ser carregado com graça. 


A coroa circular, ecoando o infinito, fala de continuidade — não apenas do tempo, mas daquilo que persiste dentro dele: honra, arte, esforço. Mesmo em seu desenho mais mínimo, o arranjo das folhas — alternadas, cadenciadas, como uma respiração — traz consigo um sussurro de nobreza. 

Atemporal não por moda, mas por essência. O louro permanece porque carrega algo que nunca deixou de ser desejado: o reconhecimento silencioso. A marca invisível de que algo — ou alguém — chegou ao ápice e não precisou gritar por isso.

 

Hoje, o loureiro sobrevive em vasos domésticos e quintais mediterrâneos, muito mais afeito às panelas do que às batalhas. Ainda assim, conserva um certo prestígio, especialmente quando transformado em licor. O preparo é um ritual doméstico: as folhas frescas (e sim, precisam ser frescas, ou o licor parecerá uma calda de papel velho) são mergulhadas em álcool neutro, onde repousam por um mês como quem sonha em silêncio. O tempo, aqui, não é apenas espera: é coautor. É ele quem extrai do louro suas memórias antigas, sua dignidade aromática. É ele quem adoça o amargor da planta sem apagar sua força. Depois, de curtido o tempo e a alma revelada, uma calda de açúcar entra em cena e o líquido verde, agora com o brilho das coisas que fermentaram em segredo, está pronto para brindar.

É simples, sim, mas essa simplicidade exige atenção: nada de álcool comum de farmácia, que arruína o encanto com seu gosto de hospital e riscos de toxicidade. O ideal é usar álcool de cereais, quase sempre invisível ao paladar, mas perfeito para realçar os óleos essenciais do louro. Na Itália, compra-se álcool de 96% no supermercado como quem compra pão. No Brasil, a solução pode ser a cachaça branca — mas escolha uma de alma leve, sem o calor agressivo que destrói perfumes delicados. Ou, claro, uma boa vodca, embora ela sempre pareça um pouco deslocada entre folhas mediterrâneas.

É curioso como certas folhas, quando esquecidas no fundo de uma gaveta ou mesmo na terra, secam e somem. Mas quando mergulhadas em álcool e cuidado, transformam-se em algo que dura. Como amizades velhas. Como certas histórias que resistem ao tempo — líquidas, discretas, memoráveis.

E se você, como eu, vive em um lugar onde as folhas de louro ainda podem ser encontradas frescas — nas feiras, nos bons mercados, talvez até no quintal de uma vizinha esquecida da sorte que tem — então, não há mais desculpa. Faça seu Alloro. Guarde em frascos bonitos. Ofereça com modéstia, como quem não quer impressionar, mas sabe que impressionará mesmo assim.

Porque há algo profundamente comovente em encerrar uma refeição com uma bebida feita por suas próprias mãos, extraída do verde que cresce sob o sol e que pode ser guardado em vidro. Um lembrete de que o fim do jantar pode ser, também, o começo de uma boa história.

 Allorino, ou Liquore di Alloro, ou Licor de Folha de Louro

Rende cerca de 1 a 1,5 litros

60 folhas de louro frescas (algumas a mais ou a menos são suficientes)

500 ml de álcool 96% ou 700 ml de vodca

400 g de açúcar refinado ou granulado

500ml de água filtrada

 

Preparo: Lave e seque as folhas de louro. Coloque em uma tigela ou em um recipiente grande de vidro. Despeje o álcool, mexa, cubra frouxamente e deixe macerar em temperatura ambiente. Esqueça por pelo menos 2 semanas. Um mês é melhor. Com o passar dos dias, o álcool realça a cor e o sabor das folhas de louro. Verifique ocasionalmente e admire, as folhas de louro vão perdendo a cor verde dela – um sinal de que o seu preparado está no caminho certo. Depois que a mistura de álcool já estiver na cor verde que desejar – lembre-se quanto menos tempo elas curtindo menos verde ficará – você deve preparar a calda. Aqueça o açúcar com 500 ml de água, mexendo frequentemente, até que o açúcar esteja completamente dissolvido. Deixe esfriar. Coe as folhas de louro do álcool e misture com a calda de açúcar. Transfira para uma(s) garrafa(s) esterilizada(s). Feche bem e guarde em local fresco por mais uma ou duas semanas. E já está pronto para beber com todos os seus aromas.

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