O
solstício de verão nada mais é que o momento em que o Sol está em seu ápice,
encontrando-se no seu ponto mais alto e de maior brilho. Esse momento era
celebrado pelos antigos celtas e druidas – que o entendiam como “O meio de
verão” – e representa além da abundância e plenitude no ano, fertilidade da
Terra, e lhe deram o nome de Litha.
O
Litha (pronuncia-se “líta”), é celebrado por volta de 22 de dezembro no
hemisfério Sul e por volta de 22 de junho no hemisfério Norte, mas pode variar
dependendo do calendário. Isso significa que pode ser realizado de 21 a 23 nos
meses citados. Mas o certo é que este dia, é o dia mais longo do ano, e
representa o declínio do Deus Sol. A partir deste dia, os dias vão ficando cada
vez mais curtos, até chegarem ao ápice da escuridão no solstício de inverno.
Por isso o solstício de verão era o marco que assinalava o início da metade
escura do ano, ao contrário do solstício de inverno.
O
solstício de verão é tanto um festival de fogo quanto um festival da água; o
fogo sendo um aspecto do Deus e a água um aspecto da Deusa. O festival
desenvolveu-se menos e tardiamente nos países celtas, pois estes não eram
originalmente de orientação solar. Muitos dos costumes sobreviveram até os
tempos modernos, como rolar colina abaixo uma roda pegando fogo. Como acontece em
Beltane e em Samhaim, a fogueira é destituída de grande poder mágico. A Deusa e
o Deus estão no êxtase de sua união e vemos a Natureza cheia de frutos e flores
belos. É o ápice do amor passional entre ambos; a Deusa reina como a Rainha do
Verão e o Deus aproveita seu auge, pois depois começará o seu declínio até
renascer no inverno.
O
momento do Litha relembra que o Sol está com seu poder no auge, mas a partir
daí começa a decair, assim como ciclos na nossa vida onde Vida e morte fazem
parte de todos os aspectos na Natureza e em nossas vidas.
Nesta
festividade o fogo é um aspecto central do festival do solstício de verão,
assim como é em Beltane. Mas o caldeirão também é usado neste sabá, cheio de
água, para representar a abundância da Deusa, e também nos remeter ao caldeirão
de Cerridwen – a deusa tríplice. Outros povos antigos também festejavam a
abundância do verão com festivais semelhantes: Vestália (Roma), Dia dos Casais
(Grécia), Festa de Epona (País de Gales), Thing-Tide (Escandinávia), Alban
Heflin (tradição anglo-saxã) ou a Dança do Sol (nativos norte-americanos).
È justamente pela existência dos solstícios
que existem os trópicos de Câncer e Capricórnio: no solstício de verão no
hemisfério Sul, os raios solares incidem perpendicularmente à terra na linha do
Trópico de Capricórnio. No solstício de inverno, ocorre a mesma coisa no
Trópico de Câncer. E por conta deles alguns costumes antigos resistiram ao
tempo até nossos dias, como: na Europa, na américa hispânica e no Brasil as
celebrações deste sabá (Litha) foram absorvidas pela festa cristã de São João,
cujo nome originou-se da erva usada com fins curativos e mágicos, como proteção
ou para proporcionar sonhos e presságios.
As
homenagens aos seres da Natureza ou às divindades naturais também foram
substituídas pelas populares e folclóricas festas juninas, com danças animadas
e comida farta para agradecer pela boa colheita.
Antigamente,
os casamentos eram celebrados em junho para garantir-se a fertilidade, sendo
esta uma data muito propícia, embora diferente de Beltane, que era reservada
aos ritos de fertilidade e ao Casamento Sagrado das divindades.
E,
se estamos em junho, só pode significar uma coisa: muito sol, noites quentes e
festas animadas para celebrar o Dia de São João – onde se comemora a noite mais
curta no dia mais longo do ano.
Já
tratei de algumas tradições juninas AQUI , AQUI e AQUI. Por isso, hoje resolvi tratar de um
pouco mais de história e apresentar uma especialidade espanhola para esta
época, onde as fogueiras de São João brilham na noite escura, e que para as
antigas tradições significam o fornecimento da força do sol, que a partir de
Litha começam a perder o poder, com os dias cada vez mais curtos e as noites
mais longas.
A
coca San Juan (Cuca de São João) é um dos doces catalães mais conhecidos do
mundo e um dos pratos mais tradicionais do Mediterrâneo. A história de sua
origem é pouco conhecida, e já traz no nome a influência de outras culturas:
'Coca' (em Occitano ‘Còca’) é termo de raízes holandesas; vem da palavra 'kok'
da palavra 'Kuchen', que significa uma espécie de bolo. No entanto, explicações
para esta relação não se encontram disponíveis pela internet nem nos livros.
Sabe-se
que a Coca de San Juan é muito procurada nesta época do ano onde se consomem
até 1,6 milhões desses doces na região espanhola da Catalunha. Como outros
pratos típicos da Catalunha, a invenção da 'Coca' talvez tenha nascido da
necessidade de aproveitar a massa restante da feitura de pães. Quem inventou o
doce adicionando uma boa quantidade de açúcar na massa do pão – e
posteriormente acrescentaram frutas e recheio de creme.
Os
ingredientes básicos desta sobremesa são: farinha, açúcar, sal, fermento em pó,
raspas de limão, manteiga, leite ou água (você decide, mas não ambos), frutas
cristalizadas e castanhas ou pinolis.
Coca de San Juan
250g
de farinha de trigo
100g
de açúcar
100 g
de manteiga.
2 ovos
20g de
fermento para pão em pó.
½
xícara de leite ( ou de água)
½
casca de limão ralado
Pinolis
(ou a castanha que preferir)
Frutas
cristalizadas variadas
Preparo: Em uma tigela e
adicione a farinha, o açúcar, os ovos, o sal, o fermento em pó, raspas de limão
e manteiga. Misturar bem com as mãos até a misturar ficar homogênea, sem grumos
e desgrudar das mãos. Isto feito, estique a massa no formato que desejar, mas a
massa deve ter a espessura de um centímetro. Pincele com ovo batido, adicione
pedaços de frutas cristalizadas por cima da massa e deixe descansar até dobrar
de volume. Depois de crescida adicione as castanhas, ou qualquer tipo de nozes
que você tiver, polvilhe com açúcar por cima e leve ao forno para assar por 20
minutos a 180 ° C. Depois de assada,
deixe esfriar para servir.
Obs.: caso deseje, abra a
coca ao meio e recheie com creme de confeiteiro, polvilhe com açúcar e passe o
maçarico por cima para formar um caramelo; depois, tampe com a parte de cima da
massa e sirva.
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