Há
quem não goste do Natal. Mas eu amo essa estação. Os aromas de dezembro, para
mim, cheiram as especiarias, a criatividade, ao carinho com a comida. E o mais
legal é ver as comidas “vestidas pra festa”.
Pensando
nisso resolvi deixar hoje uma dessas sobremesas espetaculares para abrilhantar
suas festas de fim de ano. Hoje, trataremos do Zuccoto, mas ele virá ‘vestido
para o Natal’ – se você for aquela pessoa que gosta d meter a mão na massa e
preparar tudo clica nos links ao lado e terá a histórias e as receitas do
Pandoro (AQUI) e do Panetone (AQUI), pois já tratei delas anteriormente.
No
entanto, para apresentar um Zuccotto natalino, preciso antes mencionar como
tudo começou. O
Zuccotto tem origem na aristocracia florentinas, onde se tornou um doce
precioso para representar Florença, cidade símbolo do Renascimento e um dos
destinos turísticos mais populares da Itália – e tronou-se o Zuccotto
Fiorentino.
No
final da Renascença quando os Médici eram uma das famílias mais poderosas da
Europa, a então rainha da França Catarina de Médici, neta de Lorenzo, o
Magnífico, para comemorar a chegada de embaixadores espanhóis, solicitou uma
sobremesa para um banquete sumptuoso: a pessoa que foi convidada a criar o doce
foi Bernardo Buontalenti, um dos maiores artistas e intelectuais da segunda
metade do século XVI (mesmo a quem
alguns pesquisadores citam como sendo o lendário criador do gelato semifreddo).
O artista deu vida a um semifreddo que no início era chamado de "Elmo di
Caterina". Ao que consta, o primeiro doce deste tipo foi feito dentro de
um pequeno capacete em uso para a infantaria àquela época: o zuccotto. A partir
disso surgiu o nome para a sobremesa que resiste ao tempo
Quando
o Zuccotto surgiu era um doce diferente do que nós apreciamos hoje, a base era
feita de queijo cottage, grué de cacau (o que hoje se conhece como nibs),
frutas cítricas cristalizadas, que recheavam um Pan de Espanha ( pão de ló) coberto com o licor alchermes que lhe dava
uma cor vermelha profunda. E só na década de 1930 o Zuccotto foi redescoberto,
mas com variações projetadas para atender os novos gostos do século XX.
O
termo Zuccotto, o nome dado a esta sobremesa, significa "abóbora
pequena" em italiano. Acredita-se que a ideia da apresentação tenha sido
inspirada pelo "Duomo di Firenze", a catedral principal de Florença,
que tem uma cúpula. O nome real da catedral é "Basílica de Santa Maria del
Fiore", mas os italianos tendem a se referir a qualquer catedral
"Duomo” tantas são as construções com grandes cúpulas naquele país.
Quem
sabe, você se anima, e resolve testar essa receita para sua ceia de Natal
usando pães/bolo tradicionais natalinos como o Pandoro e o Panetone? O processo
é fácil, não leva muito tempo no preparo, mas requer, pelo menos, três horas na
geladeira para ficar no ponto de desenformar sem quebrar. Que tal mostrar para
seus convidados que você pode ser ‘arquiteto (a) da cozinha?
Abaixo
segue duas receitas para a sua diversão. Fico por aqui, desejando um feliz
natal para todos, com votos de muito amor e carinho. Divirtam-se e estejam
abertos para o Espírito Natalino.
Ingredientes:
200
gramas de Pandoro avançada
500 gramas
de mascarpone
100
gramas de chocolate meio amargo derretido
200g
de Gotas de chocolate
Pó de
cacau em pó
Uma
folha de gelatina
Café
frio o suficiente para umedecer o pandoro ou o panetone
300g
de Chocolate derretido para cobrir
Preparo: Derreta o chocolate em
banho-maria e adicione gradualmente o mascarpone. creme junte a folha de
gelatina previamente amolecida em água fria e bem espremida e misture todos os
ingredientes até a gelatina ficar bem incorporada.Forrar com filme plástico a
tigela que vai ser usada para fazer o zucotto, passar as 300g de chocolate derretido em toda a forma para formar uma casca e deixar na geladeira para secar, em seguida retirar da geladeira e ir encaixando fatias de Pandoro ou Panetone de cerca de 2 cm de
espessura, molhadas levemente com café frio. Prepare o creme misturando as 100g de chocolate derretido com o mascarpone e as gotas de chocolate (se preferir, faça uma brincadeira use metade do mascarpone só com as gotas de chocolate e o restante você mistura com o chocolate, para ter duas cores quando partir a sobremesa, como vê na foto). o creme dever ser colocado todo em seguida preenchendo todo o espaço da tigela que já
está forrada. Cubra com restante de pandoro molhado no café, embrulhe no filme
plástico e leve a geladeira por pelo menos 3 horas antes de servir. Na hora de
servir, abra retire o plástico, vire o doce de cabeça pra baixo em cima do
prato que será servido, decore com cacau em pó.
300 g
de queijo cottage
150 g
de açúcar em pó
70 g
de limão e laranja cristalizados
50 g
de amêndoas e nozes picadas (ou avelãs)
70 g
de nibs de cacau
30 g
de cacau em pó
Licor
Alchermes o suficiente
Preparo: Forre um molde na
forma de cúpula com filme plástico, em seguida forre com fatias do pan di
Spagna (ou do pão de ló) e em seguida umedeça cada fatia com alchermes (se
preferir, dilua com um pouco de água) ele vai absorver o licor e ficar
vermelhinho. A parte, misture o queijo, com o açúcar, as frutas cristalizadas,
nozes, amêndoas, os nibs de cacau e o cacau em pó (esse aqui pode ser
opcional), em seguida, colocar no molde. Adicionar as fatias de pão de ló por
cima do creme para cobrir todo, umedecer com o alchermes, embrulhar no filme
plástico e levar a geladeira por três horas. Na hora de servir, retirar o filme
plástico, desenformar e decorar a gosto.
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