Eu
estava aqui ouvindo a música do Criolo, 'Fermento pra massa' (inclui o audio no final dessa postagem), e rememorando meu livro de receitas do Fermento em Pó Royal,
chamava Receitão, mas era um livreto fininho, retangular, que cabia na palma da
mão. Foi com ele que aprendi a preparar bolinhos de arroz deliciosos, quando eu
ainda era uma criança... Hoje em dia, com a internet, são raras as empresas que
ainda distribuem livros de receitas impressos para os consumidores – a desculpa
é a praticidade, preparam livretos que ficam disponíveis on line. Mas eu
confesso que adoro um livrinho impresso, seja ele de receitas ou não.
Ocorre
que nos anos 80 e 90, essa era uma prática bastante comum e que já vinha de
décadas anteriores. Queria ter esse meu livretinho aqui para mostrar a vocês,
mas ele se foi... embora eu cuide bem dos meus livros, esse foi um dos que
sumiu das minhas vistas...
Me
peguei refletindo agorinha mesmo: quem fica pensando em fermento em pó com
tanta coisa acontecendo no mundo? Pra ter resposta fui para a internet.
Descobri que a historiadora da alimentação Linda Civitello, em algum momento,
também pensou em fermento em pó – assim como eu –, a diferença é que isso lhe
rendeu um livro chamado “Baking Powder Wars: The Cutthroat Food Fight that
Revolutionized Cooking”, que em português soaria como ‘As Guerras do
fermento em Pó: a briga de comida cruel que revolucionou a culinária’. Fui espreitar
mais sobre o livro e fiquei ainda mais curioso pra saber mais a esse
respeito... e, agora, divido o que aprendi aqui, com vocês.
Esse
danadinho do fermento em pó, é um humilde e quase invisível item na cozinha,
geralmente não costuma ser confundido com bicarbonato de sódio, mas é
responsável por você não levar horas em processos de fermentação nas suas
receitas.
Seguramente,
a invenção do fermento em pó foi um divisor de águas, uma criação que economiza
muito trabalho e eliminava a necessidade de manter o cultivo do seu próprio
fermento e, assim, tornar possível que apenas com a abertura de uma latinha, ou
rasgando um pacotinho, lhe permitir criar todo tipo de guloseimas deliciosas,
de biscoitos modernos, bolo de aniversário complexos e até bons pães.
Antes
de fermento em pó, você estaria fadado a passar muitas horas esperando a ação
da fermentação para ter bons resultados nas suas preparações. Se você quisesse
que seu bolo ficasse fofo e suave, em vez de denso e solado, você precisaria
fazer um trabalho sério para fazê-lo crescer.
Durante
a maior parte da história da humanidade, o principal agente de crescimento tem
sido o fermento. À medida que esses pequenos fungos crescem e se dividem, eles
respiram oxigênio e liberam dióxido de carbono, como nós. Misture-os em massas
e eles acabarão preenchendo-as com as conhecidas bolhas de dióxido de carbono
que fazem os produtos de panificação subirem - um processo conhecido como
fermentação.
No
século XVIII e antes, a maioria das preparações de forno que necessitavam de
fermentação eram ditadas pelos delicados caprichos da respiração do fermento –
isso não se refere a fermento seco ou fermento fresco das novidades comerciais.
Primeiro você tinha que fazer o fermento, deixando fermentar frutas, verduras
ou grãos. Depois de fazer isso, seu agente em ascensão suado ainda poderia ser
morto ou enfraquecido por temperaturas muito quentes ou muito frias, ou sofrer
contaminação por bactérias – por isso, muitas receitas iniciais recomendam a
ajuda de um servo. Então o que mudou? Em uma frase, fermento em pó. Sem essa
substância branca milagrosa, literalmente não teríamos bolo como o conhecemos
agora.
Aí,
me surgiu outro questionamento: como alguém que pesquisa e prepara comidas, e
que usa fermentos em algumas delas, não tem noção nem certeza do que compõe o
fermento em pó que consume? No meu caso, quando aprendi a usar fermento nas
receitas ainda na infância, não sabia o que diferenciava o antigo fermento em
pó de antes do que consumo hoje. E assim como eu, muita gente talvez nem saiba
que ‘coisa é essa’ que faz as receitas crescerem e se tornarem
melhores(certo?). Algumas pessoas pensam que fermento em pó é bicarbonato de
sódio, outras nem sabem que relação eles têm.
É
necessário informar aqui que o fermento em pó é um fermento químico, que é
diferente do fermento original que são organismos vivos. O fermento em pó é
mais uma invenção norte-americana, uma criação que serve de atalho para deixar
as coisas mais fáceis e práticas. É uma substancia praticamente infalível,
quando não está com validade vencida, pois não depende dos caprichos do clima,
temperatura ou habilidade do cozinheiro. Portanto, é um torna-se um atalho
democrático, mas trata-se de fermentação química.
Antes da invenção do fermento em pó, quando se
escolhia uma preparação que levava fermento na composição o processo poderia
ser demorado ao extremo principalmente se você desejasse ter produções em
quantidade: gastava-se horas na feitura do fermento, horas no preparo, mais
horas para receitas que necessitam de segunda e terceira fermentações para
desenvolver a massa, e mais horas para que asasse. E, ainda tinha que assar em
fornos com temperaturas corretas. Mas imagine, em tempos em que os fornos eram
de barro, de tijolos, sem controle de temperatura como os que hoje existem nos
fogões de nossas casas. Ah, e ainda precisavam cuidar das cincas... era uma
trabalheira. E, mesmo assim, saiam coisas deliciosas (às vezes não).
O
protótipo do fermento em pó está registrado em 1796, no “American Cookery”
de Amelia Simmons, que é o primeiro livro de receitas escrito por um americano
publicado na América. Antes disso, tinha-se livros de receitas escritos na
Inglaterra e em outras partes da Europa.
No
século XVIII, os padeiros americanos já estavam experimentando maneiras menos
intensas de mão-de-obra para fazer as ‘coisas subirem’. Além de incluir ar aos
ovos (batendo em espumas e usando claras em neve, eles costumavam usar pearlash,
ou potassa, é esse o registro que aparece no primeiro livro de receitas
americano, o American Cookery, em 1796. Feito de cinzas de lixívia e
madeira, ou amônia de padeiro, o pearlash consistia principalmente de
carbonato de potássio, que também produz dióxido de carbono de maneira rápida e
confiável. Mas esse agente era difícil em usar, por ser cáustico e geralmente
fedido.
Em
1846, a introdução do bicarbonato de sódio, um sal que pode reagir com um ácido
para criar dióxido de carbono, facilitou as coisas. Mas o bicarbonato de sódio
ainda precisava ser misturado com um ácido. Por ser barato e amplamente
disponível, os padeiros costumavam usar leite azedo – por esse motivo você
encontra o uso de leitelho (buttermilk) em muitas receitas do Sul dos
estados Unidos até hoje. O leitelho é o liquido que sobra do batimento da
manteiga, tem uma acidez e azedume característico no cheiro que dão o
diferencial nas preparações. É muito comum em lugares de climas quentes como os
Bálcãs, o sul da Ásia, o Oriente Médio e o Sul dos Estados Unidos – e quando
não se tem o leitelho original você pode prepara um ‘falso’ com apenas leite e
suco de limão ou vinagre. O que importa é a reação química que isso vai
contribuir na receita. É justamente esse processo, essa reação química, que
precisava acontecer e ser controlada: naquele tempo era mais difícil de saber o
quão ácido era um leitelho, o que significava que era difícil saber quanto
bicarbonato de sódio usar ou por quanto se deveria assar a preparação para
obter um resultado perfeito.
Aqui,
vou me permitir fazer um adendo para falar do uso de um processo curioso de
fermentação que me deparei aqui no meu Estado e que vai de encontro a um dado
histórico que acusa que as algumas donas de casa norte americanas faziam a
adição de sais para obter fermentação. Logo, era comum tê-las cheirando os sais
para saber qual usar. Ninguém hoje diria, oh, eu vou entrar no meu armário de
remédios aqui e ver o que posso adicionar neste bolo.
Então,
aqui no Ceará, meu estado e que se encontra no nordeste brasileiro, era muito
comum o uso de tabletes de Sonrisal (bicarbonato de sódio, carbonato de sódio e
ácido cítrico) no preparo de bolos. Essa é uma prática antiga, bastante
presente nos interiores, onde nem sempre se tinha uma vendinha por perto.
Um
exemplo famoso desse uso, é um bolo com banana bastante famoso encontrado na,
internacionalmente famosa, praia de Jericoacoara onde a boleira prepara a massa
usando Sonrisal, e há filas de comensais para degustar aquela preparação.
Muitos dos comensais só saberiam desse detalhe diferencial quando os moradores
locais acabam confessando o segredo em conversas.
Parece
piada, eu sei, mas não é. E não é tão ultrajante quanto parece, porque na
Alemanha alguns alemães usavam hartshorn, que é amônia. A amônia tem
propriedades leves de fermentação. É um sal volátil, mas tem cheiro forte,
fedido. O problema da amônia para assar é justamente ela ser amônia. Se você
não acertar na precisão da dosagem isso deixará um gosto de amônia e um cheiro
de urina. É por isso que agora é geralmente usado apenas em pequenas coisas
nítidas, porque evapora rapidamente. Se você tem algo denso e rico em gordura
que mantém o sabor e o aroma, e se não cozinhar completamente, sua cozinha vai
cheirar a urina, e isto é um problema.
O
primeiro produto semelhante ao fermento em pó foi criado pelo químico inglês
Alfred Bird, no final da década de 1840, o Cremor Tártaro, um pó ácido composto
de bitartarato de potássio, e bicarbonato de sódio, mantendo os dois separados
até que fossem utilizados, para que não reagissem muito cedo. Infelizmente, o
cremor tártaro era um subproduto caro da produção de vinho que precisava ser
importado da Europa, o que significava estar fora do alcance de muitos
americanos mais pobres.
Em
1856, a necessidade de uma alternativa viável levou um jovem químico Eben
Norton Horsford a criar e patentear o primeiro fermento em pó moderno. Horsford
trabalhou em um momento em que a química estava apenas começando a ser
considerada um campo respeitado e acabou criando o primeiro laboratório de
química moderna nos Estados Unidos na Universidade de Harvard. Ao ferver os
ossos dos animais para extrair fosfato monocálcico, Horsford desenvolveu um
composto ácido que poderia reagir com o bicarbonato de sódio para criar as
bolhas desejáveis de CO2 - foi realmente o primeiro produto químico e abriu as
comportas para o uso de produtos químicos em alimentos.
Mais
tarde, Horsford teve a ideia de juntar os dois em um mesmo recipiente. A água
os ativava, então ele os misturou com amido de milho para absorver o excesso de
umidade e impedir que eles reagissem prematuramente. Agora, em vez de comprar
dois ingredientes separados na farmácia (onde os produtos químicos eram
vendidos na época) e ter que medir com precisão cada um deles, os possíveis
padeiros e confeiteiros poderiam pegar um recipiente da prateleira do
supermercado e estar prontos para levar para casa e usar.
Na
década de 1880, a empresa de Horsford mudou para a mineração do fosfato
monocálcico, em vez de extraí-lo dos ossos fervidos, porque era mais barato.
Comercializado sob o nome "Rumford" (nomeado com nome do Conde
Rumford, que era o benfeitor de Horsford enquanto ele era professor em
Harvard), o fermento ainda é vendido hoje na mesma formulação.
Mas
Rumford não ficou sozinho por muito tempo na indústria de fermento em pó. A
empresa Royal Baking Powder rapidamente aproveitou o tradicional cremor tártaro
usado ad hoc pelas donas de casa, enquanto as empresas Calumet e Clabber Girl
pretendiam ser mais modernas usando o fosfato de alumínio e sódio ácido
(alúmen), que era mais barato e muito mais forte do que outros ácidos de
fermento em pó. Centenas de pequenos fabricantes surgiram em todo o país e, no
final do século XIX, a indústria de fermento em pó valia milhões de dólares.
Vemos
experimentações até 1900 e mesmo depois disso, as pessoas estavam produzindo
seus próprios pós de panificação, em pequenos lotes em pequenos locais nos
Estados Unidos. Deste modo, haviam 543 empresas de fermento em pó nos Estados
Unidos. Muitos dessas seriam como se você tivesse em pouca quantidade para
muitos supermercados. E, se você estivesse perto de ferrovias que podia trazer
esses minerais, tudo o que você precisava eram algumas latas - até então
tinha-se um bom alumínio -, um rótulo e você poderia ter seu próprio rótulo de
fermento em pó.
Aqui
começa a fazer sentido o termo cruel mencionado no título do livro de Linda: a
competição cruel dos fermentos em pó. Sempre houve concorrência em todas as
áreas. Ainda existe! Espionagem industrial e truques sujos não são novidade.
Mas no século XIX, uma das maiores competições ocorreu entre as antigas formas
artesanais de fazer alimentos e a nova maneira industrial, que era mais barata,
mais rápida e possuía economias de escala que você não possuía com produtos
artesanais.
A
guerra já estava acontecendo, por exemplo, com o chocolate. Você tinha o novo
processo industrial e empresas mais antigas, como a Cadbury, que disseram que
seu chocolate era puro, como o Royal Baking Powder, esse é o nome original do
pó royal, também afirmava que era. Se você está no caminho da pureza, se está
dizendo que todos esses outros chocolates ou pós de confeitaria que contêm
esses ingredientes não são puros, não pode ir e fazer você mesmo esse produto,
porque se comprometeu com o seu slogan. Tudo o que você pode fazer é combatê-lo
na publicidade. Inclusive, já fiz um post sobre A Guerra do Chocolate em pó que
você pode ler AQUI.
E
uma das maneiras pelas quais a publicidade se espalhava foi pela a existência
de milhares de jornais nos Estados Unidos. Você tinha pequenos jornais e, em
seguida, começa a receber revistas nacionais por volta de 1900 por causa,
novamente, das ferrovias. Centenas de páginas de publicidade em coisas como o
catálogo da Sears, o catálogo da Montgomery Ward, para que você estivesse
recebendo publicidade. Esses pequenos jornais locais não conseguiram se manter
apenas com as receitas locais, então recebiam receitas de empresas nacionais
como a Royal Baking Powder.
A
Manteiga foi outro caso notório nesse aspecto. Quando a margarina surgiu no
século XIX, a indústria de manteiga no estado de Nova York disse que não
queriam essa competição, que isso era veneno, uma coisa terrível e que não
poderia parecer manteiga. A margarina era branca - eles passaram a adicionar
corante para dar a aparência de manteiga – a concorrência queria que fosse
tingido de vermelho, roxo ou preto, ou alguma cor hedionda e nada apetitosa.
Então, as pessoas que usavam margarina, mesmo no início do século XX, vinha com
uma pequena cápsula que você misturava para que parecesse manteiga. Foi daí que
a competição acirrou. Você tinha vastas novas economias de produtos em escala e
o método artesanal. É claro que agora, vamos voltar, de várias maneiras, para
essas formas artesanais menores de fazer as coisas. Parece que há uma nova
“corrida do ouro” - eles estão inventando muitas coisas e se espalhando, mas, é
apenas uma luta enorme.
Certo,
certo! E como você está em uma economia laissez-faire, não há nenhuma agência
governamental ou algo do momento, no século XIX, que estivesse supervisionando
ou tivesse o poder de fazer qualquer coisa por publicidade ou impressão. Você
poderia fazer as reivindicações que desejasse com alerta direto. Você é o
comprador - depende de você. E, inversamente, se você tiver o dinheiro, poderá
comprar qualquer coisa. Um dos argumentos para você poder comprar qualquer tipo
de fermento em pó que você quisesse, desde que estivesse tudo bem com o
produto, você poderia usar o tipo de fermento que quisesse – houve uma época onde havia cocaína na Coca-Cola (VEJA AQUI) e heroína em remédio para tosse, mas como era legal, estava tudo bem... mas
tudo muda. Também é interessante você perceber que você obteria muito conteúdo
patrocinado antecipadamente. Todas essas empresas estavam fazendo seus próprios
livros de receitas exaltando as virtudes do fermento em pó.
Era
óbvio: você precisaria educar o público sobre como usar seu produto. Assim,
induziam as donas de casa pelos livros de receitas que distribuíam. E, ao mesmo
tempo, apresentavam receitas com ou sem fermento, e isso causava desconfiança
de algumas pessoas. As empresas de fermento em pó fariam demonstrações e iriam
de porta em porta demonstrando e entregando os livretos – o meu Receitão,
mencionado no início deste poste, pode servir como exemplo: uma amiga da escola
recebeu vários exemplares desse livretinho de alguém que ela conhecia que
trabalhava para a empresa distribuidora do pó royal, que pediu pra ela
distribuir. E ela fez isso, na escola, assim eu ganhei o meu. Um fato, muito
importante é a necessidade de você ensinar ao público como usar corretamente o
seu produto. Os livros de receitas distribuídos gratuitamente ou as recitas
patrocinadas em páginas de jornais e revistas eram uma maneira de fazer isso.
Apesar
disso, a maneira de assar com fermento não se adaptou imediatamente a essa nova
revolução, já que a maioria das receitas que as mulheres e os livros de
receitas existentes tinham eram construídas em torno da velha maneira de
combinar um ácido com um sal. As empresas de fermento em pó trabalharam para
mudar isso lançando seus próprios livros de receitas, que serviam como manuais
de marketing e instruções para seus produtos.veja detalhadamente um exemplo abaixo:
Alguns
desses livros de culinária são mantidos hoje nas coleções do Museu Nacional de
História Americana, parte do Instituto Smithsonian. Nessa mesma coleção,
remanescentes das feias guerras travadas na crescente indústria de fermento em
pó na virada do século XX. Como empresas de fermento em pó de alume como
Calumet e Clabber Girl conquistaram cada vez mais o mercado de fermento em pó,
o Royal Baking Powder, em particular, lutou para desacreditá-los.
Nos
anúncios, a o Pó Royal, que dispunha de cremor tártaro na sua composição,
explicitava seu slogan "absolutamente puro", pois além de seu produto
dispor de um ingrediente mais caro e de qualidade comprovada alegava, ao mesmo tempo,
que outros pós de cozimento eram prejudiciais para a saúde já que eles usavam
alume. Deste modo, a empresa mexeu com o medo do consumidor de alimentos
adulterados e iniciou lobby para proibir variedades de alume.
A
luta culminou em 1899, quando Royal conseguiu subornar a legislatura do
Missouri para aprovar uma lei que proibia a venda de todos os pós de cozimento
de alume naquele estado norte-americano. Durante seis anos de luta, milhões de
dólares em subornos foram pagos, dezenas de pessoas foram enviadas para a
cadeia por simplesmente vender fermento em pó, e a imprensa de forçagem forçou
a renúncia do vice-governador do estado.
Quando
os muckrakers da época descobriram, explodiu em um enorme escândalo - os
muckrakers eram jornalistas reformistas na Era Progressista nos Estados
Unidos, que expunham instituições e líderes estabelecidos como corruptos; e
eles geralmente tinham um grande público em revistas populares. Mesmo com a
revogação da proibição, os fabricantes de fermento em pó lutaram por décadas no
século XX por meio de batalhas publicitárias e intensas guerras de preços.
Eventualmente,
as empresas de fermento em pó de alume venceram, e Royal e Rumford foram
adquiridas pela Clabber Girl, deixando a Calumet como as empresas americanas
reinantes no mercado.
Você
não precisa procurar muito para notar que a hegemonia do fermento em pó
continua hoje: cozinheiros de todo o mundo o usam em tudo, de cupcakes a
crepes, muffins a madeleines, danishes a rosquinhas. O fato de você poder
encontrá-lo em todos os lugares diz algo sobre como ele foi adotado e aceito no
mundo gastronômico. E, para além das latinhas, caixinhas e pacotinhos de
fermento, hoje eles também podem vir adicionados á farinhas de trigo e a
misturas prontas para bolo. Então, agradeça à química e à ciência moderna que
você não é um daqueles primeiros cozinheiros antigos com trabalhos exaustivos
para comer um simples delicinha que leva fermento na composição.
A
receita de hoje vai ser uma das mais práticas e saborosas, encontradas nas
publicidades divulgadas em páginas de revistas.
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