No
meio desse isolamento social no qual vivemos, por causa da Covid19, acabei me
interessando por estudar a evolução das pandemias no mundo, desde a
antiguidade, na ambição de produzir um texto acadêmico que continua em processo
de investigação. Entre achados históricos curiosos, muitas histórias terríveis
por ações impensadas e por falta de conhecimento e tecnologias o mundo sofreu –
e continua sofrendo – com inimigos letais infectocontagiosos que aparecem de
tempos em tempos causando rebuliço nas sociedades e ceifando a vida de milhares
de pessoas. Com a existência de uma pandemia, tudo muda nas sociedades,
inclusive a maneira de comer e beber. Um reflexo disso é a medicalização da
alimentação, tão remota quanto o mais remoto dos tempos, onde o alimento torna-se
o medicamento, e vice e versa.
Analisando
cuidadosamente alguns casos onde a alimentação se transformou por conta da
pandemia acabei chegando a conclusão de que, existem algumas coincidências que
se repetem em tempos diferentes em lugares igualmente diferentes, uma dessas
coincidências eu trago a público agora; é o caso da gim-tônica: uma bebida que
serviu como medicamento numa época onde a febre amarela assombrava a vida
humana.
E
tudo começa com a quinina, já ouviu falar dela? A quinina é retirada de um arbusto
conhecido como Quina (Cinchona) típico das áreas tropicais da América, usado
como remédio contra a malária. É um alcaloide de gosto amargo que tem funções
antitérmicas, antimaláricas e analgésicas. A descoberta da quinina pelo
Ocidente data do final do século XVI e início do século XVII, durante a
conquista do Império Inca pelos espanhóis na região do Peru. Nessa época, os
invasores espanhóis tomaram conhecimento de uma árvore usada pelos índios para
curar febre.
Uma
lenda espanhola diz que um soldado, sofrendo de um acesso de malária no meio da
selva, bebeu a água amarronzada de uma pequena lagoa onde árvores de quinina
haviam caído. Ele então foi dormir, e quando acordou sua febre havia
desaparecido. O soldado concluiu que a água foi responsável pela cura e que ela
era um tipo de "chá" feito do tronco e casca das árvores embebidos na
água. Maravilhado, ele espalhou a notícia. Outra lenda conta que os índios
observavam que animais doentes bebiam água nas lagoas onde árvores de quinina
se encontravam.
Cinchona - ilustração do século XIX. |
Em
1633 um jesuíta chamado Padre Antonio de la Calancha descreveu as propriedades de cura da
árvore em seu livro Crônica Moralizada da Ordem de Santo Agostinho: "Uma árvore cresce, que eles chamam
de árvore da febre, na região de Loxa, cuja casca tem cor de canela. Quando
transformada em pó, juntando-se uma quantidade equivalente ao peso de duas
moedas de prata, e oferecida ao paciente como bebida, ela cura febre e ... tem
curado miraculosamente em Lima."
Jesuítas
no Peru começaram a utilizar a casca da árvore para prevenir e tratar malária. A
cinchona é uma árvore especial até para padrões amazônicos. Ou melhor: várias,
já que existem pelo menos 40 membros dentro desse gênero, plantas que são
parentes distantes dos cafeeiros. Elas têm entre 15 e 20 metros de altura e
crescem na área oriental da Cordilheira dos Andes – aquela que é voltada para o
Brasil e perto da nascente do Rio Amazonas.
Algumas
das árvores do gênero cinchona têm casca rica em quinina, uma molécula
alcaloide. O poder de cura de uma infusão da casca já era bem conhecido pelos
povos nativos. Com o desembarque dos conquistadores – e da malária – a quinina
foi logo escalada pelos andinos no tratamento contra a nova doença. E deu
certo.
Mais
de cem anos e várias gerações depois, o poder da quinina contra a malária já
era conhecimento comum nos Andes, mas a informação ainda não tinha viajado para
a Europa. É nesse ponto da história que entram uma lenda referente ao conde e a condessa de
Chinchón, um título da nobreza espanhola e que em 1630 era ocupado por Luis Jerónimo
de Cabrera, Vice-Rei do Peru. A
mulher dele, Ana de Osório (1599-1625), a primeira condessa de Chinchón, teve malária em 1638. Depois de tentarem todos os
remédios europeus disponíveis, sem sucesso, ela foi tratada com quinina por
recomendação de médicos e políticos locais, o que a salvou da morte.
Publicada
em 1663 por Sabastiano Bado, essa história não é verdadeira, pois Ana de Osório
morreu na Espanha três anos antes de seu marido ser nomeado Vice-rei do
Peru. mesmo assim, tal não foi o
impedimento para que no século XVIII, o botânico sueco Carolus Linnaeus
chamasse Cinchona spp. à árvore cuja casca era a base da produção de quinino,
usada no tratamento da malária. Dessa forma, o nome da condessa, que nunca foi
ao Peru, ficou ligado para sempre a esta plante, cujo nome vulgar é Quina.
Depois
de salvar a vida da condessa e impressionar o Vice-Rei, a quinina não era mais
um segredo do conhecimento andino. Era informação. Naquela década, a Companhia
de Jesus passou a usar a quinina no tratamento e até na prevenção da malária.
Alguns
anos depois, o padre Bartolomé Tafur levou cascas da cinchona para Roma. Não
demorou para a quinina conquistar o clero. E bastou a morte do Papa Inocêncio X
para que o poder da substância ficasse ainda mais evidente. “O conclave papal
de 1655 foi o primeiro em que não se registrou nenhuma morte por malária entre
os cardeais participantes. Logo os jesuítas começaram a importar grandes
quantidades de quina e a vendê-la por toda a Europa”, contam Penny Le Couteur e
Jay Burreson.
Em 1654 a casca peruana foi introduzida na
Inglaterra , onde para tornar esse ingrediente potável, os britânicos da Índia
do século XIX o misturaram com açúcar e água.
Apesar
de a fama da casca peruana ter se espalhado rapidamente, sua classificação
botânica permanecia desconhecida. Nenhum botânico havia publicado descrição ou
desenho da árvore da qual se originava, pois ela crescia somente em florestas
tropicais de difícil acesso, na região dos Andes.
Em
1735 um botânico francês chamado Joseph de Jussieu viajou à América do Sul, e
depois de muitas viagens descobriu e descreveu a árvore como sendo da família
Rubiaceae, ou família do café.
Em
1739, o taxonomista sueco Carolus Linnaeus batizou o gênero de Cinchona, um
anagrama do nome de uma condessa espanhola que, diz a lenda, foi curada pela
casca. Cinchona spp é como geralmente se definem as espécies produtoras de
quinina. É difícil a classificação devido à ocorrência de cerca de 40
variedades diferentes. O gênero com maior teor de quinina são C. ledgeriana e
C. officinalis.
Em
1820, os químicos franceses Joseph Pelletier e Joseph Caventou isolaram a
quinina das cascas de Cinchona e a identificaram como sendo um alcalóide. Só
muito mais tarde foi reconhecida como um alcaloide da classe dos quinolínicos.
A biossíntese da quinina envolve a condensação da triptamina e secologanina,
levando a estriquitosidina, posteriormente ao corinanteol e finalmente após
sucessivos rearranjos à quinina.
A exportação de cascas de Cinchona tornou-se um negócio lucrativo, pois os produtores de quinina dependiam de grandes demandas de cascas coletadas de árvores silvestres. Em 1880 a Colômbia sozinha exportou 6 milhões de libras para a Europa. O valor de exportação da casca de Cinchona era tão grande que Bolívia, Colômbia, Equador e Peru proibiram a exportação de sementes e plantas, em uma tentativa de manter o monopólio das exportações.
Cascas de Quina (Cinchona) |
A exportação de cascas de Cinchona tornou-se um negócio lucrativo, pois os produtores de quinina dependiam de grandes demandas de cascas coletadas de árvores silvestres. Em 1880 a Colômbia sozinha exportou 6 milhões de libras para a Europa. O valor de exportação da casca de Cinchona era tão grande que Bolívia, Colômbia, Equador e Peru proibiram a exportação de sementes e plantas, em uma tentativa de manter o monopólio das exportações.
Mas
a tentação de quebrar o monopólio latino-americano tornou-se irresistível. Em
1852, Justus Hasskarl, diretor de um Jardim Botânico holandês em Java, começou
secretamente a contrabandear sementes de Cinchona da América do Sul.
Entretanto, a quantidade de quinina contida nas cascas era muito pequena.
Claramente, a quantidade de alcaloides produzidos variava devido às inúmeras
variedades existentes. Uma segunda coleta de sementes seria necessária para
produzir uma indústria viável em Java.
Outra
oportunidade para estabelecer uma indústria de quinina holandesa surgiu com o
australiano Charles Ledger em 1861. Ledger havia tentado em várias ocasiões
coletar sementes de Cinchona, mas foi confundido pela diversidade do gênero -
existem 40 espécies e cada uma possui inúmeras variedades. As sementes que
Ledger vendia para o governo inglês continham quase nenhuma quinina. Ledger
acabou convencendo um índio Aymará, Manuel Incra, a contrabandear sementes de
uma espécie boliviana de Cinchona que, dizia-se, possuía grande quantidade de
quinina. Ledger voltou à Europa e tentou vender as sementes para o governo
inglês que, decepcionado com a pequena quantidade de quinina contida nas
árvores de Cinchona fornecidas por Ledger no passado, recusou-se a comprá-las.
A notícia chegou ao governo holandês, que pagou a quantia de 20 dólares pelas
sementes.
Enquanto
as árvores cresciam, o governo holandês espantava-se com a quantidade de
alcaloides contidos nas cascas, um recorde de 13%. Com o crescimento da
produção de variedades ricas em quinina em Java, o comércio de exportação na
América do Sul entrou em declínio. Em 1930 as plantações holandesas em Java
produziam 22 milhões de libras de casca, equivalente a 97% da quinina mundial.
Em
1940, durante a Segunda Guerra Mundial, o exército alemão apoderou-se de toda a
reserva de quinina da Europa quando invadiu Amsterdã. Quando os japoneses
invadiram a Indonésia em 1942 os EUA e seus aliados ficaram quase sem
fornecimentos de quinina.
Havia
uma pequena plantação de quinina nas Filipinas, mas esta também foi tomada
pelos japoneses algumas semanas depois da invasão de Java. Entretanto, o último
avião aliado a deixar as Filipinas, antes desta cair nas mãos dos japoneses,
levava uma preciosa carga: 4 milhões de sementes de Cinchona. Estas foram diretamente
para Maryland, EUA.
Depois
de germinadas, estas foram enviadas para a Costa Rica para serem plantadas.
Entretanto havia poucas esperanças de que estas plantas amadurecessem a tempo
de atender às necessidades de quinina na guerra. Mais de 600.000 soldados das
tropas americanas na África e Pacífico Sul haviam contraído malária, e a média
de mortalidade era de 10%.
A
falta de cascas de Cinchona tornara-se um problema sério. Poucas semanas depois
da captura das Filipinas, o botânico Raymond Fosberg recebeu a missão,
juntamente com outros botânicos americanos, de coletar novas espécies de
Cinchona na América do Sul e assegurar um carregamento de cascas para os EUA ,
estabelecendo plantações.
Para
assegurar a rapidez das coletas, os EUA mandaram grupos de pesquisa para
Colômbia, Equador, Peru e Bolívia. Durante estas expedições Fosberg e seus
colegas aprenderam muito a respeito da biologia da Cinchona.
Entre
1943 e 1944, Fosberg e seus colegas asseguraram 12,5 bilhões de libras de
cascas de Cinchona para os países aliados. Enquanto isso, químicos das forças
aliadas procuravam por substitutos da quinina, porém os fármacos sintéticos
antimaláricos não tinham a eficácia da quinina, além de produzir efeitos
desagradáveis como náuseas, diarreia, e amarelamento da pele.
Entende-se
que o Gim-tônica se originou no exército da Companhia Britânica das Índias
Orientais como a única maneira de fazer com que os soldados consumissem limões
/limas (para a prevenção do escorbuto) e quinino (para evitar a malária). É
conhecido a partir de referências de meados do século XIX, embora, em 1883,
Hugh Wilkinson em suas terras e mares ensolarados: uma viagem na SS. 'Ceilão'
tinha que explicar o que era um 'gin-tônica'.
Definitivamente
conhecido por esse nome apenas desde uma referência no artigo 'A Morning With a
Bobbery Pack' reproduzida em vários jornais e revistas de 1882: "Estávamos
bebendo gim e tônica sob a velha árvore no maidan de Calcutá, depois de um jogo
muito disputado no pólo."
Surpreendentemente, o termo atual 'gim e tônico' não parece aparecer na ficção antes de 'Right Ho, Jeeves ', de PG Wodehouse em 1922, embora' Gin and Bitters 'seja conhecido pelo menos em um artigo de' The Reading Mercury 'na segunda-feira 07 de agosto de 1780 (p3); "O capitão me disse que eu era bem-vindo a bordo e perguntou me se tivesse um copo de gin e bitters? "
Gim-Tônica está associado ao jogo de Polo na Índia |
Surpreendentemente, o termo atual 'gim e tônico' não parece aparecer na ficção antes de 'Right Ho, Jeeves ', de PG Wodehouse em 1922, embora' Gin and Bitters 'seja conhecido pelo menos em um artigo de' The Reading Mercury 'na segunda-feira 07 de agosto de 1780 (p3); "O capitão me disse que eu era bem-vindo a bordo e perguntou me se tivesse um copo de gin e bitters? "
Winston
Churchill, um grande fã de levantar um copo, supostamente disse certa vez, e
por boas razões: "Gim-tônica salvará mais vidas e cabeças inglesas do que
todos os médicos do Império". Uma metáfora para o mundo colonial
globalizado, no qual uma bebida genuinamente europeia e uma mistura
sul-americana se reuniram em um país asiático para apoiar o Império Britânico.
O casamento entre gim e a tônica foi consumado no Raj britânico do século XIX.
As
guerras coloniais travadas pelos britânicos durante os séculos XVII e XVIII
foram salpicadas de desastres causados por doenças tropicais transmitidas por
mosquitos. Demorou meio século para aprender a lição.
Desde
o final do século XVIII até meados do século XIX, a Companhia das Índias
Orientais (British East India Company) anexou à força grandes áreas da Índia.
Essa era a joia da coroa e a exploração de seus recursos possibilitou a
revolução industrial no país anglo-saxão, mas a Grã-Bretanha teve que pagar um
preço muito alto. Dezenas de novas doenças dizimaram invasores, colonos e
soldados de pele branca. A malária era uma delas, talvez a pior.
Tropas coloniais britânicas da Índia tomam quinino diariamente. |
O
controle britânico da Índia colonial exigia a capacidade de combater a doença.
Na década de 1840, soldados e cidadãos britânicos residentes na Índia usavam
700 toneladas de casca de quinino em pó anualmente - uma árvore reconhecida
como um antídoto para a malária que foi testada pela primeira vez na condessa
de Chinchón - importada dos domínios espanhóis na América tropical.
O
quinino é amargo; portanto, para tornar o pó remotamente potável, eles o
misturaram com açúcar e água. Assim nasceu um refrigerante medicinal, Indian
Tonic Water, que ainda continua a aparecer nas modernas latas de tônicos.
Tornou-se
a bebida preferida dos anglo-indianos e manteve as tropas britânicas vivas.
Permitiu que as autoridades sobrevivessem nas terras insalubres e nas regiões
úmidas da Índia e, finalmente, possibilitou que uma população britânica estável
prosperasse nas colônias tropicais
Mas
algo estava faltando. A amargura da quinina não foi interrompida com o açúcar
de cana. A coragem do soldado não foi reforçada por algumas gotas de água
tônica. Álcool barato era um ingrediente mais eficaz para mitigar a amargura e
incutir valor. Ideal para lidar com as longas campanhas de guerra nas colônias
britânicas. E se misturarmos o refrigerante com um gim, deve ter sugerido algum
intendente que gosta de mollate.
O
gim pode ser destilado a partir de qualquer grão. Começou a ser usado na
Holanda sob o nome holandês Jenever e tornou-se popular na Grã-Bretanha quando
o holandês William of Orange se tornou o rei William III da Inglaterra. Naquela
época, o gim já estava sendo produzido na Inglaterra, porque a mistura havia
sido descoberta por marinheiros britânicos quando apoiaram a Holanda durante a
Guerra da Independência Holandesa em 1568 e puderam verificar que o destilado
transformou seus aliados holandeses em javalis. Eles chamaram isso de
"coragem holandesa" e levaram a receita para seu país.
Durante
o conturbado reinado inglês de Guilherme III e Maria II, iniciado em 1688, a
fabricação de gim se tornou uma ferramenta de política econômica para fornecer
uma alternativa ao conhaque francês em um momento de conflito político e
religioso entre a Grã-Bretanha e a França. Entre 1689 e 1697, o governo aprovou
uma série de leis destinadas a restringir as importações de conhaque através da
imposição de tarifas pesadas. Ao mesmo tempo, para aumentar a venda de produtos
domésticos, ele ofereceu benefícios fiscais para ajudar súditos britânicos a
destilar seu próprio espírito de "bom cereal inglês".
Gin
era mais seguro que beber água (para chamar assim) e dez vezes mais barato que
cerveja ou qualquer outro refrigerante, e era inesgotável. Como não podia ser
menor, tornou-se o licor dos pobres, que era uma maioria esmagadora. Ao final
dos dois primeiros anos de execução das leis que favoreciam seu consumo, a
produção nacional de gin subiu para mais de dois milhões de litros por ano.
Em
1721, as contas fiscais especiais da Inglaterra indicaram que cerca de um
quarto dos residentes de Londres estavam empregados na produção de gim. Isso
foi equivalente a quase 9,1 milhões de litros de produtos isentos de impostos
por ano.
Na
década seguinte, o consumo de gim (permitido para maiores de 15 anos) dobraria
novamente, e as cidades de meio milhão de pessoas poderiam comprar um copo de
gim por pouco mais de um centavo de uma gama de quase 7.000 gins diferentes.
Portanto,
se restava alguma coisa na Inglaterra, era a capacidade de destilar o gin. E se
os marinheiros da Marinha Real tinham direito a uma porção de rum por dia, por
que não adicionar gin barato à água da Índia para reduzir seu sabor amargo e,
sem dúvida (embora não tenha sido dito), por causa do efeito intoxicante que
infundia. coragem para as tropas?
A
mistura com álcool foi a desculpa para socializar um medicamento essencial para
a sobrevivência da colônia. Quando os soldados retornaram ao Reino Unido e
pediram a combinação dos clubes, eles se identificaram como os heróis do
Oriente, o que incentivava seu consumo por emulação. A combinação
quintessencial do império britânico e de outro império nascera, a de um alemão
inteligente, Johann Jacob Schweppe (1740-1821).
Schweppe
desenvolveu um método para carbonatação de água na cidade suíça de Genebra
(bastante premonição), onde fundou a Schweppe's em 1783. Em 1792, mudou-se para
a populosa Londres para desenvolver o negócio até se aposentar em 1798,
deixando o negócio aberto para ele. Futura expansão sob o nome de J. Schweppe
& Co. A expansão internacional ocorreu por volta de 1870, quando o tônico
apareceu, uma água gaseificada com vários ingredientes, entre outros com
quinina.
Era
uma empresa com boa sorte. Quando ele quis estabelecer seu negócio na América,
enviou seu primeiro chefe de exportação, Walter James Hawksford, a bordo do
Titanic: ele foi um dos passageiros que escaparam vivos do naufrágio.
Em
2012, uma das garrafas Schweppes originais, que Hawksford carregou com ele e
afundou com o navio, foi encontrada em perfeitas condições. A partir de então,
decidiu-se relançar a primeira versão da garrafa para ser utilizada na linha
tônica Premium.
O
tônico era uma bebida direta e original herdada dos ingleses que haviam servido
(ou enriquecido) na Índia. Lá eles tomaram quinino e se acostumaram a
misturá-lo com limão e refrigerante. O resultado, sozinho ou misturado com o
gim, acabou sendo tão bem-sucedido que eles o levaram de volta à Inglaterra e o
tornaram a bebida nacional. Nasceu a gim-tônica, uma bebida "longa,
animada e leve", uma companhia perfeita tanto para um aperitivo quanto
para o jantar ou depois da noite.
No
Brasil, após uma visita da realeza inglesa, a bebida foi inicialmente
recomendada por Juscelino Kubitschek a Joaquim Pires Sobrinho, que viraria
prefeito da pacata cidade de Jaguariúna (SP) em 1963, o que a ajudou a
difundi-la pelo interior de SP. A garrafa doada por Juscelino se encontra no
museu da Maria-Fumaça de Jaguariúna.
O
mercado da bebida destilada, à base de zimbro, vem crescendo no Brasil. Só de
2016 para 2017, o consumo de gim cresceu 111% no país, de acordo com um
levantamento da International Wine and Spirits Research (IWSR), consultoria de
consumo de bebidas alcoólicas. Só em São Paulo já existem mais de 10 bares que
servem somente gin; e nos últimos três anos, mais de 20 marcas brasileiras
começaram a produzir gin. Os produtos nacionais já estão até ganhando destaque
e prêmios mundo afora. É o caso do Amázzoni, que menos de um ano após o lançamento
conquistou o prêmio de melhor produto artesanal do ano no World Gin Awards
2018.
Atualmente
é bastante difundido no mundo, especialmente no Reino Unido e consiste na
mistura de gim, água tônica de quinino gaseificada (uma espécie de
refrigerante) e lima, em variadas proporções.
Se
você gosta de gim-tônica, esqueça o caráter medicinal da combinação moderna.
Não há desculpa terapêutica que conta. A tônico está sem a quantidade original
de quinino (algumas versões Premium estão voltando às origens) devido aos
efeitos colaterais de sua ingestão, e a maioria dos gins, filhas da química,
está a anos-luz do London Gin original : um destilado seco, sem adoçantes, com
um sabor puro de nebrina obtido de zimbros de Menorca e feito com conhaque de
cereais.
falite fitas fininhas de pepino e acomode-as em espiral dentro de um copo alto (tipo long drink)
Encha de gelo até a borda.
Despeje gim até encher um terço do copo.
Complete com água tônica. e decore com uma fatia de limão ou laranja.
Gin-tônica perfeita
Encha de gelo até a borda.
Despeje gim até encher um terço do copo.
Complete com água tônica. e decore com uma fatia de limão ou laranja.
Gin-tônica perfeita
60 ml
de gin (deixe sua garrafa de gin no congelador antes de preparar, isso pode
deixar a bebida ainda mais geladinha)
1
limão siciliano (você pode fazer com limão taiti e limão galego, mas o
siciliano é menos ácido!)
cubos
de gelo
100 ml
de água tônica
Preparo: em um copo de boca larga coloque 1 rodela de
limão no fundo do copo. Adicione os cubos de gelo até o topo, o copo precisa
estar cheio.
Despeje
o gin e a água tônica com cuidado. Com a ajuda de uma colher, dê uma leve
misturada. Sirva muito gelado e consuma logo!
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