quarta-feira, 4 de maio de 2011

Maia, Maio e as Tradições

Chegamos ao 5º mês do ano, o nosso já velho e amado mês de maio - tradicionalmente associado às mães e às noivas. E não é à toa que Maio seja essencialmente feminino.
Antes de começar com os ritos de maio era necessário fazer uma passagem...

Antes de maio  chegar
Conta-se na antiga tradição alemã que na noite de 30 de abril para 1º de maio, as bruxas encontram-se com o seu senhor, o diabo. Seus meios de transporte eram vassouras, pás de forno, bodes. Durante as cavalgadas, elas lançam mau olhado sobre seres humanos e animais. Entre os antídotos possíveis: cruzar duas vassouras na entrada do estábulo, pendurar sobre a porta principal um punhado de visco, cardos e outras "ervas de bruxas", etc.
Tratava-se da "Noite de Walpúrgis", definitivamente consagrada por Goethe em sua tragédia Fausto. Atualmente, há um verdadeiro culto em torno da região montanhosa do Harz, alvo preferencial tanto dos "servidores de satã", quanto de magos bem mais benévolos. Lá se organizam nesta data inúmeras excursões, encontros e seminários, sempre sob o signo da mãe natureza e das forças ocultas.
Noite de Walpúrgis
Este e muitos outros mitos colorem vivamente o 1º de maio na Alemanha. Afinal, é a época em que a primavera começa a exibir as suas cores mais exuberantes, época das primeiras colheitas e, naturalmente, do amor. Pois é fato científico que o acréscimo de claridade, graças aos dias mais longos e ao tempo ameno, causa grandes mudanças hormonais, aumentando sensivelmente não só o bom humor como também a libido. E as mornas noites de maio são famosas...

Maia aparece

O mês de maio tem este nome para homenagear uma divindade grego-romana chamada Maia (do grego dórico Μαία), na mitologia grega era uma das sete irmãs que, fugindo do gigante Órion, se transformaram no aglomerado de estrela das Plêiades, que hoje fazem parte da constelação de Touro.
As Plêiades

Era uma ninfa que com Zeus concebeu Hermes, o belo mensageiro dos deuses. Maia e Hermes temiam a fúria de Hera, por ciúmes de Zeus. Porém, em vez de serem odiados, os dois conseguiram a simpatia de Hera.
Maia
À Maia era consagrado o dia 15 de maio. Na tradição romana, Maia talvez seja outra, diferente dessa ninfa da Arcádia, a que personificava o despertar da natureza na primavera e que viria a se transformar na mentora de Mercúrio.
Ela é deusa da fecundidade, e da projeção da energia vital. Maia era a ninfa que personificava os lugares frios. Maia também é filha de Atlas e Plêione.
Na mitologia romana, Maia era identificada como Maia Maiestas (também chamada de Fauna, Bona Dea (a "Boa Deusa") e Ops), uma deusa, que pode ser equivalente à uma velha deusa da Primavera dos primeiros povos itálicos. O mês de maio foi nomeado em sua honra; o primeiro e o décimo quinto dias de maio eram sagrados para ela.
No primeiro de maio, o flamen de Vulcano sacrificava-se uma porca grávida, um sacrifício adequado também para uma deusa da terra como a Bona Dea: a porca podia ser substituída por uma em forma de bolacha.
Era costumes enfeitar as janelas com flores amarelas (as maias). Este costume ainda se mantém em várias regiões do país: era neste mês que se realizava a festa em honra de Flora – os jogos florais - ,sendo coroadas com flores as mulheres que se destacassem nos jogos.
Maias
Maio era representado nas imagens dos calendarios antigos por um jovem vestido de branco e verde, com uma grinalda de rosas na cabeça e, eventualmente, com uma lira numa das mãos e um rouxinol na outra.

Bildunterschrift: Também originária de rituais de fertilidade e carregada de simbologia é a Maibaum, ou Árvore de Maio, que preside a "dança maio adentro", com que se dá boas vindas ao mês benfazejo.
Maibaum

Assim, entre a Páscoa e Pentecostes era uso saudar a primavera com cantos e instalar na praça central a Árvore de Maio, representando a Árvore da Vida.
Não é de espantar que até hoje se cultivem, até mesmo nas grandes cidades, rituais ligados ao acasalamento, em parte com origens comprovadas na pré-história. Derivado da Festa das Noivas de Maio, na Idade Média, persiste ainda o costume de depositar um galho decorado, tradicionalmente de bétula, diante da janela da amada: se ele florescer, este amor tem chances, se não...
Acabei encontrando uma receita curiosa de um bolo tradicional da Serra de Monchique (serra a oeste do Algarve, Portugal) que se chama BOLO DE MAIO - não é nada seco, tem um sabor forte e invulgar, além de ter o preparo fácil e versátil. Aproveitem!!!
 
Bolo de Maio

500g farinha milho
80g cacau em pó
40g manteiga
4 colheres sopa de café solúvel
14 colheres sopa de açúcar (para quem gosta de bem doce acrescentar mais um pouco)
2 colheres sopa de canela
5 colheres sopa de azeite (tradicionalmente a receita também levaria banha de porco, quem quiser juntar pode substituir um pouco do azeite ou como queira.)
uma pitada de sal
1lt água a ferver

Preparo Misturar muito bem todos os ingredientes e depois juntar a água a ferver e misturar para que fique uma mistura homogênea. Deixar “descansar” de um dia para o outro. 
No dia seguinte, untar uma forma redonda (sem buraco) com manteiga. Mexer a mistura do dia anterior e colocar na forma já untada. Vai ao forno a 170 ª durante cerca de uma hora.

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