segunda-feira, 2 de julho de 2012

Sacrilégios!!!

Quem acompanha esta Confraria já está cansado de saber da minha paixão pelos doces; do quão formiga sou... E se existem pecados em forma de doce, que realmente testam a gula de cada um, posso garantir que é na doçaria conventual que eles se encontram.

Doces Conventuais

Além de delicados os doces preparados nos conventos e mosteiros surgem carregados de simbologias. Prova disso são os nomes que batizam os doces: papos de anjo, suspiros de Braga, sopa dourada, barriga de freira, pudim abade de prisco, foguetes conventuais, madalenas do convento, doce de viúvas, ais, esquecidos, toucinho do céu, pastel de Belém, bolo do diabo, etc.
Designa-se por doçaria conventual os doces confeccionados nos conventos, caracterizados por serem, na sua maioria, compostos por grandes quantidades de açúcar e gemas de ovos.
A origem da doçaria conventual em Portugal terá origem no século XV. Terá sido neste período que o açúcar entrou na tradição gastronómica dos conventos. O principal adoçante até esta altura era o mel, sendo o açúcar um ingrediente vulgar. Com a colonização da Ilha da Madeira, o açúcar recebe uma atenção especial, sendo cultivada a cana de açúcar.
E pensando  nos “pecados” criados pela doçaria conventual encontrei um doce, preparado em uma feira gastronômica brasileira conhecida como Nordeste Gourmet (clique aqui para ver), a chef Roberta Sudbrack, em sua aula sobre de Cozinha Moderna Brasileira, a presentou sua receita SACRILÉGIO, utilizando o  licuri, produto nativo da região do Piemonte da Diamantina e produzido pela Cooperativa de Produção da Região do Piemonte da Diamantina (Coopes).

Licuri

Palmeira de Licuri
O licurizeiro é uma palmeira de aproximadamente 12 metros de altura. Os cachos são formados por mais de 1.400 frutos cada um. Potencialmente, uma palmeira pode produzir oito cachos de cada vez. São 10.853 coquinhos em média! As amêndoas são muito ricas em ferro, cálcio, cobre, magnésio, zinco, manganês, sais minerais e betacaroteno. (a receita vocês conferem no fim do  texto – como de costume).

Chef Roberta Sudbrack
Só resolvi postar os Sacrilégios, criado pela Chef Roberta Sudbrack para apresentar que o doce realmente inspira sacrilégios na vida real. Isso  mesmo, e vem da Europa o exemplo – ou o  mau exemplo (risos).
Arquidiocese de Sevilla (Espanha) deplorou a publicação de um calendário da empresa alemã de chocolates e biscoito Lambertz que inclui uma fotografia tomada dentro de uma famosa capela sevilhana na que a atriz Paz Vega aparece nua em um genuflexório.


Vejam só: A atriz aparece nua, num genuflexório, dentro da Capela Sevilhana. Não caríssimos, não se trata de uma cópia da capela. A equipe de gravação entrou na capela com todos os seus aparatos técnicos, a atriz entrou na capela, tirou a roupa dentro da capela, fez as fotos pelada dentro da capela e ninguém fez nada!
A firma alemã Lambertz (clique aqui para ver )contratou a conhecida atriz para seu calendário de 2012. Um dos locais escolhidos pelos produtores foi a capela Nossa Senhora da Encarnação, onde obtiveram a permissão da Irmandade da capela sem informar sobre as intenções de que a atriz se despisse. O Arcebispado sevilhano assinala em um comunicado deste 15 de dezembro que a Irmandade de Nossa Senhora da Encarnação autorizou as imagens, “sem conhecimento nem consulta prévia do Arcebispado, como teria sido conveniente”.
O Código de Direito Canônico quando fala do zelo sobre as Igrejas, estabelece que deve-se evitar algo que não esteja em consonância com a santidade do lugar. Ainda que não haja sacrário o zelo pelo templo deve existir. Não é porque não tem sacrário que a Igreja pode virar bagunça. E acontecimento ocorrido ali foi considerado um grande sacrilégio mundo a fora!
Voltando ao assunto da atriz pelada dentro da Capela, o Bispo local emitiu um comunicado dizendo que não fora consultado e que: “São objeto desta proibição aqueles atos contrários à natureza eclesiástica do lugar, como é o caso de concertos de música profana, ou reportagens fotográficas como o que aconteceu”. Ainda usando o Código de direito canônico o bispo afirmou:
O Código de Direito Canônico estabelece ademais que “em um lugar sagrado só pode ser admitido aquilo que favorece o exercício e o fomento do culto, da piedade e da religião, e fica proibido o que não esteja em consonância com a santidade do lugar”.
Fica o recado: A casa de Deus não é casa da Mãe Joana. E se for pra cometer sacrilégio, é melhor fazer os na forma de doce – é de comer rezando. 

Sacrilégio - Para 8 pessoas
4 folhas de massa brick ou Harumake redondo
Chocolate amargo 60%
Licuri
Manteiga derretida
Sal negro
Ingredientes para a calda toffee:
300 ml de creme de leite fresco
100 g de açúcar
3 colheres (sopa) de água

Modo de preparo: Torre licuri em forno pré-aquecido a 140ºc por aproximadamente 4 horas ou até que esteja dourado e crocante. Corte em pequenos pedaços com a faca. Corte a massa brick ou Harumake e pincele manteiga derretida por dentro. Disponha o chocolate amargo e o licuri no centro da massa. Enrole a massa no formato de um cilindro. Passe manteiga por fora e asse em forno pré-aquecido a aproximadamente 180º ou até estar crocante e dourado. *Se estiver utilizando o harumake pincele uma quantidade maior de manteiga por fora para que a massa fique crocante e dourada depois de assada. Calda toffee: Aqueça o creme de leite fresco. Coloque o açúcar e a água em uma panela e leve ao fogo até adquirir cor de caramelo. Acrescente aos poucos o creme de leite e cozinhe em fogo moderado até atingir uma consistência cremosa. Junte o sal negro e reserve. Montagem: Sirva o sacrilégio quente com a calda toffee morna em uma taça de Martini ou xícara de chá.

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