Um
delicioso pão judeu conhecido como Babka que se tornou emblema de imigrantes
judeus que atravessaram Atlântico.
A
babka é um pão de massa fermentada, recheada, torcida e assada em fôrma de pão
(aquela retangular, tradicional para ‘pão de forma’). As raízes humildes da
Babka refletem a história dos shtetls
da Europa Oriental que viviam nos cortiços da Lower East Side início do século
20, e em outras partes do mundo.
Shtetl (em iídiche: שטעטל, no singular; שטעטלעך, shtetlech, no plural), é a denominação iídiche para "cidadezinha". Chama-se "shtetl" as povoações ou bairros de cidades com uma população predominantemente judaica, principalmente na Europa oriental, como por exemplo, na Polônia, Rússia ou Bielorrússia, antes da Segunda Guerra Mundial.
Há
muitas teorias obscuras para a origem da babka. Umas dizem que trata-se de uma
produção culinária descendente distante dos pães de comunhão consumidos nas
regiões eslavas no período da Páscoa. Outras, indicam a possibilidade de ser
uma alusão ao fato de que nas sociedades antigas do Norte da Europa a mulher
era o sexo dominante. Esta última teoria
afirma que babkas, geralmente redonda, eram um símbolo de fertilidade. No entanto,
existe outra explicação: Historiador e escritor de alimentos Lesley Chamberlain
acredita que babka tenha origem italiana, trazida pela rainha Bona Sforza da
Polônia no século XVI, e tornou-se uma
versão russificada do Panetone típico italiano.
Bona Sforza d'Aragona (Vigevano, 2 febbraio 1494 – Bari, 19 novembre 1557) rainha consorte da Polônia, granduquesa consorte da Lituania e duquesa sovrana de Bari. |
Embora
não se saiba, com precisão a origem do durgimento dessa produção culinária, tem-se
certeza quando a sua etimologia: a palavra "babka": significa
"pequena avó" em ucraniano, russo e em dialetos do Leste Europeu. Sabe-se também que o termo babka foi adotado
em vez de "babas" que significavam avós, nos shtetls da Europa
Oriental.
Outra
informação interessante que se tem é que, a babka poderia ser uma versão de pão
feito com as sobras de massa de pão challah, sendo a babka uma inovação econômica
e deliciosa.
A
babka dos shtetls era bem diferente da babka que se conhece atualmente. Em vez
de ser preenchida com chocolate ou canela, as primeiras babkas judaicas eram
provavelmente cheias de amêndoas, nozes e outros tipos de castanhas, além de
sementes como as de papoula.
Sem
contar que o processo de transformação da amêndoa de cacau em chocolate, como
se conhece na atualidade, só foi
inventado em 1879 pelo chocolatier suíço Rodolphe Lindt. Anteriormente,
o chocolate foi consumido principalmente como bebida exótica (e caro). Assim,
de onde é que vem a nossa babka de chocolate moderna?
Isso
nos leva à segunda parte da história da babka - uma confecção muito apreciada
pelos judeus de Nova York. Muitos judeus fugiram dos pogroms da Ucrânia e da Rússia e estabeleceu-se em Nova York,
especificamente no Lower East Side.
Pogrom
(em iídiche, פּאָגראָם,do russo погром) é um ataque violento maciço a pessoas,
com a destruição simultânea do seu ambiente (casas, negócios, centros
religiosos). Historicamente, o termo tem sido usado para denominar atos em
massa de violência, espontânea ou premeditada, contra judeus, protestantes,
eslavos e outras minorias étnicas da Europa, porém é aplicável a outros casos,
a envolver países e povos do mundo inteiro.
Os
imigrantes judeus trouxeram com eles ‘pedaços do shtetl’ sob a forma de
receitas. Assim os judeus de Nova York, com novos ingredientes disponíveis,
começaram a incrementar os pratos tradicionais – o que fez a babka de Chocolate
surgir.
A massa fermentada é enrolada com camadas de
chocolate que depois de assada recebe uma pincelada com xarope simples, que lhe confere brilho
e ajuda a mantê-la úmida – há quem não pincele nada, e ela continuará
gostosa do mesmo jeito. Abaixo deixo duas receitas deliciosas e fáceis de
preparar.
100
ml de leite morno
5 g
de fermento seco
1/4
xícara+ 1/3 xícara de açúcar
1
ovo
2
gemas pequenas
2
xicaras de farinha de trigo
1/3
colher (chá) sal
1.1/2
colher (sopa) + 1 colher (sopa)de margarina ou manteiga
400
g de gotinhas de chocolate ou raspas moídas com uma faca
Streusel:
56 g
de manteiga em cubinhos
1
xic de açúcar mascavo
¾
xic de farinha de trigo (ou menos)
Preparo:
Disponha o leite morno em um pequeno bowl. Polvilhe o fermento e uma pitada de
açúcar sobre o leite. Deixe descansar até espumar, por cerca de 5 minutos. Em
outra tigela, misture o ¼ xic açúcar, os ovos e as gemas. Adicione esta mistura
à mistura do fermento e misture até combinar. Na tigela da batedeira, combine a
farinha e o sal. Adicione a mistura de ovos e bata em velocidade baixa, até
incorporar a farinha. Troque o batedor por um gancho de massas pesadas.
Adicione a 1.1/2 colher (sopa) de manteiga e bata até a farinha e a manteiga
estarem incorporadas e homogêneas, macias, cerca de 10 minutos. Jogue a massa
em uma superfície levemente enfarinhada e amasse um pouco até ficar macia e
lisa. Unte um bowl grande e coloque a massa. Cubra com um plástico filme e
deixe descansar em um lugar morno até dobrar de tamanho, cerca de 1 hora.
Misture o chocolate picado (400 grs), a canela, o restante do açúcar (1/3 xic).
Usando duas facas ou pastry cutter, misture 1 colher (sopa)de manteiga ao
chocolate , até combinar. Forre uma forma de pão com papel manteiga e unte
generosamente com manteiga. Dê um soco na massa e transfira para uma superfície
limpa. Deixe descansar por 5 minutos. Em uma superfície generosamente
polvilhada, abra a massa até obter um quadrado de 40x40cm, com espessura de 3
mm. Pincele as bordas com os ovos reservados. Cubra com o recheio de chocolate
deixando 0,5cm de borda. Enrole a massa firmemente. Pincele as bordas para
vedar. Torça 5 ou 6 vezes e faça um trança simples. Disponha a massa na fôrma
de pão, pincele a superfície com ovo e cubra com o streusel. Cubra com papel
filme plástico e deixe descansar por 20 a 30 minutos. Asse em forno
pré-aquecido a 180oc, rotacionando no meio do tempo, por cerca de 55 minutos.
Remova do forno, transfira para uma grade e deixe esfriar por completo.
1 Pacote
de fermento biológico fresco
6
Colheres de sopa de açúcar refinado
1/3
de xícara de água morna
2
1/2 xícaras de farinha de trigo
100g
de manteiga em temperatura ambiente
2
ovos
Recheio:
100g
de manteiga derretida
1
xícara de açúcar mascavo
2/3
de xícara de açúcar refinado
2
colheres de sopa de canela.
Preparo: Em
um bowl pequeno misture o fermento, duas colheres de açúcar e a água morna,
mexa e reserve até começar a espumar. Enquanto isso, em uma bancada despeje a
farinha e faça um buraco no meio dela, jogue ali os ovos, o restante do açúcar,
a manteiga, e a mistura do fermento, incorpore tudo aos poucos ate formar uma
massa uniforme, sove-a por 10min, até ela ficar elástica. Deixe descansar por
1h. Em outro recipiente misture o açúcar mascavo, refinado e a canela, jogue a
manteiga derretida até formar uma espécie de creme. Passado o tempo de descanso
da massa, coloque-a sobre uma superfície enfarinhada e com a ajuda de rolo
comece á abri-la. Ela tem que ficar bem fina, mas cuidado para não rasga-la. Em
seguida despeje o recheio sobre ela e vá ajeitando com as costas de uma colher,
ou com uma espátula para bolo, até toda massa ficar coberta de recheio, então
comece a enrola-la delicadamente. Com a massa enrolada faça uma trança pelo
meio, e desponha-a em uma assadeira untada e coberta por papel manteiga.
Pincele com um ovo batido e salpique açúcar refinado, Leve ao forno em potencia
mínima, deve assar por mais ou menos 1h/1h15min.
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