sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

O Misterioso Chester®

Desde novembro eu posto coisas gostosinhas pra incrementar a mesa de Natal e o intelecto cultural da nossa corte. Dezembro esta aí e os preparativos para viagens, festas e mais festas estão á todo vapor.
Ontem fui num supermercado fazer uma pesquisa de preços e saber o que eles teriam de novidade para as comemorações de fim de ano. E para minha decepção, lá estavam: sempre as mesmas coisas. Isso me irrita, porque adoro novidades nos supermercados, mas por outro lado me instiga a cada vez mais sair em busca de ingredientes fresquinhos e de boa qualidade, para depois inventar fórmulas alquímicas e transformar velhas receitas em maravilhas repaginadas.
Enquanto eu estava no supermercado apareceu uma curiosidade bacana e que deve sim, ser esclarecida. Eu estava na gôndola das aves quando notei que uma senhora olhava para sua filha,que a acompanhava nas compras, e perguntou se a moça sabia como era um chester. A moça parecia daquelas dondocas, que se duvidar nunca viu sequer uma galinha viva, quanto mais saberia responder um que seria um chester.


Enfim... Como a moça não soube responder a indagação da mãe e no momento eu também não o sabia ao certo para me intrometer na conversa, saí e fui atrás de me orientar e procurar saber sobre a tal ave.
O chester existe de fato. E parecem ter uma vida triste: eles não fazem barulho nenhum, quase não se movimentam e são criados apenas para o abate. E é uma criação feita no Brasil pela Perdigão. Como contarei a seguir:
Tendo em vista a importância que os produtos derivados de aves vinham tomando, o complexo Perdigão no final da década de 70, surgiu a necessidade da melhoria da qualidade dos frangos de corte, concluindo-se que a empresa deveria investir no aprimoramento de suas matrizes avícolas (aves reprodutoras) e, mais do que isso, na criação de uma matriz própria. As matrizes disponíveis não atendiam aos interesses do mercado: nenhuma oferecia menores níveis de gordura e melhor aproveitamento da carne. Além disso, a maior parte das matrizes existentes na época estava vinculada a matrizes européias ou norte-americanas.  

Assim, em 1979, a Perdigão enviou ao exterior dois de seus principais técnicos especialistas em avicultura com a missão de procurar uma nova linhagem. Em sua busca, encontraram uma empresa que trabalhava suas aves com o objetivo de melhorar o resultado das carnes e que havia desenvolvido uma ave tipo roaster, com maior quantidade de carnes nobres. Procedeu-se, então, à compra deste pacote genético que permitiria introduzir a criação das aves no Brasil.
Um lançamento de sucesso: Habemus Chester®!
Lançada em 1982,  ave Chester® teve uma rápida penetração no mercado por suas qualidades e pelo investimento em marketing realizado pela empresa. Para o lançamento do produto, a agência publicitária desenvolveu a campanha “Habemus Chester”, recriando a linguagem dos césares romanos, usando a língua latina: “Ave, Chester®. Nobilis avis, coxobus suculentus, pectus fartus et humidus”.  



A ave atendeu a um vazio existente no mercado consumidor. Considerado pela dona de casa brasileira uma ave do tamanho ideal para alimentar uma família inteira, sua carne tenra e saborosa chegou para atender ao mercado de aves especiais nas datas festivas.
A introdução no mercado brasileiro
Ainda em 1979, entraram em território nacional as chamadas avós (linhas puras de aves de corte) encaminhadas à granja avícola Passo da Felicidade (em Tangará), especialmente preparada, dotada da mais avançada tecnologia e construída em meio a uma reserva florestal de propriedade da empresa para proteger as aves das contaminações patogênicas de outras aves.
Iniciou-se um trabalho de 3 anos em que, através de sucessivas seleções e cruzamentos de linhagens diferentes, chegou-se a uma ave com maior concentração de carnes nobres (70% de peito e coxas). Foi a partir dessa particularidade que surgiu a marca “Chester®” – derivação da palavra inglesa “chest” (que significa “peito”).
A Perdigão continuou a realizar constantes investimentos em tecnologia de melhoramento da ave visando ganhos de produtividade através do aumento do peso médio do animal vivo e da redução dos níveis de gordura. Assim, a partir do pacote genético e de informações técnicas sobre a espécie, a ave é desenvolvida até os nossos dias exclusivamente pela Perdigão.
A alimentação da ave é 100% natural, baseada em milho e soja, resultando numa ave com menos gordura e melhor aproveitamento das carnes nobres. Não existe adição de qualquer tipo de medicamento, antibiótico ou hormônio anabolizante para aumentar o seu crescimento e desenvolvimento. O crescimento superior da ave, assim como maior incidência de carnes nobres (peito e coxas), é resultado do rigoroso controle genético.
E a máxima é verdadeira: Chester, só a perdigão tem.
 E depois desta informação mercadológica toda, não valeria a pena terminar esta matéria sem algumas receitas feitas com esta maravilha geneticamente modificada.

Chester de Festa
* 1 chester
* 2 colheres (sopa) de manteiga
* 1 colher (chá) de cravo-da-índia em pó
* 600ml de vinho branco seco
* ½ copo de água
* coco, manga, kiwi e cravos-da-índia para decorar
Farofa de frutas:
* 2 colheres (sopa) de manteiga
* 1 cebola ralada
* 1 dente de alho
* 20 azeitonas pretas picadas
* 50g de uvas passas brancas
* 200g de chester defumado (ou bacon)
* 1 cenoura ralada
* 2 fatias de abacaxi picadas
* 1 maçã picada
* 2 xícaras (chá) de farinha de milho
* 1 xícara (chá) de cheiro-verde picado
* sal e pimenta a gosto

MODO DE PREPARO: Besunte o chester com a manteiga e o cravo em pó, por dentro e por fora. Regue com o vinho e a água e leve-o para assar, coberto com papel alumínio, em forno pré-aquecido a 200ºC, por 2 horas. Prepare a farofa: Leve ao fogo uma panela com a manteiga, a cebola, o alho socado e deixe dourar. Junte as azeitonas, as passas, o chester defumado, a cenoura, o abacaxi, a maçã e a farinha de milho. Por último, acrescente o cheiro-verde e o sal. Misture bem e reserve. Retire o papel alumínio do chester e deixe dourar por mais 30 minutos. Coloque o chester numa bandeja, arrume a farofa ao redor e decore com as fatias de manga, o kiwi e o coco em pedaços.

Salada de chester com uvas

500g de peito de chester defumado cortado em cubos
200g de provolone fresco cortado em cubos
1 abacaxi picado em pedacinhos
1 cacho de uva rubi ou Itália
creme de leite gelado sem soro
maionese
sal

Modo de Preparo: Pique o abacaxi e deixe escorrer por no mínimo 2 horas. Depois, misture todos os ingredientes e tempere com a maionese, o creme de leite e o sal. Deixe na geladeira até a hora de servir.

Arroz Crocante de Chester

1 kg de peito de Chester temperado congelado Perdigão
2 colheres (sopa) de manteiga
1 colher (sopa) de cebola picada
2 xícaras de gergelim
2 xícaras de arroz
1 pote de champignon (310 g)
Óleo para untar
200g de amêndoas sem pele

Modo de preparo: Descongele o peito de Chester e corte em tiras. Em uma panela, derreta uma colher de manteiga e frite o peito de Chester até ficar dourado. Acrescente a cebola, refogue e acrescente meio litro de água. Deixe cozinhar. À parte, frite o gergelim com o restante da manteiga até dourar. Retire do fogo e reserve uma xícara. Com o restante do gergelim na panela, coloque o arroz lavado e escorrido, metade da quantidade de peito de Chester, os champignons, meio litro de água e deixe cozinhar. Coloque o arroz cozido em uma fôrma untada. Em uma frigideira, aqueça uma colher de manteiga e passe aí as amêndoas. Reserve. Desenforme o arroz em um recipiente refratário e decorre-o com o restante do peito de Chester, o gergelim e as amêndoas reservadas, complete com folhas de alface

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