quarta-feira, 20 de abril de 2011

Mary Toft: A mulher que deu a luz á coelhos

Eu sou coelho.
Quer dizer, tenho coelho no sobrenome. Fico até contente com isso por que nas crenças antigas o coelho é símbolo de fertilidade, saúde e renascimento.
E pra não fugir a tradição da páscoa, falar em coelho é quase que impossível nesta época do ano. E para deixar pra vocês uma receita deliciosa á base de coelho, eu vou lhes contar, antes, um fato estranhíssimo que a história relata ao longo do tempo; e algumas curiosidades sobre este animalzinho tão lindo e saboroso. (A primeira vez que comi coelho foi na casa de um tio, que os criava aos montes... Por isso aviso, se voce for comer coelho, compre a carne nos supermercados. Porque se comprar o  bichinho pra engorda, voce vai se apegar a ele e não  vai ter coragem de comer. No meu caso, comi enganado, achei que  fosse  carne de frango...)

No oeste europeu, antes de 600 AC, os homens consideravam os coelhos animais sagrados, por crerem que espíritos habitavam o corpo de animais e também por crerem que o homem descendia diretamente desses animais.
Depois, os celtas adotaram parte dessas antigas crenças, que coelhos eram sagrados e que espíritos habitavam seus corpos. Os celtas baseavam sua crença no fato destes animais passarem muito tempo em suas tocas, acreditando que os corpos dos coelhos fossem habitados por espíritos do subterrâneo, com os quais se comunicavam.
Outra razão dos celtas acreditarem na sacralidade dos coelhos foi por causa de seu poder de procriação. Acreditavam que os coelhos eram símbolos da reprodução e, por conseqüência, da saúde e prosperidade. Já que os coelhos em si eram considerados como sendo de sorte, seguiu-se que qualquer parte de seu corpo também seria.

Desde então muitas coisas aconteceram com os coelhos. Inclusive deles nascerem de humanos. Isso mesmo, você não leu errado, eu disse “coelhos nasceram de humanos”. Como isto foi possível/ veja o relato abaixo e descubra você mesmo.
A Inglaterra do rei Jorge I (1660 – 1727) transbordava raridades, falsidades e charlatães. O próprio rei Jorge era um tipo um pouco raro, nunca se preocupou em aprender inglês e manteve a sua esposa 32 anos na prisão. Mas para coisas fora do comum, nada pode fazer sombra à famosa história de Mary Toft Godalming e seus bebês coelho.

Em setembro de 1726, Mary começou a dar à luz coelhos. O cirurgião local, John Howard, respondeu às súplicas de seus familiares e apressou-se à casa de Mary, onde para sua enorme surpresa, assistiu ao parto de nove destes animais. Todos nasceram mortos, e em realidade vinham ao mundo em porções e não um a um. Não obstante, isto não diminuía o assombro do fato em si. A senhora Toft paria coelhos!
Jon Howard escreveu excitadíssimo a outros homens da ciência do país, urgindo para que o ajudassem a pesquisar o insólito fenômeno. Logo, dois homens proeminentes enviados pelo próprio rei chegaram para pesquisar. Tratava-se de Nathanael St. Andre, cirurgião anatomista do rei, e Samuel Molyneuxm secretário do Príncipe de Gales. Mary explicou a estes ilustres homens que recentemente tinha sofrido um aborto, mas que durante a gravidez tinha tido uma vontade tremenda de comer carne de coelho. Depois de várias tentativas infrutíferas de caçar coelhos, sonhou que tinha vários em seu colo.
Na presença dos médicos, Mary continuou dando à luz mais coelhos. Os homens fizeram experiências para verificar o fenômeno. Por exemplo, pegaram um pedaço do pulmão de um dos coelhos e o submergiram em água para contemplar que flutuava. Isto significava que o coelho devia ter respirado antes de sua morte, o que por suposto não podia ter acontecido dentro de um útero. Surpreendentemente, os médicos ignoraram esta evidência e decidiram que, sim, Mary dava à luz coelhos sem nenhuma sombra de dúvidas.
Torre de Londres
Em 29 de novembro Mary foi transladada a Londres. Seu caso já se convertera em toda uma sensação nacional e na capital, uma enorme multidão rodeava a casa na qual moça ficou alojada. Assim que passou a ser constantemente vigiada, Mary deixou de dar à luz e seu caso começou a ser descoberto aos poucos.
Logo apareceram testemunhas que afirmaram ter fornecido filhotes de coelhos ao marido de Mary. Mais tarde, quando um famoso médico de Londres chamado Sir Richard Manningham ameaçou Mary com a necessidade de fazer uma inspeção cirúrgica para examinar seu útero em nome da ciência, Mary decidiu sabiamente confessar.
Explicou que simplesmente inseria os coelhos mortos na vagina quando ninguém olhava, e que sua motivação era o desejo de adquirir fama com a esperança de receber uma pensão real. Pouco depois foi presa por fraude, mas logo foi posta em liberdade sem julgamento. Contam que conseguiu dar à luz a um menino normal pouco depois de um ano após os acontecimentos.

John Howard e Nathanael St. Andre, os dois médicos que acreditaram e defenderam a história com paixão, tiveram que se mudar para bem longe onde ninguém ainda havia ouvido falar de Mary Toft Godalming.

CURIOSIDADES SOBRE OS COELHOS:
Os coelhos não são roedores, apesar de roerem tudo que vêem pela frente. Os coelhos roem de tudo para gastarem seus dentes, que não param de crescer. Os dentes da frente dos coelhos são como os dos roedores, que crescem durante toda a vida, e um dos dentes é escuro. Para que eles fiquem do tamanho certo, os coelhos roem tudo, principalmente madeira. praga.
Um coelho tem um raio de visão extremamente amplo. Podendo ver o ambiente que o rodeia atrás de si, sem mexer o pescoço.
Os coelhos não conseguem vomitar. Por outro lado, tem  que ter o estomago sempre cheio com alguma coisa, pois podem morrer se tiverem o estomago vazio.
O coelho mexe bastante o nariz porque tem o olfato muito sensível e, assim, fica sabendo se existe algum perigo por perto.

Coelho ao forno com vinho branco

Ingredientes:
1 kg de coelho (peito e pernas) em pedaços
4 colheres (sopa) de manteiga
4 colheres (sopa) de mostarda
1 copo de vinho branco seco
2 dentes de alho inteiros
1 xícara de creme de leite
1 cebola
louro, tomilho, sal e pimenta a gosto
batatas cozidas passadas  na manteiga para guarnecer

Preparação: Untar com manteiga uma travessa / assadeira / tabuleiro, que dê para levar ao forno. Cortar a cebola em rodelas e forrar o fundo da travessa. Sobre a cebola dispor os pedaços de coelho temperados com sal, pimenta e tomilho. Juntar o alho e o louro, espalhando pedacinhos de manteiga sobre o coelho. Levar ao forno quente por 5 minutos. Retirar e besuntar os pedaços de coelho com a mostarda. Regar com o vinho e cobrir a assadeira com papel alumínio. Assar em forno médio até o coelho ficar macio, regando de vez em quando com o caldo. Retirar o papel e deixar o coelho corar. Passar a carne para um prato e coar o caldo da assadeira. Levar ao fogo com o creme de leite apenas para esquentar. Servir o coelho coberto com esse molho e com batatas douradas na manteiga.

Um comentário:

  1. Mon Baron!
    Fiquei mais ainda convencida de que, coelho? je ne mange jamais,embora já me convidaram a comer, mas, nem pensar!
    Brilhante post!
    Une bonne semaine de Pâques à vous!
    Baronesa do Cratinho de Açucar

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